Dom Luciano, um guerreiro de batina
Por: Marcos Terena
“Nos anos 80, em uma viagem de avião, sentei-me ao lado de um padre. Conversamos um pouco sobre a vida e a vida indígena, na qual os valores espirituais são sagrados e permanentes no relacionamento como Grande criador. Ele falou sobre os valores indígenas e sobre os possíveis erros do passado. Para mim, ali estava um padre diferente, que sabia falar das coisas sem dar sermão ou puxão de orelha. Ao desembarcarmos, ele me disse: “meu nome é dom Luciano, apareça na CNBB”.
A partir daquele momento, estimulado pela luta indígena, sempre que era necessário lá ia eu à CNBB para conversar com ele para que interviesse pelo menos no Ministério do Interior pelos nossos direitos como povos e, principalmente, como estudantes prestes a serem expulsos por orientação do general Golbery e do presidente da Funai, coronel João Carlos Nobre da Veiga.