Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Scala demonstra responsabilidade ambiental

Edição n° 1313 - 08 Junho 2012

Dia Mundial de Meio Ambiente: 5 de junho. Várias ações são realizadas nesse dia ou durante a semana denominada Semana do Meio Ambiente. Mas ao contrário do que se pensa, a preocupação com o meio ambiente deve ser uma ação diária, não só por parte de órgãos ambientais e empresas, mas de todos, com  ações simples e diárias, que dão bons resultados: coleta seletiva, evitar jogar lixo nos córregos, preservar matas ciliares e APPs, economizando água e energia, dentre outras, que devem começar em casa. 

Esse 'dever de casa' o Laticínios Scala vem fazendo já há algum tempo. E de forma eficiente. No dia Mundial de Meio Ambiente, o ET, além da cobertura na limpeza das margens do ribeirão Borá, o ET entrevistou o gestor de meio ambiente, da Scala, Alex Capuzzo (foto abaixo), no cargo há nove anos, para falar sobre o trabalho ambiental realizado pela empresa, em relação aos efluentes de suas duas unidades de fabricação de queijos. 

“- A empresa cumpre todas as exigências da legislação ambiental, no que tange à responsabilidade ambiental, em todos os aspectos. E frise-se que a legislação ambiental brasileira é muito ampla e rígida. Cumprida à risca é uma das mais perfeitas do mundo. Atendemos a todas as exigências  da FEAM, Ibama, enfim da legislação federal e estadual”, afirmou.

Para o gestor, que tem um escritório montado junto à ETE – Estação de Tratamento de Efluentes, na unidade 1 do Laticínios Scala, a responsabilidade ambiental é uma das grandes preocupações da empresa. “Antigamente, tínhamos um controle de final de tubo, isto é, a fábrica produzia, gerava os resíduos, mas a gente só tinha o controle no final. Hoje, não, temos o controle na fonte. Como, reduzindo o volume de água na fonte, o volume de resíduos, etc. E para isso temos várias ações dentro da fábrica para termos este controle”, disse.

 

Tratamento de efluentes

 

 Há tempos a empresa Scala deixou de escoar no ribeirão Borá os efluentes da indústria sem tratamento. “Hoje, toda a água industrial é jogada no Borá, porém só depois de passar pela ETE, com cerca de 98% de pureza. Os dejetos dos sanitários vão direto para a estação de tratamento de esgoto da cidade, mas a água da indústria, das unidades I e II  vem para a estação de tratamento de efluentes, que funciona 24h por dia. Passam pela estação uma média diária de 700 mil litros d´água, com a carga poluidora reduzida em quase 100%”, afirmou. 

De acordo com Capuzzo, além do monitoramento e análise da água na saída dos reatores biológicos I e II, nos reservatórios de tratamento 1 e 2, é feita também uma análise na água do Borá. “Antes e depois do lançamento da água tratada é feita a  analise da água do Borá, acima e abaixo do ponto de lançamento, isso para ver se há alteração na qualidade da água”.  O esgotamento dos tanques é feito a cada 12h, ás 9h da manhã e ás 21h”, informou.

 

Lavador de gases

 

Outra informação de Capuzzo é de que hoje a indústria não expele mais  a fumaça preta proveniente da queima da lenha nas caldeiras. “Temos hoje lavador de gases para purificar essa fumaça, o monóxido de carbono. Com a instalação desse equipamento, as caldeiras liberam apenas uma fumaça branca que nada mais é do que vapor d'água”, explicou mais.

Segundo o gestor, o lavador de gazes já não existe na unidade II da empresa, por conta da instalação de caldeiras mais modernas. “As caldeiras antigas exigem esse processo de lavação, mas uma caldeira nova instalada na unidade II, é mais eficiente e dispensa a lavação, devido ao multiciclone, que impede que a fumaça sai para a atmosfera”, disse.  

 

Florestas próprias 

 

A degradação ambiental com a destruição de florestas, de  cerrados ou capoeiras não faz parte também da política da empresa, que já é autossustentável na produção de madeira para uso das caldeiras. “As unidades Scala I e II consomem, diariamente, em média, 38 metros cúbicos de lenha e nesse quesito também é autossustentável, isto é, assim como a empresa tem três poços artesianos, licenciados, outorgados,  tudo legalizado, tem também áreas destinadas ao plantio e ao corte de florestas de eucalipto”, justificou Capuzzo, ressaltando: “Embora seja uma floreta própria, tudo é rigorosamente fiscalizado pelos órgãos ambientais, com emissão notas fiscais e tudo  o mais”.

Voltando a Lavoisier, também as cinzas geradas pela queima da madeira, são aproveitadas. “A cinza é muito alcalina, antigamente era usada pra fazer sabão, a 'dicuada' e, nós aqui usamos para corrigir o pH dos efluentes. Antes da cinza usávamos soda cáustica. Gastávamos  cerca de   mil quilos de soda para corrigir o pH, aí fizemos o teste com a cinza e abandonamos a soda. Essa cinza corrige o pH, sai misturada com o lodo e vai ser usada como adubo. Aqui aproveitamos tudo: a lenha queimada nas caldeiras gera calor, que vira cinza, que corrige o pH e o que sobra vai adubar o solo”. 

 

Lodo usado como adubo

 

Se bem disse Lavoisier que “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, a máxima vale para o Laticínios Scala. Ali tudo é aproveitado em  benefício da preservação ambiental. Dos reatores biológicos, onde é tratada a água industrial, sai um resíduo, uma espécie de lodo formado pelas bactérias, que decanta no seu fundo. Dali ele é bombeado para o adensador de onde é recolhido diariamente por caminhões e transportado para as fazendas da empresa, para a recuperação de pastagens e de terras pouco férteis. 

Explica Alex que tudo é autorizado e certificado pelos órgãos ambientais. “Resíduo industrial não pode ser descartado de qualquer jeito. A legislação sobre o aproveitamento de resíduos é muito rigorosa, mas este lodo é permitido, é um adubo orgânico, com  licenciamento  para aplicar nas fazendas, pela  grande quantidade de matéria orgânica e nutrientes.  Diariamente, são retirados cerca de 80 litros de lodo, que vão para um adensador, onde é adensado ainda mais. A água  limpa volta para o tanque e o lodo  é bombeado para o caminhão, que o transporta para as fazendas”, explicou.

 

Poluição sonora

 

A unidade Scala I já foi alvo de reclamações devido à poluição sonora, mas Capuzzo justifica que o controle de ruídos dentro das unidades vem sendo monitorado continuamente. “Uma vez por ano, recebemos especialistas responsáveis pela medição do ruído no perímetro da fábrica. Para isso, são levados em conta vários fatores, tais como proximidade com via pública e localização.  Quando, por ventura, o nível de ruído estiver fora dos padrões temos que adotar medidas de contenção desse ruído. Mas atualmente,  em todas as análises feitas, o nível de ruído sempre esteve dentro da legislação”, afirmou.

 

Mudanças e ampliação da empresa

 

Alex Capuzzo falou também da preocupação dos diretores da empresa em retirar do centro da cidade a fábrica de ração e, também, a unidade Scala I, onde tudo começou. “A fábrica de ração, em breve, será transferida para as margens da MG 190, a cinco quilômetros da cidade. E, a unidade III, que vai absorver a produção de muçarela da  unidade I, deverá ser construída em área já adquirida, também fora do perímetro urbano”, revelou.