Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Romeiros de Maria passam quatro dias em Aparecida

Edição nº 1665 - 8 de Março de 2019

Mais de 500 sacramentanos, para entrarem no clima da Folia da Fé, rumaram para Aparecida do Norte na noite do sábado 22, para quatro dias de devoção, passeios turísticos e um merecido descanso  nas terras da Padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Na capital mariana do país, os redentoristas prepararam um grande programação para os quatro dias, que incluiu 26 missas no Santuário e mais dez na Basílica Velha, além de  shows, e momentos especiais, em espaços exclusivos para crianças e jovens. 

De acordo com os redentoristas, os festejos do carnaval é uma das datas que mais leva romeiros à cidade. “Eles vêm para rezar, em busca de orações e bênçãos, e temos que contribuir para que isso ocorra, propiciando-lhes todas as oportunidades de orações e de ambientes saudáveis de lazer para o merecido descanso”. 

Na bagagem, cada um leva pedidos, agradecimentos por graças alcançadas e alegria no coração, mas há quem leve algo mais, como o casal Aristonides Amâncio de Melo e Maria Lina, ele romeiro há mais de 40 anos, que levam doces, queijos e até fubá para os amigos padres redentoristas, os quais, muitos deles passaram por Sacramento, de 1959 a 1995.

 O momento de embarque para saída às 20h, é uma alegria só, muita animação. Ninguém se importa nem teme os mais de 650 km que os separam do destino.  “Nossa Senhora vai na frente”. 

 

Mariquinha diz que tem netos e bisnetos romeiros

Maria Borges de Mendonça, a Mariquinha, que prometeu aposentar-se das viagens em 2018, foi a primeira que chegou ao terminal para embarcar. “Parar como? Os romeiros não deixaram, logo que a gente chega já tem romeiro procurando saber quanto vai custar a viagem para ir pagando mês a mês. A maioria são romeiros cativos.  Tem gente que paga R$ 20, num mês, R$ 50 no outro e assim vai, até completar o valor total. Então, enquanto Deus me der forças vou continuar”, justificou destacando que para ela os romeiros são como filhos e netos.

“- Olha, já levei até três gerações, o pai, o filho e o neto... Então, já sou bisavó nessa romaria. Os pais viajavam e levavam os filhos, como o Manim, por exemplo, que começou conosco ainda criança. Cresceu, começou a namorar a Meire na romaria e hoje vão com seus filhos. Ele próprio como um dos organizadores. Patché e Patrícia também começaram a namorar na romaria e assim foi com muitos outros. Quem quiser encontrar uma namorada ou namorado vem pra romaria”, brinca. 

Mariquinha não foi a primeira a organizar romaria na cidade. As viagens começaram com o saudoso Volmir Manzan e com a morte do pai, a filha Marisa deu continuidade. A primeira viagem de Mariquinha seria com Volmir, mas na última hora, ela e Neusa Melo, perderam a vaga para duas tias de Volmir. “Ele conversou conosco e nós cedemos os lugares”, lembra. 

No ano seguinte, ela foi com Eni Manzan, recém organizadora. “Eni trabalhava no escritório paroquial, fez duas ou três romarias e deixou, após se casar. Foi quando assumi com a ajuda do Amir Jacob, que logo deixou, também. Convidei a Nina Scalon, que viajou alguns anos, mas também abandonou ao se casar. Chamei a Elzinha Pontes que está comigo há uns 30 anos. Ela continua firme e essa ajuda é muito importante, porque são muitas pessoas, por exemplo, este ano estamos com três ônibus, quase 150 pessoas”, conta, destacando que ao longo desses anos, nunca houve nenhum problema nas viagens.

 Amir Ferreira, o Manin, é categórico em afirmar: “Mariquinha não pode parar. Ela e a Marisa, que deram continuidade à romaria começada pelo Volmir, não podem parar. Eles começaram isso há 55 anos atrás, então, enquanto Deus Lhes der foças têm que continuar”.

Aristonides Amâncio de Melo 78 é um dos mais longevos romeiros. “Tenho quase 50 anos de romaria. Ir a Aparecida ver a Mãe é uma benção muito boa.  Minha esposa, Maria Lina, e eu já viajamos com a família inteira, os meninos eram pequenos. Essa é a minha viagem preferida. Quando retorno eu já fico pensando: 'Será que vou dar conta de ir no próximo ano?, porque a idade vai pesando”. 

E sobre as encomendas das terras do Borá para os redentoristas, esclarece: “Nossa amizade começou nos tempos deles na paróquia, quando eles começaram as quermesses com barraquinhas e fomos ajudar assando frangos e isso perdura até hoje. Estou levando uma caixa   só de queijos e doces e até fubá, pedido pelo Pe. Luiz Carlos. Chego e logo depois da missa vou pra casa dos padres e é uma festa”, afirma, lembrando que os missionários, Pe. Alberto Pascotto e Pe. Carilho não estão mais em Aparecida.  “Pra eles não podiam faltar o queijo e o doce. Não sei se vão aparecer lá, porque vão muitos conhecidos de Sacramento”. 


Cristina e Luciano realizam primeira romaria...

A agente de viagens, Cristina Santana e o marido Luciano Giussoni organizaram a primeira romaria. “A primeira de muitas”, promete Cristina, destacando que a sua fé a levou a organizar a peregrinação. 

 

“Minha fé em Nossa Senhora Aparecida é o que nos move a dar oportunidade para quem quiser visitar a Mãe. Ainda mais agora com a notícia das Missões Redentoristas no próximo ano. É tempo de começar a preparação”, explica, completada por Luciano: “Estamos iniciando com a empresa que abrimos, LA Turismo, e surgiu a oportunidade de  começarmos com um ônibus de romeiros,  mas a ideia é aumentar, à medida da necessidade e da  procura”. 

 

E Carlão completa cinco anos...

Carlos Alberto de Souza, o Carlão do Hotel, especialista em viagens para as praias brasileiras, completou a quinta romaria para Aparecida. “Estamos aí para servir, depois  de tantas viagens para praias, o pessoal começou a pedir viagens religiosas e estamos com um ônibus de passageiros de Sacramento e Conquista,  muitos deles já viajantes  conosco nas viagens turísticas. Muito bom!, comemora”.

 Donato Ferreira da Costa 84 e a esposa Terezinha Guissoni, são casados há 52 anos e há 26 vão aos pés da padroeira em Aparecida, anualmente. “Este é o melhor passeio que fazemos, vamos rezar, agradecer graças, levar pedidos, encontrar com os padres amigos, gosto muito dessa viagem e quando vai chegando a data é uma alegria”, relata Donato eufórico ao lado da mulher, que concorda. “É um tempo de namorar também, por que não? São 52 anos de casados então precisamos preservar”, afirma sorrindo, e completa: “Quando os meninos eram pequenos nós os levávamos, hoje, nosso filho, Manim, nos leva”.