SUS completa 30 anos de regulamentação
O Sistema Único de Saúde (SUS) completa em outubro, 32 anos de sua criação pela Consituição Federal de 1988 e 30 anos de sua regulamentação completou no último 19/09. O SUS foi regulamentado através das Leis n.º 8080/19/9/90 (Lei Orgânica da Saúde) e a i nº 8.142/28/12/1990, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão.
O Brasil é considerado o único país com mais de 200 milhões de habitantes que possui um sistema de saúde pública universal. O SUS realiza desde atendimentos primários até procedimentos complexos e oferece atendimento de emergência e também vacinas e remédios gratuitamente para pessoas com diversas doenças, como diabetes, presão alta, asma, HIV e Alzheimer), financia pesquisas na área de epidemiologia, fiscaliza a qualidade dos alimentos oferecidos em estabelecimentos comercias por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Vigilancia Epidemiológica e Ambiental.
O SUS foi um grande ganho para o país. Antes dele, o acesso à saude era extremamento desigual. Tinham acesso à saude, aqueles que podiam pagar e aqueles que tinham carteira de trabalho assinada. E os serviços eram voltados para a recuperação e não para a prevenção. Os demais viviam de atendimento gratuito por caridade, nos poucos serviços (postinhos), municipais estaduais e de instituições assistencialistas, como Santas Casas de Misericórdia ou hospitais universitários.
Universalidade, integralidade e equidade
O SUS tem como preceito três princípios básicos, previstos nos artigos 196 a 198, assim, ele é:
- Universal: pois atende a todos sem cobrar nada, independente de raça ou condição social;
- Integral, pois trata a saúde como um todo com ações que, ao mesmo tempo, pensam no indivíduo sem esquecer da comunidade, e garante a
- Equidade, pois oferece os recursos de saúde de acordo com as necessidades de cada um.
O SUS é administrado de forma tripartite, ou seja, o financiamento é uma responsabilidade comum dos três níveis de governo - federal, estadual e municipal e conta com a participação social, a “participação da comunidade” nas ações e serviços públicos de saúde, atuando na formulação e no controle da execução destes, através dos Conselhos de Saúde.
Dados apontam que ao longo desses 30 anos de regulamentação do SUS, houve um grande avanço, tais como:
- O programa Saúde da Família;
- distribuição gratuita do coquetel antiaids;
- sistema nacional de transplantes, criação da Anvisa;
- Lei da Reforma Psiquiátrica (10.216/01), que acaba com os manicômios;
- Emenda Constitucional 29 que, em 2000, estabeleceu os valores mínimos que a União, estados e prefeituras deveriam investir em saúde;
- criação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU;
- Farmácia Popular; atendimento odontológico;
- assistência domiciliar;
- unidades básicas de saúde, etc, etc.
Na avaliação de especialistas o SUS tem muito ainda melhorar e a oferecer, mas são unanimes em afirmar, que sem ele, seria a barbárie. “Sem o SUS, seria a barbárie”. Essa frase é do sanitarista Gonçalo Vecina, professor da USP e primeiro presidente da Anvisa..