Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Irmãs celebram 50 anos a serviço da vida e da evangelização em Sacramento

Edição nº 1393 - 20 Dezembro 2013

Uma celebração eucarística em ação de graças, presidida pelo arcebispo Dom Paulo Mendes Peixoto e concelebrada pelos padres, pároco Sérgio Márcio de Oliveira e Paulo Henrique marcou o encerramento das comemorações do Jubileu de Ouro, 50 anos da presença das Irmãs de São José de Cluny em Sacramento, na manhã do último domingo, 15. 

A Congregação foi representada na cerimônia religiosa, realizada na Igreja do Santíssimo Sacramento, pela sua superiora, irmã Hermínia Maria Genari, acompanhada por várias irmãs que já trabalharam nas obras da congregação na cidade e hoje atuam em outras comunidades, como Lucélia, Inúbia Paulista, Paranavaí, São Paulo e Raimundo Nonato, no Piauí, além de associados da instituição. 

Participaram da concelebração amigos das irmãs nesses 50 anos na cidade, dentre eles o ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, a enfermeira Nininha, diretores e funcionários, voluntários, pais e crianças da Ciju São Vicente de Paulo, entidade que ainda preserva a presença da congregação em Sacramento, com as religiosas, Ir. Cecília Horikoshi e Ir. Maria Rosa Mendes dos Santos. 

Coube à superiora, Ir. Hermínia Genari, proferir ao final o agradecimento da Congregação, que reconheceu Sacramento como parte da história de vida das irmãs de São José de Cluny, que receberam carinhosas palavras do ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges (veja na página....) , além de agradecimentos e  um cartão de prata, entregue pelo prefeito Bruno Scalon Cordeiro.

 A homenagem dos funcionários da Casa Infanto Juvenil - CIJU São Vicente de Paulo foi lida pela funcionária Dorinha. “O carinho e dedicação dessas filhas de Ana Maria Javouhey têm sustentado essa obra e a feito crescer. São dezenas de crianças e suas famílias beneficiadas. Por isso, não só nós da Ciju, mas toda Sacramento, só tem a agradecer a preciosidade que é tê-las em nossos meio”, disse a funcionária entregando às irmãs uma lembrança dos servidores.

 

Dom Paulo: Grande riqueza

Para Dom Paulo, a presença e o servir das irmãs para a cidade e para a arquidiocese “representam uma grande riqueza, porque traz uma espiritualidade filantrópica, uma vida cristã muito comprometida na missão missionária, lembrando o chamado do papa Francisco para a missionariedade, que deve ser trabalhado pela igreja”. 

O arcebispo destacou o valor das irmãs, pela falta de vocações nos dias atuais.   “Nossa Igreja no Brasil foi muito marcada positivamente pelos religiosos, mas hoje faltam muitas vocações e elas precisam ser reavivadas através de nosso trabalho, pelo exemplo de religiosas como as irmãs de São José de Cluny”.  

 

Finalizando, lembrando aquele 3º Domingo do Advento, como o 'Domingo da Alegria', o arcebispo afirmou: “A alegria cristã é como a esperança, tem o seu fundamento na fidelidade de Deus e na certeza de que Ele mantém sempre as suas promessas. Jesus convida-nos a olhar, com João Batista, os sinais realizados por Ele, percebendo a ação salvífica de Deus em favor de seu povo”. E encerrou com uma feliz afirmação: “As irmãs são o João Batista de hoje”.

 

As Irmãs de São José de Cluny no mundo

A Congregação Missionária São José de Cluny foi fundada no princípio do século XIX,   1807, por uma jovem francesa chamada Ana Maria Javouhey (1779/1851), beatificada em 15 de Outubro de 1950. Ao falacer em Paris em 15 de Julho de 1951, deixou para o mundo mais de 1200 Irmãs em 140 comunidades espalhadas pelas 5 partes do mundo

No Brasil, elas estão presentes atualmente em oito comunidades em  quatro estados  Lucélia (SP), onde está a  Casa Vice Provincial e Casa de Acolhimento e  Comunidade e mantém o  Lar São Vicente de Paulo, que cuida de idosos     e Creche Ana Maria Javouhey. Em  Santa Fé do Sul (SP) está o  Lar Madre Paulina, casa de recuperação de mulheres toxicodependentes e de orientação familiar e  prevenção. Em Nova Aliança (SP), atuam na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, com pastoral e coordenação paroquial. Em São Paulo, está a casa de formação, e trabalham tambpem na  Pastoral do Menor e da Saúde. Em Paranavaí (PR) matém a Casa da Criança Comunidade Maria Mãe da Igreja, com  Educação Infantil, apoio escolar para crianças e adolescentes, orientação familiar e pastoral. Em Anísio de Abreu (PI) está a comundiade N. Senhora do Perpétuo Socorro, com trabalho missionário. E em Sacramento elas trabalham atualmente na  Creche Ciju - Comunidade N. S. do SSmo. Sacramento. No Brasil, hoje, a Congregação  forma uma grande família religiosa composta por irmãs, leigos associados e jovens da família Cluny.

 

 No mundo, a Casa Mãe ou  Casa Geral fica em Paris (Fr.)  e dali, as irmãs se espalham por cinco continentes, as Irmãs de São José de Cluny continuam a ação evangelizadora de Ana Maria Javouhey em mais de 50 países, cumprindo a mãxima de Ana Maria Javouhey, “Em toda parte onde houver bem a fazer e sofrimento a aliviar”.  

 

‘‘Todos nós somos transformados pelos gestos, pelo bem, pela história’’

Passados 50 anos de história em Sacramento, a serviço de Deus e do seu povo, que palavras poderiam brotar dos nossos corações e dos nossos lábios, senão: muito obrigada!

Em julho de 1851, poucos dias antes da bem-aventurada Ana Maria Javouhey entrar na glória de Deus, ela dizia: “Repasso em minha memória todas as graças, todos os benefícios que Deus nos concedeu e que são tão grandes, tão infinitos que fico até confundida”. Este é o mesmo pensamento que nós, suas filhas, Irmãs de São José de Cluny, hoje temos, ao repassar em nossas memórias esses 50 anos da ação de Deus em nossas vidas e na vida do povo Sacramentano.

Por todo bem realizado nesses 50 anos, queremos agradecer, primeiramente, a Deus, pois foi Ele que o realizou em nós. Queremos agradecer a tantos amigos e amigas que nos ajudaram a realizar este bem. Foram inúmeras as pessoas que ao longo desses anos juntaram as suas mãos às nossas mãos para somarmos forças e melhor servirmos a Deus e ao próximo. Muito obrigada a todos aqueles que no campo da saúde, da educação e formação das crianças, no campo da promoção humana e da pastoral, colaboraram conosco para um maior e melhor e serviço.

Obrigada à todas as autoridades civis e religiosas que colaboraram e continuam a colaborar para que o bem se faça. 

Obrigada a cada um e a cada uma de vós aqui presente e aqueles que de uma ou outra forma marcaram a nossa história aqui em sacramento.

Juntamente com as nossas co'irmãs, espalhadas pelo mundo inteiro, com aquelas que por diferentes motivos de saúde, missão ou distância, não puderam estar presentes, queremos lhes agradecer. Juntamente com as nossas antecessoras que já partiram para a casa do Pai, e de quem queremos fazer particular memória, entre elas, Ir. Benigna Martins, Antônia Fernandes, Tereza Vaz, Luíza de Cristo, e tantas outras, queremos dizer o nosso muito obrigada!

Hoje, a nossa história é a sua história, e para ilustrar isto e como fazemos parte uns dos outros, quero lembrar a história da boneca de sal, sobejamente assim conhecida, mas que nasceu da lenda da deusa do sal que era apaixonada pelo mar e que queria experimentar a beleza do mesmo. Um dia, tomada por este desejo, ela resolveu entrar no mar, então os seus membros foram lentamente sumindo, derretendo-se, à medida em que ela entrava no mar. Uma estrela que do alto do céu observava o que acontecia gritou: você vai desaparecer por completo, daqui a pouco você já não mais existirá! Então, em mais um esforço, a deusa do sal respondeu: Continuarei existindo, porque agora eu sou mar também!

Quando perdemos, gastamos a nossa vida, a nossa história, a nossa existência por um ideal, por um povo, nós acabamos por nos tornar parte deste ideal, deste povo. Desaparecendo, já não existimos, mas lá estamos! Penso que isto aconteceu com as Irmãs que por aqui passaram, e que deram o melhor de si.

Todos nós somos transformados pelos gestos, pelo bem, pela história. Juntas com o povo sacramentano somos uma história e, com este povo cuja história já é também a nossa história, querermos continuar a caminhar no mar adentro, no mar de Deus, onde as nossas histórias jamais se separarão. Muito obrigada por tudo!

 

Muito obrigada Dom Paulo por vir celebra conosco esta Eucaristia de ação de graças, muito obrigada a todas as autoridades civis e religiosas aqui presente, ao grupo coral e a cada um de vós presente. Muito obrigada!