Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Lero Social

Edição nº 1695 - 04 de Outubro de 2019

Nabut entre os  carreteis de linha de sua poesia

‘O Círculo dos Bastidores' é um primor de livro. O escritor Jorge Alberto Nabut toma da mãe costureira, bordadeira nos círculos de bastidores, a inspiração para escrever, desculpe, pincelar em tela, o trick, trick, treck das tesourinhas (é tempo delas, Nabut, pelas terras de Brunswick muitas já enfeitam as beiras do Borá) acompanhando o ritmo lírico dos pedais e agulhas transformados em linhas, traços, flores, ramagens sobre o linho branco marcado pelo papel carbono.

 

Obrigado pelo exemplar, amigo querido. Me fez lembrar Da. Esperança, que também no vai e vem da máquina Singer não me deixou ter inveja de ti por ter assistido de perto a essa arte. Só não tenho o precioso dom do poeta para também transformar em doces palavras os bordados dela. Também ela mesclava linhas coloridas na arte de enfeitar toalhas e enxovais para as filhas. 

 

O enfiar da linha na agulha era uma de minhas práticas para ajudá-la nos olhos já cansados. E isso se mistura ao que dizes nas imagens dos óculos e lápis, nos 'Riscos': 

“... o lápis obedece a silencioso

raciocínio, que o ruído familiar, 

(ápis) pode ocorrer em erro. 

 

apesar do que se dita

é a coreografia do traço

que dá a desenhista

a curva para o selfie.

a saída de escanteio

dos porões do cotidiano.

 

cabe, então, à bordadeira,

levar a abstração ao pano.” 

 

E por aí, o autor artista vai alinhavando seu poema sobre a/s história/s da/s bordadeira/s utilizando todos os matizes das linhas de seda. Ah, vale a lembrança, dos carreteis de madeira, e o verso majestoso: “as linhas das lembranças alinhavam a um só tempo”.

 

No capítulo VII, o poeta abre o coração à Bordadeira, título que abre o poema, 'Mariana Abdanur Nabut', quero crer a matriarca libanesa da família que, após despachar os filhos para a escola, assear o quintal, dar forma ao cabelo anelado, aos lábios cor e às faces rubor desfila com as amigas na Rua do Commercio:

 

“na rua do Commercio (hoje Arthur Machado, grifo nosso)

o desfile de vitrines

encanta surpreende

os modelos os preços

 

sapato 'pra bater' de  A Futurista

agulha nova para eletrola de Ao

Cacique

floreira de porcelana do bazar

São João

blusa bouclé de A Coteninga

relógio de formatura de Joalheria

Gaya

mesinha pé de palito de ao Rei dos 

Móveis

sorvete de baunilha da Linde

casaco de Notre Dame de Paris

 

elas sorriem e divertem

em sapatos de salto carretel

que permitem caminhadas

longas

visitas às primas

no bairro oposto

 

o retorno à casa

 

mais um bastidor bordado...”

 

Não cabe aqui toda a beleza do livro. O bom é ler. Comprar. Receber o autógrafo. E se deliciar com a arte transparente da poesia, como em 'Combinação', aquela roupa íntima que não se usa mais. E quando pensa que chegou ao fim, o poeta nos surpreende com o capítulo IX, 'Souvenir', lembranças e saudades desde 'A Estação' ao 'Acabamento'. Tem que ler.

Que coisa linda Nabut! Obrigado mais uma vez pelo teu 'Livro de Bordar' e pela deferência nas páginas de teu diário. Faço hoje o mesmo no meu pasquim. Receba a amizade sincera do teu Walmor. 

 

 

SHAKESPEARE NO PALCO

Scala Cultural levou em cena na noite de 28 último uma adaptação da peça teatral de William Shakespeare, 'As you like it', traduzido pela troupe, 'Como a gente gosta'. Um musical que superou todas as outras apresentações desde que o primeiro Setembro Cultural inaugurou o projeto patrocinado pela empresa Laticínio Scala. Frederico acabou com o poder de seu irmão, Duque, mas criou sua filha, Rosalinda, junto com a dele, Célia... Rosalinda se apaixona pelo filho do melhor amigo de seu pai, o Duque, e Frederico a expulsa de casa...

E por aí vai. Chiquérrimo o texto... E o inusitado acontece quando o Duque aparece no final da peça, na pessoa de nosso querido pastor, Geovanne, tirado do público... Ei-lo em cena, na foto ao lado.

 

O MESTRE E O DISCÍPULO

O grão mestre Ma Tong Hua trouxe o argentino Emmanuel Pereira (Fu tchen tchen) para participar da Copa. Emmanuel falou de sua satisfação em poder estar na cidade. “Estou muito contente de estar no Brasil e neste evento tão bonito de Sacramento, com o meu mestre Ma Tong Hua, que elogiou o discípulo, ainda aprendendo a arte. “A escada do conhecimento é muito longA, e ele ainda está caminhando”. 

 

ACADEMIA ATLÂNTICA

A equipe de competidores da Academia Atlântica participou nos dias 27 e 28 de setembro, do II Encontro Internacional de Natação, promovido pela Metodologia Gustavo Borges, no SENAC Santo Amaro, em São Paulo, com o objetivo de expandir conhecimento e gerar novas conquistas, pensando com carinho no melhor para os seus alunos. “Um momento único e com vários profissionais renomados,  foi um crescimento para a nossa equipe”, escreve Ihana Junqueira de Castro Bezerra na sua página, na internet. Na mesma data, outra equipe esteve em Belo Horizonte, no VIII Seminário Grupo de Academias Responsáveis e Éticas (GARE), buscando o melhor no atendimento e treinamento.