Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Jander Ruela é premiado com livro em Cuiabá

Edição nº 1687 - 09 de agosto de 2019

O cirurgião dentista, Jander Ruela Pereira 62, é de Aimorés (MG), mas passou por Sacramento boa parte de seus belo anos de adolescência e juventude, ao lado dos pais, José Francisco Pereira, de saudosa memória, subgerente do Banco do Brasil nos anos 70, ela Jordelina Ruela. Bom aluno, bom goleiro de futsal e bom amigo, o que, por si só, basta. Mas Jander deixou plantadas raízes indeléveis ao encontrar sua cara metade, a bela sacramentana, Paula Cruvinel. E desde então, Sacramento ficou no coração. Até que, com o canudo de odontólogo nas mãos se mandou para o Pantanal mato-grossense. E lá se fez doutor de dentes e escritor. 

No último final de semana nos fez a surpresa de visitar a redação do ET com seu último livro publicado, 'Nonô Farol Baixo: Rio acima, rio abaixo', que conquistou o  1º lugar do projeto Cultural, no quesito Literatura, relativo aos 300 anos de Cuiabá (MT). Nos brindando com a obra autografada, bem pessoal: “Quando a gente sonha e pode diviir esse sonho com os amigos, esse sonho se torna realidade...”, Jander trocou algumas palavras com o editor do ET sobre os livros publicados. 

Falando de seus dois primeiros livros, 'Eu amo o fusca' marcou o início da vida de escritor de Jander Ruela. Não como autor, mas como autor de um dos 56 textos publicados por um organizador, patrocinado pela Volkswagen. “O conto, 'Eu amo o fusca' foi meu primeiro prêmio ao participar do concurso da Volkswagen do Brasil. O segundo livro foi uma narrativa histórica sobre os '100 Anos da ABO' (Associação Brasileira de Odontologia) da qual fui diretor”. 

Em abril último, Ruela conta a vida de um personagem caricato de Cuiabá, que denominou de 'Nonô Farol Baixo', com um subtítulo 'Rio acima, rio abaixo', publicado pela editora Carlini & Caniato, que acreditou muito no livro e o colocou no concurso, 'Os 300 anos de Cuiabá', e que logrou mais um prêmio ao autor, na categoria 'obra literária'. “Tivemos sorte e mais uma vez fui premiado, mas sem levar o prêmio”, lamenta, justificando que nenhum dos vencedores recebeu o valor do prêmio por conta da crise econômica vivida pela prefeitura da cidade.

De acordo com Ruela, Nonô Farol Baixo é um personagem fictício que tem um defeito no olho, daí 'o farol baixo', um olhar para baixo. Não bastasse, Nonô também era um bebum das ruas da cidade. “Pedia Nonô que, quando morresse, seu velório fosse celebrado com uma festa...”.

A ideia veio de uma cliente do dentista que lhe contou sobre o velório de seu pai, que estava rindo no caixão, porque inverteram a sua dentadura. A de cima foi colocada na arcada inferior e vice-versa. “Por isso ele ficou com aquele sorriso e o velório foi uma festa... No livro, cito também algumas celebridades de Cuiabá que foram ao velório, então foi uma homenagem a algumas pessoas, inclusive que já morreram. É um livro atual, porque são pessoas que passaram pela nossa vida”, resume. 

Curioso e observador, trabalhando junto ao povo ao comentar jogos em estádios, Jander veio ao longo desses 40 anos de vida em Cuiabá, colecionando esses 'causos' que acabaram inspirando o 'Nonô Farol Baixo'. “Então, além de ser um livro atual, é um livro pra rir muito”, observa.

 Jander se formou em 1979, no ano seguinte, casou-se com sacramentana Paula Cruvinel e juntos tiveram três filhos: Ana Paula, Guilherme e Stael, e são avós de dois netos.