Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Bandidos assaltaram ônibus da ODUS

Edição n° 1220 - 27 Agosto 2010

Nos primeiros minutos da madrugada da última terça-feira, 24, um grupo de estudantes da ODUS (Organização dos Universitários Sacramentanos), foram surpreendidos na rodovia MG 190, próximo ao Banco da Terra, por uma quadrilha armada. 

Os universitários, estavam retornando de mais um dia de sua rotina nas universidades de Uberaba, quando foram abordados por assaltantes encapuzados, e ameaçados a parar o veículo com um tiro de advertência para o alto. O ônibus perde velocidade. O pânico começa. Nesse momento, uma cena que jamais sairá de nossas mentes acontece. A sombra de um homem armado, aparentemente jovem, e dezenas de estudantes incrédulos de mãos para o alto.

“São de onde?” - interroga o homem. “Sacramento” - obtém uma fria resposta. “Estão vindo de onde?” - continua. “Da universidade...” – respondemos, ainda entorpecidos pelo choque. “São todos estudantes?” - insiste. “Sim!”

A última resposta parece não tê-lo agradado muito, já que no visor de destino do veículo estava a inscrição: 'Turismo'. Aparentemente, teriam errado o alvo, o que não nos impediu de passar por vários outros momentos de tensão.

A mesma quadrilha, anterior a esses fatos, havia assaltado e roubado os passageiros de um ônibus da Viação Continental, que faz o destino Patos/Sacramento/São Paulo,  estacionado fora da rodovia, com a traseira ainda na rodovia, porque havia ficado preso num amontoado de terra. Por conta dessa situação, o primeiro assaltante, apontando a arma para M.C., o motorista de nosso ônibus, ordenou que ele empurrasse o ônibus da Continental para um lugar onde tornaria mais discreto o exercício do roubo. 

Vendo que o choque não teria sucesso, houve uma desistência por parte do assaltante, que se limitou a mandar M.C. descer com o veículo para o mato, sentido contrário ao da Continental. E a imaginação que esta situação nos proporcionou, tendo em vista todos os acontecimentos da atualidade, não foi das melhores. Não mesmo! Uns entraram em verdadeiro desespero, outros continuaram estáticos. 

Já na estrada de terra, distante da visão do trânsito da rodovia, a sombra deste primeiro homem, tomou a chave do ônibus e saiu mato a dentro, rumo aos seus companheiros.

Ali trancados, no meio do nada, esperando que chegasse nossa vez. Sussurrando, espiando, consolando, ligando camufladamente para a família e rezando, ficamos um bom tempo, até que percebemos que os monstros de armas já tinham ido embora. O contentamento foi geral, afinal, podia ter se instalado ali uma tragédia, mas o melhor que poderia ter acontecido aconteceu, e todos saímos imunes, fisicamente.

Algum tempo depois, começaram a chegar alguns corajosos familiares e pouco depois, o microônibus da empresa Trans Divisa, para o socorro. Porém, não foi necessário, pois foi encontrada a chave do ônibus em meio a grama. Finalmente, chegou a Polícia Militar, que escoltou o ônibus até Sacramento, mas o pior já havia passado. 

Chegamos em casa, bem mais tarde do que o esperado, mas chegamos bem. Agradecemos a Deus pela vida, esse bem que se evidenciou muito mais precioso do que já se acreditava. Também aos familiares, sempre solícitos e preocupados, e que não pouparam esforços e não tiveram medo de nos socorrer em um momento de perigo. E aos nossos célebres professores de todos os ensinos, que nos proporcionaram o alívio de poder dizer, “SIM, NÓS SOMOS ESTUDANTES!”