Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Tragédia na BR 262: Acidente mata quatro pessoas da mesma família

Edição nº 1415 - 23 Maio 2014

Marcelo dos Reis Vaz de Oliveira, 34; Maria Vaz de Oliveira, 60; Guilherme Reis Vaz de Oliveira, 10; e Dayane Rayssa Costa, 11, morreram vítimas de acidente, na BR-262, no município de Sacramento, por volta das 18h30, do domingo, 18. Outra vítima, também passageira, Stefânia Ramalho de Oliveira, 11, sobreviveu ao acidente. Segundo informações da imprensa regional e redes sociais, a pequena Stefânia, foi  encaminhada para Uberaba em estado grave.

As cinco pessoas da mesma família retornavam de Uberaba, num GM-Monza, placa GQI-8161/Sacramento-MG, conduzido por Marcelo, quando bateu de frente contra um caminhão Mercedes, de Contagem. De acordo com o motorista do caminhão,  Reinaldo Tomas de Oliveira, ele seguia  sentido Uberaba, quando de repente o Monza, entrou na contramão à sua frente. Reinaldo diz que  ainda tentou evitar a colisão, mas não conseguiu.

Guarnições do corpo de Bombeiros de Uberaba compareceram ao local,  onde realizaram os trabalhos de desencarceramento das vítimas que estavam presas às ferragens do Monza. O condutor do caminhão Mercedes saiu ileso. 

 A perícia técnica da Polícia Civil, juntamente com o IML de Araxá, compareceram ao local, onde realizaram os trabalhos de praxe e os corpos  foram removidos para o IML de Araxá, mas só foram necropsiados após as 10h30 do dia seguinte, por falta de médico legista no IML, e só chegaram a Sacramento, por volta das 13h. Muitas pessoas no velório criticaram essa demora dos legistas para atender as vítimas.

Os quatro corpos foram velados por centenas de amigos e conhecidos, em clima de muita dor e consternação de familiares e amigos que lotaram o velório até o momento do sepultamento. A família, sobretudo Marcilene Costa, que perdeu a mãe, a filha o irmão e o sobrinho, era a mais pura expressão de dor, para a qual não há palavras de alento. 

Num momento como este, um abraço e a presença são  o melhor que alguém pode fazer, exprimir a solidariedade. Assim, um grande número de familiares, de amigos e autoridades estiveram presentes mostrando seu carinho e seu conforto; professoras da APAE  colocaram a bandeira da instituição sobre o féretro do pequeno Guilherme, aluno da Escolinha Tio Toffe e da Casa Assistencial Pe. Antônio Borges, cujos educadores também presentes levaram orações proferidas pelas irmãs, diretora Vera Alice, Francisca e Sebastiana. Professores da EE Barão da Rifaina também levaram conforto aos familiares de sua aluna, Dayane Rayssa.

Sozinho ninguém chega a lugar algum, por isso, a mão, o ombro amigo, uma oração silenciosa ajuda a acalmar os corações sofridos. A dor, o tempo apaga, mas a saudade será eterna. “Deus age em cada um na medida de sua dor, afinal, tudo podemos naquele que nos fortalece, até suportar a dor”, orou o pastor Pedro Paulo, da Igreja  Assembleia Monte Mistério. Após as exéquias proferidas pelo pastor, os quatro corpos seguiram num cortejo para o cemitério São Francisco de Assis.

 

Stefânia continua internada 

No velório, o ET conversou com Marco Aurélio dos Reis Vaz de Oliveira, pai de Stefânia Ramalho de Oliveira, 11, que se encontrava internada em Uberaba. De acordo com o pai, que havia retornado a Sacramento para o sepultamento da mãe, o irmão e os dois sobrinhos, a menina Stefânia havia passado por cirurgia e se recuperava bem. Ainda na UTI, Stefânia continua sob os cuidados médicos. 

“- Ela não sabe ainda que os outros faleceram e não se lembra direito do que aconteceu; ela  pensa que só ela ficou ferida e me disse: “Só eu fiquei mais machucada”, contou o pai, emocionado.   

Um amigo da família, Dorival Martins, de Uberaba relatou que a família foi para Uberaba no sábado. Segundo ele, Marcelo não podia estar bêbado no momento do acidente. “Ele pode ter sentido mal, mas bêbado como se especula, não. Ele bebeu no sábado, mas no domingo, não, porque ele não estava bem do diabetes.  Na verdade, ele passou quase  o dia todo dormindo, pra vir embora. Não sei o que aconteceu, mas bêbado ele não estava”, afirmou.

 

Segundo a imprensa regional, Marcelo não era habilitado “(...) Marcelo dos Reis, condutor do Monza, era inabilitado, portava uma carteira de motorista falsa, inclusive um Agente da Polícia Rodoviária Federal, em consulta ao sistema informatizado da corporação, constatou que Marcelo dos Reis, não tem sequer prontuário de início de processo de habilitação no sistema de Registro Nacional de Carteira de Habilitação (Renach), sendo também constatado que o veículo estava com documentação irregular”

 

Marcelo teria passado mal?

A família Vaz de Oliveira veio de Vazante (MG) para Sacramento há 15 anos. Mudou-se para Uberaba por dois  anos e retornou para Sacramento. De acordo com Cristino Benedito Pedroso, cunhado de Marcelo, a família  foi a Uberaba visitar os parentes e todos ficaram hospedados em sua casa. “No sábado comemoramos o aniversário de meu filho, mas no domingo não teve festa, Marcelo não ingeriu nenhuma bebida alcóolica no domingo”, afirma Cristino, confirmando com os demais parentes a informação de Dorival Martins, de que Marcelo estaria passando mal com o diabetes no domingo. “Quando o diabetes atacava, ele desmaiava”, informam e questionam a versão dos fatos dada pelo motorista do caminhão.