Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Lero Social

Edição nº 1718 - 13 de Março de 2020

   Mulheres criam Coletivo Bitita 

Um evento inteiramente gratuito reunindo 26 pessoas no salão da Associação Comercial e Empresarial de Sacramento, a partir das 16h, no último dia 7, às vésperas do Dia Internacional da Mulher, para um café com prosa, seguido da exibição do filme, 'Persépolis (2007), marcou a criação de um grupo transdisciplinar, o Coletivo Bitita. O sugestivo nome homenageia a escritora negra sacramentana, Carolina Maria de Jesus. 

A ideia, segundo o grupo, surgiu da inquietação e percepção da necessidade premente de existir um espaço amplo de cooperação, com práticas voltadas à mulher de Sacramento e região. O coletivo tem como objetivo, além de refletir sobre a diversidade e o cuidado da mulher, proporcionar também o empoderamento das mulheres acerca de seus direitos através de vivências, práticas de Arteterapia, sessões de cinema, debates, palestras com profissionais convidados, etc, oportunizando um ambiente integrado, horizontal e plural”, explicam elas.

Não deixou também de influir na criação do Coletivo Bitita as estatísticas sobre a violência contra as mulheres no Brasil, que até hoje enfrentam violência doméstica, violência sexual, desigualdade de gênero... 

Segundo levantamento feito com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, o país registrou um aumento de 7,3% nos casos de feminicídio em 2019 em comparação com 2018, São 1.314 mulheres mortas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 7 horas, em média. Estatísticas que demonstram seu desamparo, pois a ausência de espaços efetivos para romper com seu silêncio, fortalece suas dores.


Por que Bitita?

O grupo responde justificando que Carolina nasceu em Sacramento/MG, no cenário da Primeira Guerra Mundial, 14 de março de 1914. “Mulher, negra, pobre, favelada, mãe solteira de três crianças, fruto de diversos relacionamentos amorosos (alguns abusivos). Ela representa a ruptura do silêncio e o processo de libertação dos modelos de comportamento impostos à mulher, pela desigualdade de gênero, pelas mazelas de uma sociedade patriarcal racista, machista, perversa e pelos resquícios da escravidão. Bitita era seu apelido”.

O intuito do coletivo é proporcionar também o empoderamento das mulheres e a reflexão acerca de seus direitos através de vivências, práticas de Arteterapia, sessões de cinema, debates, palestras com profissionais convidados etc, oportunizando um ambiente integrado, horizontal e plural”, explicam.

Persépolis - Sobre o filme, a escolha se deu pelos relevantes aspectos abordados pela escritora iraniana Marjane Sartrapi, em sua autobiografia, narrando vivências no estado islâmico, também em meio a guerras, a supressão dos direitos das mulheres, o papel da família, a xenofobia enfrentada em terras estrangeiras e o comportamento social desejável das mulheres. 

“A comparação e distinção entre as vivências das mulheres iranianas e brasileiras, demonstra que todas estão sujeitas à vivência do machismo ao tornar-se mulher, a partir do meio em que estão inseridas. A roda de conversa a partir do filme, proporcionou uma análise das demandas da mulher na sociedade de Sacramento e região, para que se possa traçar futuras ações, através de relatos e vivências trazidas pelas participantes do evento”, analisam, ressaltando o espaço democrático do coletivo.

“- Cinema, Café e Prosa trouxe um diálogo enriquecedor e plural. Pautas representativas e informativas foram abordadas, desmascarando as dores das mulheres de diferentes etnias, classes sociais, orientações sexuais, as pessoas transsexuais, as que cometem delitos, entre outras”.

Com o objetivo alcançado, o encontro terminou por volta das 19h30 com o sorteio de livros diversos e o anúncio da próxima abordagem: 'O cuidado da dor e da existência do Ser Mulher'. 

 

 

BOAS-VINDAS

Boas-vindas ao Tenente Valmir Maurício Dias, novo comandante da 184ª Cia PM de Sacramento. Empossado na segunda-feira 9, Tenente Mauricio assume a vaga deixada pelo  tenente Milton Maffessoni Júnior transferido para  Araxá.  Natural de Patos de Minas, antes da transferência para Sacramento, estava lotado na 225ª Cia PM de Perdizes. Seja bem-vindo!

 

PRIMEIRA DAMA

Incansável na organização das solenidades de comemoração do bicentenário da cidade, a primeira dama da cidade, Maria Tereza Abrate Melo se sentiu honrada ao ser homenageada por uma das mães presentes com uma corbelha de rosas brancas, durante a cerimônia do plantio das 200 árvores no Bosque do Bicentenário. Avessa a homenagens a sua pessoa, a primeira dama sempre declina quando convidada a receber algum mimo. “Muito honrada, recebo com alegria a homenagem, mas compartilho todas essas rosas com cada um daqueles que fazem parte da Comissão, todos merecedores de meu mais profundo respeito e reconhecimento”, agradeceu ao receber o ramalhete da Profa. Maria Angélica Carneiro. 

 

MÃES GUARDIÃS

A presidenta da Comissão dos 200 Anos de Sacramento, Profa. Maria Amélia Alcântara abraça a também professora Leida Silva Araújo, membro da comissão e uma das homenageadas, por ocasião do plantio das árvores no Bosque do Bicentenário Balta dos Reis Bisinoto, em comovente cerimônia realizada no último domingo, 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Na sua mensagem às mulheres homenageadas, saudou a professora: “Nosso bosque terá como guardiães as senhoras e seus descendentes. Penso que aqui ficaremos mais perto do céu!”.