Um inquérito contra o senador Aécio Neves, que estava no Supremo Tribunal Federal (STF), chegou na tarde dessa quarta-feira 6 à primeira instância do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.
A investigação, que apura suposta fraude em licitações em 2007 para construção da Cidade Administrativa, sede do governo estadual de Minas Gerais em Belo Horizonte, foi remetida à primeira instância após o Supremo restringir foro privilegiado de parlamentares para crimes ocorridos dentro do mandato e ligados ao cargo. O inquérito foi aberto com base nas declarações de delatores da empreiteira Odebrecht, Sérgio Luiz Neves, superintendente da empresa em Minas, e Benedicto Barbosa, ex-presidente de Infraestrutura.
Eles relataram ao Ministério Público que, em 2007, quando iniciou o segundo mandato como governador de Minas Gerais, Aécio organizou um esquema para fraudar a licitação para as obras da Cidade Administrativa, "mediante organização de um cartel de empreiteiras". Segundo as investigações, a propina para o governador seria de 3% do valor das obras.
Essa investigação tinha como relator no STF o ministro Alexandre de Morais, que determinou no dia 8 de maio, o envio para o TJMG. No dia da decisão do ministro, o advogado do senador, Alberto Zacharias Toron, disse que o envio do caso às instâncias inferiores era esperado e reiterou que Aécio “jamais participou da formação de suposto cartel”.
«- A licitação foi objeto de ampla investigação por parte do Ministério Público Estadual que concluiu pelo arquivamento de falsas denúncias após constatar a regularidade de todos os procedimentos. As obras foram auditadas em tempo real por uma empresa independente", afirmou o advogado na nota.