Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Futsal profissional: Mião, mais um talento do esporte no Praia Clube

Edição nº 1408 - 04 Abril 2014

Gustavo Werx Mião, 17 é mais um sacramentano a tentar a vida esportiva no futsal profissional de Uberlândia, para onde se mudou dia 10 último. Filho de Débora Aparecida Mião Silva, Gustavo fez  os estudos  até o 9º ano na EE Sinhana Borges  e este ano iniciou o ensino médio na Escola Coronel, até se transferir para Uberlândia, onde prossegue também os estudos.

Gustavo conta que iniciou no futsal aos oitos anos, jogando as 'peladinhas'  na quadra ao lado da Escola Profª. Sílvia Vieira (Pré) e na Quadra Joélcio de Oliveira. “No começo a gente brincava na rua, nas quadras e com 13 anos passei a treinar na URS, com o Fernando, conhecido como Bocage, meu professor de Educação Física no Sinhana Borges. Ele me deu meu primeiro tênis para treinar no Marquezinho, só que eu ia treinar, mas chegava na hora, desistia. O Prof. Fernando me buscava de novo, até que entrei no ritmo. Devo muito a ele que acreditou em mim, me incentivou e me deu oportunidade. O tênis que ele me deu, o tenho guardado até hoje como lembrança”, revela. 

E assim foi durante quatro anos, até que, aos 17 anos, já treinando com o Prof. José Ari Rocha, foi descoberto pelo Praia Clube. “Nossos treinador, José Ari, que tem muitas amizades nos clubes de Uberlândia, mostrou meu futebol aos técnicos daquela cidade que ficaram me observando, até que veio o convite.  O próprio Zé Ari se encarregou de me ajudar a organizar as coisas, me deu as instruções    e, no dia 3 de fevereiro, fui para os treinos no sub-17, graças a Deus com uma boa performance. Depois, me botaram para treinar com a equipe sub-20”. 

Conta Mião que foram três treinos no sub-17 e um no sub-20, antes do convite. “Uma noite, eles chegaram e me deram a boa notícia: 'Gostamos do seu futebol, já conhecíamos  o seu modo de jogo, mas precisávamos ver como você iria se adaptar e você foi bem”. Eles falaram isso  e me entregaram o contrato”, conta, muito feliz com a nova oportunidade, ao lado da mãe, Débora, que assinou o contrato que abre as portas para o filho no esporte regional. 

Débora é  uma daquelas mulheres, que nos dias de hoje, podemos chamar de heroína, pelos nove filhos, cinco mulheres e quatro homens. Ela  fala com emoção da ida do filho para um clube referência regional. “A emoção foi muito grande, porque sabemos que não é fácil. Assim que acertaram, estive no clube, conversei com os diretores, conheci as dependências e vamos deixá-lo buscar a sorte dele, deixá-lo mostrar seu futebol. Pra gente que é  mãe não é fácil deixar um filho sair, mas ao mesmo tempo estou muito feliz, satisfeita com o talento dele. Muita gente desacreditou, mas ele chegou à posição que chegou, é o que ele gosta de fazer, por isso  vou incentivar, estou apoiando muito e vou apoiar até o fim, se Deus quiser”, afirma. 

Mião é o terceiro dos nove filhos (o caçula tem cinco anos). Dos quatro filhos, Débora garante: “São todos bons de bola, e tem mais um que está a caminho, vem despontando com força total. Isso, acredito que seja herança do pai, dos tios, dos irmãos mais velhos”, reconhece.

Para Mião, a oportunidade de ir para o Praia é a realização de um sonho esportivo. “Eu sempre falei pra minha mãe, que nunca iria trabalhar, que iria jogar futebol. É um sonho e, ela sempre acreditou, porque tudo o que faço é com muita dedicação para ter o reconhecimento. Se quisermos alguma coisa, temos que lutar até o fim. Estou com 17 anos, nessa idade, muita gente desiste, mas hoje,  com 25, 30 anos, podemos ter oportunidade no futebol. O Zé Ari me falava: 'Você tem condição de crescer, esforce-se, na desista'. E deu certo. Devo muito, mas muito mesmo ao Fernando e ao Zé Ari, que acreditaram que eu fosse capaz”.

 Com contrato fechado até dezembro, Mião vai morar em Uberlândia com outros seis atletas. Os estudos são feitos de manhã, as refeições serão feitas no Praia  Clube e os treinos à noite, tudo bancado pelo clube. Uma das condições de minha mãe no contrato foi que eu não parasse de estudar. E já estou matriculado, começo dia 11”, finalizou.