Governo vai pagar 13º salário dos servidores mineiros em 11 parcelas

O governador Romeu Zema anunciou nessa segunda-feira 28, que vai pagar o 13º salário do funcionalismo público ativo, inativo e pensionistas em 11 parcelas, a serem pagas entre fevereiro e dezembro. De acordo com o governo, o pagamento será feito sempre no primeiro dia útil após o dia 20 de cada mês. Zema não falou em correção inflacionária do período. 

Segundo o Governo, o estado conta com cerca de 700 mil servidores, sendo 371.786 servidores ativos, 256.081 inativos e 52.000 pensionistas, totalizando 679.867. “Estudamos todas as possibilidades para pagar o décimo terceiro que não foi feito pelo governo anterior e a única forma viável, hoje, é parcelar em 11 prestações. Vamos continuar trabalhando pra tirar Minas do vermelho", disse o governador. 

Para os sindicatos, a decisão de Romeu Zema é 'decepcionante'. 

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado de Minas Gerais (Sindpúblicos-MG), Geraldo Henrique, classificou a medida como "decepcionante e muito injusta". Vejo isso com uma preocupação muito grande, principalmente para aqueles que recebem salários menores. Parcelar em 11 vezes você está tratando desiguais como iguais".

Sind-UTE marca manifestação

Apesar de várias solicitações do Sind-UTE/MG, até o momento, nem o governador Romeu Zema ou a secretária de Estado da Educação, Júlia Sant'Anna, agendaram reunião com a entidade. Nem mesmo durante o período de transição, após o segundo turno das eleições, não aconteceu qualquer contato.

“A educação constitui uma grande e complexa rede com mais de 250 mil servidores e servidoras e mais de 3.600 escolas estaduais, 47 Superintendências Regionais de Ensino. Requer, portanto, um amplo processo de diálogo para resolução dos problemas, valorização da categoria e garantia de direitos para crianças e adolescentes, jovens e adultos”, afirma a nota do sindicato.

Já nesta segunda-feira, dia 28 de janeiro, o governador Romeu Zema, informou através de sua rede social o pagamento parcelado em 11 vezes do décimo terceiro salário referente ao ano de 2018. Para a presidenta do SindUTE, Beatriz Cerqueira, Zema foge do contato com a classe. “Nos parece que ele foge do contato com as entidades representativas, de debater as questões essenciais para a vida dos/as servidores/as estaduais. O SindUTE/MG vem cobrando permanentemente que a questão do pagamento dos salários e o pagamento integral do décimo terceiro salário seja resolvida em definitivo”, cobra.

De acordo com o SindUTE, até o momento, são 7sete ações que tramitam na tentativa de garantir esses direitos além da de mobilizações, paralisações e manifestações, notificações ao governo e ação judicial. A política de comunicação por rede social impossibilita qualquer diálogo. “A falta de diálogo - afirma a presidenta - prejudica, de forma mais acentuada os/as trabalhadores/as que recebem os menores salários, tendo em vista que as parcelas desses/as trabalhadores/as serão irrisórias se comparadas aos maiores salários do Estado”.

Cerqueira, que o foi eleita com mais de 80 mil votos para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa, diz que o Sindicato precisa pressionar por uma mudança de comportamento. “Essa forma de governar  penalizará o funcionalismo e não  podemos aceitar”. 

Diante desta situação da falta de diálogo e da imposição do parcelamento do 13º salário, o SindUTE/MG convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação para uma manifestação no dia 1º de fevereiro com concentração na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.