Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Morre em sua fazenda o Prof. Arnaldo Gobbo

Edição nº 1450 - 30 Janeiro 2015

O Prof. Arnaldo Gobbo (foto), 77, morreu de um ataque do coração, dia 4 de janeiro, domingo, logo após ter tomado um prato de sopa no almoço, em sua residência, na fazenda das Mangueiras, de sua propriedade, onde nasceu e onde foi viver após sua aposentadoria. Ultimamente, residindo sozinho, Arnaldo foi encontrado deitado no sofá, ainda com o corpo em temperatura normal, pelo irmão, Áureo Gobbo, por volta das 13h00. 

Arnaldo é sacramentano, o quarto filho de Severino Gobbo e Maria Gerolim Gobbo. Cresceu na fazenda ao lado dos irmãos, Áurea, Alceu, falecido (Oraide), Hugo, falecido (Orfélia), Alda (Irineu) e Áureo (Lourdes). Os seus estudos foram quase todos feitos no Seminário São José, em Uberaba, onde cursou também Filosofia e Teologia. Antes de ordenar, Arnaldo deixou o seminário e foi trabalhar como professor em Perdizes. Pouco tempo depois, foi morar em Santa Juliana onde celebrizou-se como professor e diretor da Escola Estadual de Santa Juliana, onde se aposentou.  

Solteiro, retornou a Sacramento e foi morar na fazenda de sua propriedade. “Ele voltou e ficou na fazenda, não quis vir para a cidade e nós estávamos preocupados, porque ultimamente ele não estava muito bem”, diz a irmã Alda, explicando que Arnaldo vinha recebendo acompanhamento médico há algum tempo, em Sacramento e Uberaba. 

Lembra Aldinha que, em uma de suas consultas em Uberaba, o médico recomendou que ele viesse morar na cidade, mas ele se recusou. “Ele havia feito todos os exames e estava bem, no momento a pressão era normal, mas quando foi recomendado a vir morar na cidade, para não ficar sozinho na fazenda, sua pressão foi a 22.  Então, o médico aconselhou a deixá-lo quieto na fazenda, porque se o tirássemos de lá, ele ficaria contrariado e seria perigoso”, recorda Aldinha.

No sábado anterior a sua morte, lembra mais a irmã que Arnaldo estava muito bem. “No sábado o Rubens e o Herlos, afilhado dele, foram à fazenda e voltaram impressionados de como ele estava bem. Mas no domingo, ele faleceu”, conta. 

De acordo com Alda, Arnaldo estava sozinho em casa. “O Áureo diz que chegou, chamou, chamou... e aí ele entrou, em cima da mesa estava um prato de sopa e ele sentado com a mão no rosto e estava morto...”. O atestado de óbito foi assinado pelo médico Pedro Theodoro, que esteve no local. Arnaldo foi velado no Velório Municipal Maurício Bonatti por familiares, amigos e colegas vindos de Santa Juliana. Após as exéquias, foi sepultado às 10 horas da manhã da segunda-feira 5, no Cemitério S. Francisco de Assis, próximo aos túmulos de seus pais.

Para a irmã Alda, Arnaldo era uma pessoa maravilhosa. “Era muito família, uma pessoa muito boa como filho, irmão, tio, amigo, mas era uma pessoa muito decidida, quando ele falava não, era não mesmo”. 

Em Santa Juliana, Arnaldo foi uma pessoa muito querida. Agraciado com o título de Cidadão Honorário, foi sempre reverenciado por colegas professores e alunos, que o visitavam sempre na fazenda. A professora e amiga, Ceris do Carmo Marques, trabalhou com Arnaldo em Santa Juliana e elogia o seu trabalho no magistério. 

- “Ele foi um grande professor e diretor. Uma pessoa muito dedicada com a escola, fez maravilhas pela educação. Ele tinha paixão pelo magistério, trabalhava muito, gostava muito dos professores, servidores  e alunos e era muito querido por eles. O povo da cidade gostava muito dele, tanto é que, dizem,  vão denominar uma praça da cidade com seu nome, uma praça que foi idealizada por  ele. Era um homem muito decidido. Lembro-me de que ele construiu, ele mesmo como pedreiro, uma quadra de esportes na escola. O que  ele podia fazer, fazia. Homem também de visão, na sua gestão como diretor, comprou uma grande área anexa à escola, dando a possibilidade de ser ampliada futuramente, o que aconteceu”, elogia.

Diz mais a Profa. Céris que Arnaldo era muito humilde. “Ele  só tinha um defeito, era caladão, nunca se abria, ninguém sabia de sua vida pessoal, era muito introspectivo”. De acordo com Ceris, Arnaldo não ocupou nenhum cargo público, nem atuou na política   em Santa Juliana, deixou, entretanto, uma grande e relevante folha de serviços prestados à cidade no campo da Educação. Fez história no magistério” – afirma, finalizando: 

“- A  grande paixão de sua vida foi o magistério. A vida dele foi para a educação. Ele era chamado de 'Professor Arnaldo', era uma pessoa muito respeitada na cidade”. Ceris destaca ainda que tanto Arnaldo  quanto ela foram agraciados com o título de cidadania honorária de Santa Juliana.