Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Polícia em ação

Edição nº 1701 - 15 de Novembro de 2019

Operação 'Poderoso Chefão' prende três pessoas em Uberlândia, dois  são vereadores

A Operação “Poderoso Chefão”, deflagrada pelo Gaeco no dia 25/10, prendeu três pessoas em Uberlândia, dois deles vereadores, suspeitos de  crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro por dirigentes e empresas com ligação à Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas (Coopass) e à ATP, prestadoras de serviço de transporte escolar à Prefeitura.

 Segundo investigações, a quadrilha lavava dinheiro por meio de laranjas e diversas empresas que estavam em nomes de dirigentes da Coopass e da ATP. O esquema contemplava falsificação de documentos e adulteração de quilometragem percorrida pelos veículos para que fosse feito o repasse dos valores superfaturados à ATP.

Prisões - Foram cumpridos mandados de busca e apreensão e determinado o sequestro de bens e valores dos investigados no limite de R$ 7 milhões.  O vereador Wilson Pinheiro foi preso no dia 25,  passou mal e foi internado na tarde do mesmo dia. Ele recebeu alta na noite do dia 30 e  encontra-se em prisão domiciliar, concedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), pois ainda se recupera de procedimento cirúrgico. Já o vereador Alexandre Nogueira está no Presídio Jacy de Assis, assim como Adeilson Barbosa Soares, ex-Controlador Geral da Câmara Municipal e que seria o controlador financeiro da organização.

O vereador Juliano Modesto já havia sido preso no dia 15/10, pelo crime de obstrução da justiça. Ele teria intimidado o motorista denunciante que levou ao MPE as informações sobre as supostas fraudes praticadas pela Coopass, que prestava o serviço de transporte escolar ao Município de Uberlândia e, que culminou na prisão dos outros dois edis no dia 25.

 A Operação O Poderoso Chefão aponta diferença de 4 milhões na quilometragem e segundo o Gaeco, valor equivale a quase 22 mil voltas no entorno de Uberlândia. “Em 2017, os GPSs voltaram a funcionar e houve uma economia de R$ 7 milhões só para os motoristas que levavam as crianças na zona rural, sem contar os ônibus e as vans especiais que rodavam na cidade”, disse o promotor de Justiça Daniel Martinez.