Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Saudades...

Edição nº 1698 - 25 de Outubro de 2019

Morrem os primos, Macalé e Ditinho

Primos, charás, vizinhos, a mesma madrinha de batismo e pedreiros, com uma longa jornada de serviços prestados nas mesmas obras e quis ainda o destino que fossem para os braços do Pai no mesmo dia 20. 

Benedito Roberto Ferreira, o Macalé (foto), morreu na tarde do domingo, às 14h30, por insuficiência respiratória e outras complicações, no Hospital Regional, em Uberaba, onde encontrava-se internado desde o dia 14 de setembro. Velado no Velório Maurício Bonatti, após as orações fúnebres, foi sepultado no Cemitério S. Francisco de Assis.

De acordo com o filho Anderson Roberto (Macalezinho), o pai foi internado na Santa Casa local, vítima de infarto no dia 7 de setembro. “Ele ficou internado sob cuidados médicos, apresentando dificuldade respiratória, até que seu quadro se agravou, quando foi transferido para o Hospital Regional, sete dias depois. Papai era fumante desde os 16 anos, tinha crises, mas não parava de fumar. Seu estado se agravou e foi para a UTI, com várias complicações decorrentes do infarto, o problema respiratório até que não aguentou...”

Macalé era o primogênito do casal Homilton Ferreira (Bigico) e Irene de Lourdes Ferreira, que depois de 15 anos tiveram mais três filhas, Maria Aparecida, Fátima e Irene. Macalé foi casado com Ilda das Graças Adão, com quem teve os filhos, Anderson, Andreia, Adriano e Júlio César (Arlete), que lhes deram seis netos. E teve uma grande história de vida e de trabalho social, que sem dúvida, daria um livro.

 

Questões esportivas e sociais

Macalé tinha o coração verde e branco do Clube Treze de Maio, do qual seu pai foi um dos fundadores. “Papai foi nascido e criado dentro do 13 de Maio e ajudou a fundar o clube. Jogou muita bola no 13. Eu não vi, mas os amigos até hoje relatam que ele era bom de bola e ganhou o apelido de Macalé, por causa do zagueiro do Goiás, Tião Macalé, conta Anderson, destacando que seu pai foi pedreiro e diretor e voluntário do Clube 13 de Maio. 

“Ele parou de jogar bola, mas continuou ligado ao clube como diretor, por várias gestões, chegando à presidência, e também ligado ao esporte. Não sei se ele ajudou a fundar o Clube Operário, mas ele foi presidente lá, por um tempo. Papai era muito engajado, gostava de estar onde tinha movimento, festa, muita gente. Não tinha preguiça não, e, apesar dos poucos estudos ele entendia bem de regulamentos, lia muito, sabia o que falava”.

Macalé foi exímio tocador de piston e fez parte dos grupos que animavam os animados carnavais do  Sacramento Clube, no Treze de Maio e na banda do Carabina. “Antes da bando do saxofonista Carabina, ele tocou em outra banda, mas se fixou mesmo com o Carabina, junto com Cachimbeiro, Sebastião e Gilmar Caiana, Curtume, Bandoleiro, Dutra...”

Nos últimos anos, Macalé começou a curtir a bela Terceira Idade, participando do Grupo Arte de Envelhecer, que completou 20 anos em julho último, do qual foi presidente e frequentador assíduo dos encontros e bailes semanais.  

Macalé deixa também seu jeito peculiar de se vestir, o tradicional chapéu de aba estreita e seu indefectível andar de 'manhoso'. “Papai era vaidoso, gostava se ser elegante, estar bem vestido, roupa passadinha, sapato de bico fino, camisa social. Alguns amigos dele, brincavam que ele, quando ia sair, ficava na frente do espelho arrumando o cabelo, se ajeitando e aí dava uns passos para trás e voltava andando para ver como ia andar na rua, ou seja, ensaiava os passos em casa. Ele tinha mania de andar com os braços para trás, igual meu avô, fala mansa... Tinha pressa não”.

Para o filho Macalezinho, o pai foi um grande homem. “Criou com amor todos os filhos,  fez o seu melhor, viveu bem a sua vida, era  amigo, bom camarada e agora fica a saudade”.  

Ditinho 

Benedito dos Santos (foto), morreu em sua casa aos 62 anos. O seu corpo foi encontrado por vizinhos, que estranharam a sua ausência. De acordo com a irmã, Maria Abadia (Baduca),  Ditinho que era pedreiro, era uma pessoa sadia, mas há pouco tempo começou a ter problemas de diabetes, mas  estava sempre fazendo controle. 

Ditinho morava sozinho, desde que ficou viúvo. “Meu cunhado, Rodrigo, foi levar o almoço pra ele, chamou, chamou, ele não atendeu. Então, decidiu ir para casa e voltar lá mais tarde. Os vizinhos preocuparam, porque ninguém o tinha visto, então chamaram o amigo e vizinho, Marco Túlio. Entraram e o encontraram morto na cama. Morreu naturalmente,  nem precisou levar para o IML...”, explica Baduca ao lado da tia, Doralice.   

Viúvo de Elisa Raquel de Souza,  Ditinho era filho  de Benedito dos Santos e Luzia Maria dos Santos, pais de cinco filhos, Maria Aparecida e João Antônio  ambos falecidos, e deixa duas irmãs Maria Abadia e Maria Cristina (Rodrigo). 

Ditinho foi velado por familiares e amigos e sepultado no cemitério São Francisco de Assis, na segunda-feira 21, às 10h, após as exéquias proferidas por padre Antônio Carlos. 

 

 

Morre em Goiânia, Gilberto Cassiano

O sacramentano Gilberto Bianchini Fornazier Cassiano 78 morreu às 8h dessa segunda-feira 21, no Hospital de Urgências de Goiânia, vítima de AVC hemorrágico. Velado no Complexo Vale do Cerrado, após as exéquias, foi sepultado no cemitério anexo.

 Filho de Nicanor Cassiano e Joana Fornazier, era viúvo de Wanilda Toledo Cassiano e deixa duas filhas, Elza (Antônio) e Patrícia (Joaquim) e dois netos. Deixa também as irmãs, Íris Cassiano e Maria Alice, residentes em Sacramento, e Antônio (Toniquinho), José Antônio e Carlos Cassiano, residentes em Uberlândia. 

De acordo com a irmã Maria Alice, no final de agosto, Gilberto estava fazendo compras em uma feira próxima a sua casa, quanto teve um mal súbito. Socorrido pelos amigos feirantes, foi atendido pelo resgate, sendo encaminhado ao hospital, onde teve um AVC hemorrágico. Submetido a uma cirurgia, permaneceu sob cuidados na UTI, apresentando apenas lapsos de lucidez. “Estivemos lá e ele chegou a balbuciar alguma coisa, mas não nos reconheceu. Até que veio a óbito nessa segunda-feira”, recorda, emocionada a irmã Maria Alice. 

Lembra mais a irmã que Gilberto saiu de Sacramento em 1960, aos 19 anos para residir em Brasília, capital do país inaugurada em 21 de abril daquele ano. Trabalhou como motorista, até ingressar na carreira de funcionário público federal, passando pela Portobras e Denit, onde se aposentou. Casou-se também em Brasília e ali viveu até sua aposentadoria ao lado da esposa, até mudar-se para Goiânia.

Apesar de ter deixado a terra natal há 59 anos, Gilberto tinha um carinho muito grande por sua terra natal e sempre estava por aqui. Antes, para visitar os pais e, nos últimos anos, para estar com as irmãs e irmãos que aqui também se reuniam. “Gilberto era muito família, foi muito bom filho, marido, pai, avô, um grande irmão... Era uma pessoa muito alegre, muito de bem com a vida. Fica uma grande saudade”, recorda Maria Alice.


Mariana adorava a vida

A sacramentana Maria Ana Cordeiro Demartine era a filha caçula de Itagiba Cordeiro e Delfina Fidelis Cordeiro, ainda viv, de uma irmandade de 12. Casou-se com Henrique Demartine, com quem teve nove filhos: Rita Maria (Antônio), Maria das Graças (David), Ângelo Antônio (Selma), Delfina, José Henrique (Alessandra)Maria do Carmo (Geraldo), Itagiba (Renata), Ana Maria (Eloísio) e João Alexandre (Débora). Deixou ainda 11 netos e dois bisnetos. 

Cheia de saúde, nos seus belos 88 anos, em outubro do ano passado sofreu uma queda e quebrou o fêmur. Após a cirurgia veio um longo período de convalescência, sempre sob os cuidados de profissionais, aos quais os filhos são reconhecidos. “Tivemos cinco anjos. Dr. Pedro Teodoro, que fez da medicina uma história de superação física; o fisioterapeuta Lucas, que tratou do seu corpo, com carinho e profissionalismo; Anesia, uma filha a mais no seu coração; Simone e Idelma que fizeram desse último ano, bálsamo para sua vida”.

Segundo os filhos, há 25 dias atrás começou com graves problemas pulmonares. “Lutou para se recuperar, pois adorava a vida. Amava intensamente. Mas dia 23 último foi descansar”. Velada no Velório Maurício Bonatti, após as exéquias proferidas por Pe. Antônio Carlos, foi sepultada no Cemitério S. Francisco de Assis.