Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Família Martins está de luto

Edição nº 1169 - 04 Setembro 2009

José Eurípedes Martins, 46, faleceu na terça feira, 1º, vítima de asfixia por enforcamento, próximo a 'Lagoa dos Crema', na estrada da Gruta dos Palhares. O corpo foi encontrado na quarta feira, 2, por um funcionário da fazenda. A perícia compareceu ao local e o corpo foi encaminhado ao IML de Araxá por volta das 17h00, retornando à cidade às 22h00. Após ser velado por familiares e amigos, José Eurípedes foi sepultado às 8h00 da manhã da quinta feira, 3, no cemitério local. 

José Eurípedes era filho de José do Carmo Martins e de Maria Benedita Martins e deixa a esposa Claristina dos Santos e três filhos, três maiores com a primeira esposa e um bebê de nove meses com a atual mulher. 


José Eurípedes já havia tentado contra a vida outras vezes

De acordo com o pai, José do Carmo Martins, há mais ou menos quatro anos, José Eurípedes teve uma depressão e tentou contra a vida. “Ele tentou se enforcar, mas a corda arrebentou. Ele fez tratamento, esteve internado, melhorou. Mas depois ele tentou suicidar-se com uma faca. Deu três facadas no peito, mas escapou. Quando ele saiu do tratamento, o médico pediu para ele procurar uma religião, pediu para deixar de beber. Ele não foi mas estava indo bem', narrou com resignação.

 Um homem marcado por uma fé inabalável, José do Carmo, lembra o filho dando uma lição: “A vida nunca foi fácil, sempre houve muitos problemas no mundo, mas hoje está pior, principalmente de uns anos pra cá. Antes, as pessoas caminhavam mais para Deus, as pessoas buscavam Deus. Nós sabemos que no mundo sempre houve erros, mas havia mais Deus. Hoje, as coisas estão diferentes, as pessoas perderam a fé.  As pessoas precisam ter Deus na vida, porque as coisas ruins são traiçoeiras”. 

A família não sabe o que motivou o suicídio de José Eurípedes. “Ele estava trabalhando, mas a firma foi embora e não fizeram o pagamento. Ele sempre foi muito direito com as coisas, com os pagamentos. Ele ficou sem receber, estava mexendo na casinha dele, tinhas umas dívidas e estava muito preocupado, sem emprego. Ele estava muito encabulado esses dias”, deduz. 

Carmo conta que na manhã da terça feira, José Eurípedes saiu cedo, dizendo que iria a casa do tio Alencar, num sítio na estrada da Gruta. “Ele foi e não voltou. Não apareceu também à tarde. Então, fomos a casa do  compadre Alencar e soubemos que ele tinha estado lá antes do almoço. Ficamos esperando e ele não voltou. No outro dia, quarta feira,  começamos a procurar. Acionamos a polícia. Fomos à pedreira e nada. Só mais tarde é que chegou a notícia de que ele estava  numa árvore”.

Conformado, José do Carmo afirma. “É muito triste, mas  Deus sabe o que faz. Rezamos o terço, o padre fez as orações, todos pedimos para Deus perdoá-lo  pelo que ele fez. Deus o perdoou, nós rezamos muito para que Deus o perdoasse. Foi um choque pra nós, a gente já está de idade, é um choque grande. Mas, com certeza,  Deus lhe deu a luz eterna”. 

 

A família agradece as manifestações de solidariedade. “Quero agradecer os amigos, as pessoas conhecidas, as pessoas que rezaram. Deus lhes pague”.