Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Pequeno produtor rural faz denúncia na CMS

Edição nº 1385 - 25 Outubro 2013

O sitiante Jaime Roberto Borges, mais conhecido por Pezinho, morador do Assentamento Olhos d'Água, ocupou a Tribuna Livre da Câmara, na última segunda-feira, 21, parta tratar de três assuntos:  saúde, melhoria nas estradas rurais e a  criação de projetos que visem a  melhoria na produção e escoamento  de produtos oriundos da zona rural, conforme anunciou o  presidente José Maria Sobrinho, esclarecendo aos vereadores  que o orador deveria se manter nos temas propostos, e que ele teria dez minutos cronometrados, conforme o Regimento Interno da casa.
Pezinho começou lamentando o exíguo tempo que tinha, comparando com a campanha eleitoral dos vereadores que, durante 90 dias visitaram as casas pedindo votos, quantas vezes quisessem, enquanto o povo para usar a Tribuna, deve aguardar 30 dias e usá-la por apenas dez minutos. “Hoje, nós temos 30 dias pra vir aqui e falar dez minutos. Agora, vocês façam a conta, pelo mandato de vocês, quantas pessoas podem falar nessa tribuna”. 
O presidente José Maria Sobrinho interrompeu o desabafo de Pezinho, afirmando que estava cumprimento o Regimento da casa. “É sempre um prazer tê-lo aqui, esta casa tem regras e regras são para ser cumpridas. Chamo a atenção para que, se você não se ativer aos temas propostos, sou obrigado  a  encerrar sua participação”.
Pezinho iniciou queixando-se da situação das estradas, questionando por que o serviço parou depois de 17 quilômetros recuperados. “Hoje não vemos mais maquinário nas estradas, vê lá uma máquina, duas, paradas”, denunciou, passando a reclamar da Saúde.  “A saúde foi comprometida. O que vocês estão fazendo pela saúde do povo de Sacramento, porque uma senhora morreu há pouco tempo com o Cleber levando 'ela' para Uberaba. Cadê os remédios dos postos de saúde, para os seres humanos?
O assentado reclamou também de promessas feitas pelo prefeito Bruno Cordeiro em reunião com os eleitores, acompanhado pelo presidente da Câmara, durante a campanha eleitoral. “Vocês disseram que havia dinheiro para a saúde, educação, estrada boa... E hoje não tem mais”. Pezinho cobrou também do prefeito os projetos que lhe foram entregues para beneficiar a zona rural. “Eram promessas de saúde, educação, estrada boa e nada foi feito. Para a área rural, cadê os projetos que nós colocamos na mão do Dr. Bruno naquele dia, para o pequeno produtor sair da mão do atravessador”. Disse Pezinho que poderia chamar o prefeito hoje de 'Dr. Promessa'.
Pezinho, que votou na coligação que elegeu Bruno, lembrou que fez campanha para o prefeito. “Trabalhei com todo prazer na época, achando que íamos ter mudanças. Trabalhei como voluntário, porque não tinha dinheiro para abastecer meu carro”, afirmou, cobrando da casa projetos sociais para os pequenos produtores rurais. “Cadê as estradas boas para escoar a produção? Não tem um projeto social para o produtor rural, a não ser esses montinhos de calcário. Nós não pedimos duas vaquinhas, não. Vou mandar um recado para o Dr. Bruno Cordeiro: 'Vende as  minhas duas vacas e põe remédio nos postos para o pobres  na periferia de Sacramento e da zona rural'”.
Mais no final de sua fala, Pezinho afirma que não estava acusando ninguém de ladrão ou que estivesse roubando, e pergunta: “Mas se afirmaram na reunião que tinha dinheiro, pra onde ele está indo?
O presidente José Maria interveio, perguntando sobre a reunião em que ele esteve presente com o prefeito Bruno Cordeiro. Veja o diálogo:
“- Que reunião é essa que você fala que eu estive? Porque eu nunca estive em reunião com você, em época nenhuma. A única  vez que estive com você, foi  quando você me pediu R$ 1.500,00 pra fazer campanha. Eu falei que não tinha”.
 - “Eu falei que ia trabalhar como voluntário. Mas na reunião foi o senhor, Dr. Bruno e o vice-prefeito, na casa lá embaixo...
“- Não. Na sua casa eu não fui. O Sr. vai complicar tudo, porque eu não fui em reunião com o senhor...
Pezinho volta a dizer que a reunião foi feita e afirma  que depois conversaria com o presidente da casa. “Depois eu converso com o Sr.” – encerrou o assunto, denunciando mais uma vez problemas na zona rural, citando pontes caídas. Por fim, já esgotado o seu tempo, encerrou, agradecendo.
“- Gente, boa noite a todos vocês. Na próxima vamos olhar melhor para quem estamos trabalhando. Eu não tenho mais nada a dizer”, afirmou, mas ainda denunciou que existem dois idosos sem remédio pra tomar. “Desculpa, porque sou da roça, não sou estudado pra pôr palavras bonitas na boca de cada um de vocês. Muito obrigado”.