Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Saudades...

Edição nº 1729 - 29 de Maio de 2020

Polaco 

O funcionário público aposentado, Antônio Claret Scalon, Polaco (foto), morreu aos 68 anos nessa quinta-feira 28, na Santa Casa de Misericórdia de Sacramento, onde estava internado desde o dia 16 de maio, após sofrer  outro AVC. Como já estava debilitado em consequência do diabetes, seu quadro foi agravando até que entrou em coma, vindo a óbito por volta das 16h. 

Seu corpo foi velado a partir das 18h no velório municipal ‘Maurício Bonatti’ por familiares e amigos, vários vereadores e funcionários públicos. O prefeito Baguá não estava na cidade, mas se fez representar. Polaco recebeu homenagens da Associação de Folias de Reis de Sacramento, entidade que ele dirigiu por vários anos, através do canto de uma folia da cidade, e também da Fanfarra da EE Cel José Afonso de Ameida, da qual foi instrutor.

Após as exéquias proferidas por Naninho, Ana Amália e Waleska, foi sepultado às 22h no Cemitério S. Francisco de Assis. Polaco deixa a esposa Valéria Skiffini Scalon, a companheira de todas as horas há 47 anos, e as filhas, Karla e Megg e quatro netos. 

 

Polaco era 'pau para toda obra' 

Paranaense de Apucarana, Polaco, contava com sete anos, quando a família que se mudara para o Sul para trabalhar nas lavouras de café do avô Ernesto Scalon, retornou a Sacramento e aqui ficou pé, construiu sua vida, constituiu família e escreveu a sua história.  

Polaco é daquelas pessoas que podemos chamar de 'pau para todo obra'. Sempre pronto para ajudar e não recusava nenhum tipo de trabalho, enquanto pôde. Fez um pouco de quase tudo.  Foi de engraxate quando menino a garçom, ajudante de sorveteria, auxiliar de escritório, funcionário da Pinusplan. Em 1983 ingressou na Prefeitura, no governo do então prefeito Luiz Magnabosco (Dídia), como auxiliar administrativo e lá foi de técnico esportivo a instrutor de fanfarra; de carnavalesco a coordenador de folias de Reis. E, embora aposentado se manteve na ativa até meados de 2013, como servidor municipal do STC (Praça de  Esportes) onde começou a trabalhar em 1989.

Por anos, Polaco esteve envolvido com o esporte, reativando a liga desportiva, implantando as ruas de lazer, o JES (Jogos Escolares de Sacramento) e iniciou o Copão no Marquezinho, apoiando a iniciativa de desportistas locais.   Apoiado pelo então prefeito Dídia, Polaco iniciou com alguns devotos, dentre eles Jair Ferreira e Zé Nicolau, ambos de saudosas memórias, o Encontro Municipal de Folias de Reis, que era realizado na Casa da Cultura e que  deu origem à Associação Regional das Folias de Reis, em 1992, da qual foi presidente por muitos anos. 

A sua disponibilidade, facilidade de comunicação e de arrebanhar pessoas lhe rendeu também a coordenação e organização do Carnaval, por quase 30 anos. Mas para Polaco, assim  como todo ser humano, sofreu perdas, algumas muito dolorosas, como a morte do pai Tonicão, em 1983, e do filho Thiago,  ainda adolescente, ambos vítimas de acidentes.   Sobre essas perdas, Polaco em entrevista ao ET em 2013, quando foi Personalidade do Ano, disse:  “A vida é assim, cheia de ganhos e perdas, não podemos nos desesperar”. 

Assim era Polaco, realista, com uma disposição a toda prova, mas que de repente não pôde mais,  até que tombou.  Fica a saudade e com certeza se manterá viva a imagem da sua última aparição pública, no carnaval de 2020, quando foi ovacionado pelo povo. Ficarão na memória os seus olhinhos brilhantes de felicidade e seu punho erguido num aceno a todos, gesto que valeu mais que mil palavras...

A Deus, Polaco... 

 

Polaco é unanimidade

O prefeito Wesley De Santi, ausente da cidade, deixou suas condolências à família e falou ao ET sobre suas lembranças do companheiro e amigo. “O Antônio Clarete Scalon poucas pessoas conhecem, mas Polaco é unanimidade em nossa cidade. Homem de posicionamentos firmes, extrovertido e de grande coração. Deixa marcas indeléveis como servidor público, carnavalesco por excelência, homem de grande fé cristã manifestada grandemente na festa de Santos Reis e, foi um homem intimamente ligado ao esporte. 

Polaco é daquelas poucas pessoas que marcam presença de uma forma ou outra na vida do povo de Sacramento. Sempre há uma história ou um acontecimento em que Polaco está envolvido, denotando sua figura polêmica, porém humana, estendendo a mão e ajudando àqueles que precisam. Falo de polaco no presente, porque ele continuará no meio de nós como digno cidadão e homem de bem e pelo grande legado que deixa. Rogamos a Deus o conforto para a família”.

 

 

Aos 91 morre Idalides Felício

A funcionária pública aposentada, Idalides Felícia Ferreira (foto), morreu aos 91 anos, nessa segunda-feira 25, na Santa Casa de Sacramento, às 14h30, vítima de insuficiência cardíaca,  diabetes e complicação com pneumonia, depois de ficar internada por 20 dias na Santa Casa local. Idalides foi velada por familiares e amigos e sepultada às 20h, no Cemitário São Francisco de Assis, após a reza do terço e orações feitas pelos familiares e demais presentes, pois a bênção (unção dos enfermos) Idalides recebeu minutos antes de morrer. “Minha avó era muito católica, tinha muita fé e isto nos faz acreditar que ela estava só esperando receber a bênção, porque longo depois da visita do Pe Antônio Carlos, ela faleceu”, destaca a neta Karine Ferreira Silva. 


Mulher de força e fé

Idalides foi uma batalhadora, uma mulher de força e fé. “Minha avó foi um exemplo de mulher. Abandonada pelo marido com um filho pequeno e grávida do meu tio Luismar (Cinzano), de saudosa memória), foi à luta. Trabalhou em muitas casas de família, até que foi para a EE Coronel José Afonso de Almeida, onde se aposentou”, relata a neta.

 Aposentada, Idalides  pôde então ficar só por conta da casa e das festas de Santos Reis de que tanto gostava. “Vovó era devota dos Três Reis e ela com os irmãos (Alice, Iulca, Naira, Belício, Zezinho, Rita, Olinda, Iolanda e Tereza), se juntavam e  faziam festas todos os anos. Eram festas com muita gente. Eu me lembro que era muita fartura, muita carne de porco, vaca, comida feita em panelões e muitas latas de doces. Era muita felicidade pra eles, quando terminava a festa e já começavam a pensar na do ano seguinte”. 

Com o tempo, as famosas  festas de Reis da família, foram acabando, afinal foram envelhecendo, mas Idalides, passou a fazer, na mesma época,   anualmente,  o café da manhã para os congadeiros”, lembra mis Karine. “Minha tia Rita que, devido a problemas de saúde, foi parar numa cadeira de rodas, era muito devota de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, então, como não podia ir onde estava a congada,  vó Idalides preparava o café da manhã para a Guarda de São Benedito de Sacramento e grupos de congada que vinham de fora para receber os congadeiros”. 

Idalides foi muito dedicada à família. “Ela foi mãe e pai. Meu pai (Milton)  e meu tio Cinzano foram criados com todo zelo e  cuidado. Ela era uma mulher forte. Não se abalava com pouca coisa, não. Era uma vovozona, tinha um carinho especial pelos netos, nos ensinou muito, inclusive, sobre religião. O meu primeiro terço ganhei dela, junto com um livro que ensinava como rezar e que tinha várias  orações. Ela me levava à missa, me ensinava os valores da religião.  Ela era muito católica, tinha muita fé... Agora voltou à casa do Pai com 91 anos”, conclui a neta.

Na Escola Coronel, onde trabalhou a maior parte de sua vida, a funcionária pública, Idalides Felícia, foi uma exímia profissional. “De sorriso suave, terna, fala baixa, com a cabeça meio curvada era uma mulher que impressionava pela sua simpatia e dedicação à escola e ao próximo. Está nos braços do Pai”, lembra o professor Walmor que com ela trabalhou vários anos, completado pela amiga, Vera Yolanda. “Eu me lembro que ela trabalhava 'de fora'” – expressão usada pelas funcionárias para designar aquelas que trabalhavam fora da cozinha. “Mas o que me impressionava nela era sua educação e cordialidade para com todos. Aprendi muito com ela, com sua experiência, com calma e cortesia me ensinava tudo”, lembra com saudade a colega. 

Idalides  deixa o filho Milton, seis netos, 12 bisnetos e três tataranetos e uma grande história de vida.

 

Antero Paiva morre em Ribeirão Preto  

Um dos primeiros funcionário da Cemig, que aportou na cidade em 1966, logo que a Usina Hidrelétrica de Jaguara iniciava sua construção, Antero Ribeiro de Paiva (foto), há alguns anos residindo em Ribeirão Preto, morreu no dia último dia 19, aos 87 anos, no Hospital Ribeirânia, onde estava internado há dez dias, em consequência de agravamento do mal de Parkison, doença que o acometeu quando tinha 80 anos, conforme informações do filho Arinaldo Paiva. 

“Há sete anos, papai começou a sofrer o mal de Parkison, mas sempre se esforçando para não se entregar à doença. A partir dos últimos nove meses, porém, ele veio ficando cada vez mais debilitado e parando de andar nos último dois meses. Permaneceu internado dez dias, mas não resistiu”, informa.

  Após as exéquias, Antero foi sepultado no Cemitério Bom Jesus daquela cidade, ao lado da esposa, Maria Francisca de Paiva, companheira de 56 anos de vida matrimonial, falecida há  sete anos. Deixa cinco filhos, dos sete que gerou: Antônio Carlos (Renata), Arnon José (Sarah), Arinaldo (Solange), Arnaldo Tadeu ( Delma) e Ana Gorete (Divaldo), netos e bisnetos e um grande número de amigos por onde passou. 

Antero Ribeiro de Paiva era natural de Carrancas, no Sul de Minas, e chegou a Sacramento em 1966 para trabalhar na construção da usina de Jaguara, onde permaneceu até se aposentar, em 1985. “Papai começou como mecânico e mais tarde passou a motorista. Até se aposentar, residiu na Jaguara Velha e depois na Vila de Operadores da Cemig”, informa Arinaldo, recordando como se deu a sua efetivação como motorista da empresa. 

“A construção da usina acabou quando papai tinha 38 anos. Havia uma vaga para motorista e ele precisava ser efetivado, só que a Cemig só efetivava funcionário até os 35 anos e ele, como tinha 38, iria ser dispensado. Muito preocupado, mas como bom mineiro, deu o seu jeito. Eu me lembro direitinho daquele dia, como se fosse hoje. Ele pegou a mamãe e os cinco filhos, botou numa rural que ele tinha e rumou para Belo Horizonte. Ele nos deixou na casa da minha tia Tereza, em Sabará, e foi com mamãe para o prédio da Cemig, no centro da capital”. 

Prossegue o filho contando que o pai permaneceu em frente ao elevador por onde o presidente da Cemig, Dr Camilo Pena, sairia. “Quando o presidente saiu do elevador, papai se aproximou e disse: 'Dr Camilo, o sr. está lembrado de mim, o Antero, lá de Itutinga? Nós trabalhamos juntos na usina'. Dr Camilo o reconheceu e ele explicou a situação, falou que tinha cinco filhos, que existia a vaga, mas tinha 38 anos. Papai contava que Dr Camilo anotou o seu nome numa caderneta de bolso. Quando retornamos a Jaguara, o Antônio Silvano (de saudosa memória), encarregado da usina, perguntou o que ele tinha feito em Belo Horizonte, porque a sua efetivação estava autorizada. E foi uma felicidade, ele trabalhou mais 15 anos como motorista, até sua aposentadoria”.

  Em Sacramento, Antero tornou-se uma pessoa atuante, dedicando-se à Igreja da Vila de Jaguara. Era Cursilhista, foi coordenador de uma Ultreia e de encontros de casais. Foi muito amigo do Pe Saul e dos padres redentoristas, Gil, Alberto Pasquoto, Magalhães, Marques. Os grupos de jovens iam a Jaguara com os padres e ele sempre lá receptivo com mamãe. Eram momentos muito bons, uma época muito boa da família”, recorda Arinaldo.      

Um homem do trabalho. Antero era um homem forte e trabalhador. De acordo com Arinaldo, gostava de andar a pé e sempre carregava uma sacolinha com relógios e outros objetos para fazer 'catira'. “As pessoas conhecidas quando o viam, já perguntavam: 'o que trouxe de novo pra nós?'; 'o que tem de bom aí hoje'? E assim ele ia vivendo. Era muito brincalhão e alegre. Gostava de fazer favor e ajudar as pessoas no que estivessem precisando”. 

Antero tinha muitos amigos em Sacramento. Assim que se aposentou, mudou-se para Ribeirão Preto, mas nunca esqueceu a cidade. Fica a saudade!

 

Ciclista morre atropelado na MG-428

Carlos Eduardo Rodrigues morreu na tarde dessa quarta-feira 27, por volta das 16h30, no Km 84 da MG 428 (Sacramento/Franca), próximo à divisa do estado de Minas Gerais com o estado de São Paulo. Carlos Eduardo Rodrigues, que seguia de bicicleta, foi atropelado por uma caminhonete Saveiro e morreu no local. 

O motorista da saveiro foi encaminhado para um hospital da cidade de Rifaina.  O corpo de Carlos Eduardo Rodrigues foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Araxá (IML). 

O ET entrou em contato com um familiar de Carlos para obter mais informações pessoais e sobre o sepultamento, inclusive uma foto, porém não obteve  êxito e o B.O. que nos foi enviado pela internet abriu apenas parcialmente.