Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Jaime Eduardo de Araújo: Vem aí a 1ª filial

Edição nº 1559 - 24 de Fevereiro de 2017

O Jaiminho do Posto, que chegou das barrancas do rio das Velhas, pelo lado das Palmeiras e Morro Vermelho, para estudar em Sacramento ainda moleque, de calças curtas, como se dizia naqueles tempos, em meados da década de 50. Estudou, cresceu, tornou-se bancário, empresário dono de posto de combustível e humanista, capaz de fazer o bem indistintamente, como diretor de várias entidades filantrópicas da cidade. Na sua história de vida há um amontado de belas passagens que não registramos, como as viagens que fez como motorista da banda d'Os Corujas, nos anos 60... 

Nos detivemos na sua militância empresarial e social. Às vésperas de inaugurar a unidade 2 do Posto Santo Antônio, Jaiminho diz que está realizando um sonho e está muito feliz por proporcionar mais esse empreendimento para 

sua cidade natal, com data de inauguração marcada para o próximo dia 9. Veja a entrevista. 


ET - Jaiminho, vamos começar com sua origem. O menino filho do fazendeiro Oswaldo Borges de Araújo e Antônia Borges. Você nasceu ali nas barrancas do rio das Velhas, pelos lados do morro Vermelho, Palmeiras... Fale, então um pouco desse rincão querido onde você passou a infância com uma irmandade pra ninguém botar defeito e fez os primeiros estudos. 

Jaime Eduardo – É verdade, nós somos 12 filhos, nessa ordem: eu sou o primogênito, Joana, Doraci, João Jarnaldo, Maria Deise, Maria José, Maria das Dores, Marta, Beatriz, Inez, Izabel Cristina e Carlos Eduardo. Minha infância foi festiva e alegre ao lado dos cinco primeiros irmãos, pois os demais já nasceram em Sacramento. Aos oito anos comecei a estudar na Escola Rural, que funcionava na fazenda do Seu Antônio Umbelino, mas para isso tínhamos que andar cerca de 5 km, e assim foram dois anos. Aos dez anos vim para Sacramento.

 

ET - E o menino da roça chega à cidade com dez anos para encarar os estudos. Como foi essa fase?

Jaime - Cheguei a Sacramento com dez anos e fui estudar com o Prof. Antenor Germano, no Colégio Allan Kardec. Fui fazer uma espécie de estágio para continuar os estudos primários. Depois de uns seis meses eu me matriculei no Grupão, hoje a EE Afonso Pena Jr, no 3º ano primário. Concluí ali mesmo o primário, que ia até o 4º ano. Aos 12 anos, voltei para a fazenda e, após dois anos, meu pai me trouxe novamente para prosseguir os estudos na cidade. Fiz o Admissão ao Ginásio com o Prof. Antenor e me matriculei no Ginásio da Escola Normal de Sacramento, hoje Escola Coronel. E ali continuei, concluí o Ginásio e, depois, o Curso Técnico de Contabilidade. Eu tinha 22 anos quando recebi o diploma de Contador.

 

ET - Uma vez contador, uma vez bancário... Conta essa história. Saiu da Escola e foi para o Banco Comércio e Indústria de MG e dali para o Posto São Paulo. 

Jaime - Não. Eu entrei no banco antes. Lembro-me como se fosse hoje, eu comecei no banco no dia 1º de fevereiro de 1965, tinha 18 anos quando abriram uma vaga, me sujeitei a uma prova interna e fui convidado. Continuei estudando à noite e trabalhando. E fiquei no banco até 31 de agosto de 1971. E a Escola Técnica eu concluí com 22 anos, sempre estudando à noite, a exceção do primário. Coincidentemente, nessa terça-feira, dia 21 de fevereiro, completam-se 48 anos que comecei lá na Chevrolet, no antigo Posto São Paulo. 

 

ET - Como nasceu esse sonho de ser dono de posto de combustível?

Jaime - A história do Posto é interessante. Eu sempre alimentei esse desejo de ter um comércio só para mim, tinha até um terreno na saída do Santo Antônio. Eu estava dividido entre uma Padaria e um Posto de Combustível. Um dia manifestei essa ideia com o Ariosto Bianchi, proprietário do Posto São Paulo, na antiga Chevrolet, em frente aos Correios. Ele me disse: 'Não constrói nada, não, aluga o meu Posto que já está prontinho'. Aceitei a proposta e, no dia 21 de fevereiro de 1969, assumimos o Posto.

 

ET - Assumimos?

Jaime - Sim, porque aluguei o Posto São Paulo com meu cunhado, o Luizinho Magnabosco, o Dídia, de saudosa memória. Um ano e pouco depois saí do banco, mas pensei bem antes de sair. Ficava na dúvida se daria certo, cheguei até a trocar ideia com um rapaz que trabalhava comigo no Posto São Paulo, que me aconselhou e aí as coisas vieram acontecendo...

 

ET - E quando foi inaugurado o primeiro Posto Santo Antônio, que nasceu com um padroeiro forte...

Jaime - Como eu disse, eu já tinha o terreno aqui onde hoje está o posto. E, enquanto trabalhávamos no Posto São Paulo, vimos construindo o Posto Santo Antônio, até que um ano depois, inauguramos, no dia 27 de abril de 1970. Agora, o padroeiro do posto, Santo Antônio de Pádua, é realmente um nome forte. A sua biografia diz que era um homem forte e destemido, implacável contra os opressores dos fracos e contra o clero que não vivia de acordo com as regras. Embora Português, quando conheceu Francisco de Assis adotou a ordem franciscana e foi para Pádua, na Itália, onde morreu com apenas 36 anos, depois de realizar muitos milagres... Mas o nome do posto tem relação com ele, primeiro pelo bairro homônimo, depois quando estávamos para inaugurar o posto, o Prof. Antônio Afonso de Almeida, grande amigo nosso, nos presenteou com uma imagem desse grande santo. 

 

ET – Assim, passaram-se 48 anos... pela sociologia, são duas gerações... Com o Dídia você ficou quantos anos?

Jaime - Desses 48 anos, quase 15 anos, Luizinho e eu fomos sócios. Um tempo muito bom, tranquilo, Luizinho era meu cunhado, éramos  quase que como irmãos e quando ele me falou que iria sair da sociedade, não gostei da ideia. Fiquei preocupado, porque ele era uma espécie de relações públicas do posto, muito comunicativo e eu mais calado, fiquei com medo, mas não quis atrapalhar os planos dele de entrar na política. Ele estava muito entusiasmado. E deu certo, porque foi eleito e foi um grande administrador...

 

ET - A partir daí ficou sozinho?

Jaime - Na verdade, não. Meu pai entrou como sócio, mas só para fazer capital, sem trabalhar, e consegui comprar a parte do Luizinho, que me deu um prazo. Eu me lembro que havia acabado de comprar uma Marajó, uma perua da Chevrolet. Vendi e comprei um Fusquinha velho, tudo para fazer dinheiro e peguei firme. Com a saída do Luizinho, fiquei inseguro, no começo, depois o negócio deslanchou. Seis meses depois comprei o Marajó de volta. Era o carro do momento, lançado em 1980.

 

ET - Fazendo uma comparação, em 1969, quando você começou com o Posto São Paulo, que tinha apenas uma bomba, Sacramento deveria ter quantos veículos? O que vendia e o que passou a vender? 

Jaime - Não sei, é difícil prever, eu acredito que cerca de 800, no máximo 1.000 veículos, se bem que naquela época ninguém tinha carro. No começo, eu comprava um caminhão de 10 mil litros de gasolina a cada dez dias, vendendo uma média de mil litros por dia. Quando mudamos pra cá, passei a vender 50 mil   litros, porque já havia a bomba de diesel. 

 

ET - Ao logo desses 48 anos a expansão veio acontecendo aos poucos. Você consegue fazer um 'passo a passo' desse progresso.

Jaime – Acho que sim... Iniciamos em 1969, alugando o Posto São Paulo. Um ano depois, em 1970, inauguração de nossa primeira sede própria, o Posto Antônio, onde estamos hoje. No ano seguinte, 1971, mudamos a bandeira, passando a vender combustível da Petrobrás. 1989, atendendo orientações da Petrobrás, derrubamos toda a antiga construção da primeira sede e construímos uma nova. Em 2000, fizemos a segunda grande reforma no prédio, também por sugestão da Petrobrás. Trocamos o piso, ampliamos e adotamos as cores e o layout da Petrobrás. Em 2007, implantamos o programa 'De Olho no Combustível'. Depois veio o Centro de Troca de óleo Lubrax +, o primeiro de Minas Gerais, em 2011. No mesmo ano, implantamos o Serviço de Ducha Gratuita para os clientes. E agora vem aí uma filial. Enfim, a filosofia de trabalho era e continua sendo, oferecer algo mais para os clientes, como diz nosso slogan: “Posto Santo Antônio - Cliente Satisfeito”.

 

ET – Você lembrou nessa retrospectiva que em 1971 vocês mudaram a bandeira do posto, da distribuidora São Paulo para a Petrobrás. Como nasceu essa parceria que perdura até os dias atuais?

Jaime – Quando iniciamos, o Ariosto tinha um contrato com a distribuidora São Paulo. Continuamos com a bandeira por mais um ano e pouco. Mudamos, porque precisávamos de capital e a São Paulo não pôde nos oferecer. Nisso veio aqui um rapaz da Petrobrás, chamado Vander e nos ofereceu um empréstimo de Cr$ 50 milhões (de cruzeiros), um valor considerável para a época, e encaramos.  Assinamos com a Petrobrás, que não tinha distribuidora ainda, era a Petróleo Brasileira S/A. Assinei o contrato em  novembro de 1971, daí 15 a 20 dias, o governo criou a Petrobrás Distribuidora. Lembro até hoje, vinham as notas fiscais com um carimbão, informando: “Os cheques devem ser dados a favor da Petrobrás Distribuidora S/A”, ou seja, o Posto Santo Antônio nasceu praticamente junto com a Petrobrás Distribuidora. E até hoje mantemos essa fidelidade...

 

ET – Aliás, fidelidade reconhecida pela própria Petrobrás, que já outorgou vários prêmios a sua empresa. 

Jaime - Sim, é verdade.  Foram muitos prêmios, troféus recebidos em vários lugares. Tenho-os todos em casa. Um deles eu recebi no Othon Palace, em Belo Horizonte. Quando anunciaram meu nome, o Roberto, graduado assessor da Petrobrás, pegou o microfone com o apresentador e disse: “Esse eu quero ter a oportunidade de entregar”. E houve dois prêmios inéditos, duas viagens, uma para Atlanta e outra para Las Vegas, nos Estados Unidos, patrocinadas pela Petrobrás...

 

ET - E chegando em 2017, o empresário Jaime Eduardo brinda a cidade com a primeira filial do posto. Qual a importância desse novo empreendimento e que emoção invade seu coração neste momento?

Jaime - Há uns três, quatro anos nos chegou um cliente pedindo: “Jaime, aumenta este posto. Está pequeno”. Não havia terreno pra comprar e ampliar aqui onde estamos, mas eu tinha aquele terreno no início da rodovia, foi quando veio a ideia. Conversei com um dos assessores da Petrobrás nessa área, o Paulo Tadeu, que não apenas aprovou a ideia, mas emprestou todo o apoio, levando a ideia ao gerente regional. E começamos a negociação... Na minha visão, temos que procurar atender bem o cliente. Se o Posto Santo Antônio tem o slogan, 'Cliente satisfeito', temos que fazer tudo para cumpri-lo. E percebemos que, em especial os motoristas de carreta, estavam com dificuldades para abastecer e estacionar. E minha ideia foi, exatamente, a de construir um posto adequado para receber veículos de grande porte, e a Petrobrás me deu todo apoio. O DER-MG veio, aprovou o projeto. O Celso (Celso Sebastião de Almeida) meu gerente geral, também muito empolgado... e fomos em frente. O Posto Santo Antônio 2, embora projetado para atender carretas, vai abastecer qualquer tipo de veículo. 

 

ET - E a emoção...

Jaime - Não poderia ser outra, é muito grande. Afinal, é o coroamento de quase 50 anos de trabalho, que começou lá atrás, em 1969, e veio percorrendo todo esse tempo. A alegria, portanto, é imensa, fico feliz, e mais feliz ainda por poder agradecer a Deus e compartilhar esse momento com minha cidade, que me viu nascer e crescer. Naturalmente, em primeiro lugar divido essa satisfação com meu filho, Maurílio, meus pais e demais familiares. Não posso me esquecer de meus funcionários, e o faço na pessoa deste grande amigo e primo, o Celso, que me acompanhou a maior parte dessa jornada e, claro, com nossos clientes, que nos têm dado essa preferência. Minha alegria é maior por continuar oferecendo um melhor serviço para Sacramento e para os clientes. 

 

ET - O Posto Santo Antônio 2 em números...

Jaime - Teremos seis bombas com 12 bicos, sendo três para diesel S10 e 3 diesel comum; 3 bicos para gasolina comum e um bico para gasolina grid; e mais dois bicos para etanol (álcool). Uma loja de conveniência da BR Mania, com sanitários e um vasto estacionamento capaz de abrigar, de princípio até 60 carretas. Já projetada, na continuidade da mesma área, teremos uma estrutura completa de apoio para os motoristas, com vários boxes: sanitários masculino e feminino com chuveiros; 2 lavadores de carreta; um box de borracharia e mais dois para assistência mecânica com torno e auto-elétrica; uma lanchonete de serviço exclusivo para os carreteiros e estacionamento para mais 100 carretas. 

 

ET - O gerente Celso, que participou do final da entrevista, deu também sua palinha, mostrando o suporte que os carreteiros vão ganhar com o Posto Santo Antônio 2. E aí, Celso, preparado para assumir essa empreitada? 

Celso - Estamos sempre prontos para encarar de frente os desafios. Como o Jaime disse, eu fui um dos incentivadores do projeto e estou pronto para enfrentar a empreitada. Ganha o caminhoneiro, ganha o posto e ganha a cidade com o investimento que o Posto Santo Antônio está promovendo. Vamos receber os caminhoneiros e eles não mais precisarão se preocupar em sair para a cidade em busca de apoio para consertos e reparos em seus veículos. Lá teremos todo serviço necessário. Como o Jaime explicou, nossa ideia é a curto e médio prazo atender o caminhoneiro de forma integral. 

 

ET - O Posto Santo Antônio sempre teve um cuidado especial em relação ao meio ambiente, primando por respeitar as leis ambientais. No novo posto esse cuidado foi também dispensado? 

Jaime - Sem dúvida, nossa proposta é arborizar e gramar toda a faixa de domínio do DER. Assim como no entorno do posto para formar uma barreira contra o vento e proporcionar sombra. Estamos contratando uma especialista nessa área para montar o projeto, especificando o tipo e vegetação que devemos plantar no local. 

 

Celso - Esse cuidado é muito importante até mesmo como proteção do próprio posto. Ali é um trecho da rodovia que venta muito e sujeito a frequentes incêndios por ocasião da seca. Por essa razão, nossa ideia é fazer uma proteção em volta do cruzeiro e com a autorização do DER-MG, levar esse cuidado ambiental até uns 200 metros adiante  como um jardim com flores, árvores... que, além de dar uma visão bonita nos protegerá contra incêndios. O turista que chegar terá uma bonita visão e a sensação de higiene perto do posto.   E, há ainda a questão da duplicação daquele trecho, em torno de 600 m com recurso federal, já aprovado no governo anterior. O atual prefeito, Baguá, já está correndo atrás, porque há prazos a serem cumpridos, até junho. 

 

ET - Você falou há pouco de seus funcionários, alguns com mais de 30 anos de serviços prestados ao Posto Santo Antônio... Fale um pouquinho desse relacionamento com eles. 

Jaime - Tenho, graças a Deus, uma equipe muito boa. Posso tirar férias hoje e o posto continua funcionando normalmente. Meus funcionários são muito responsáveis, competentes, comprometidos e nos respeitamos mutuamente. Há uma empatia não apenas entre patrão e empregado, mas entre eles também há muito respeito, sintonia e compreensão. Temos uma convivência muito saudável. Não tem cobranças, porque são muito comprometidos e, se um ou outro, eventualmente, precisa, ele tem todo o suporte necessário... Para  mim, o respeito mútuo é a base de qualquer convivência no dia a dia, tanto que a gente não vê aqui nenhum atrito entre eles, eles combinam muito bem, é um clima muito bom...

 

ET - Quem são os funcionários com mais tempo de serviço e quantos novos serão contratados?

Jaime – Atualmente temos pouco mais de 20 empregos diretos nesta unidade, e creio que no Posto Santo Antônio 2 teremos outros 20, de princípio, incluindo os da Loja de Conveniência que será administrada pelo posto. E entre esses, pelo menos nesse período inicial, teremos a participação dos funcionários mais experientes trabalhando na formação dos novos admitidos. E aqui cito aqueles com mais tempo de serviço, o  Celso, que está conosco há 40 anos; o José Antonio; o Manoel Borges Jr (Lico);  o Sebastião Montanher todos acima de 30 anos de casa. E, também, meu filho Maurílio, que desde pequeno acompanha os negócios da família. Por uns tempos administrou a Auto Peças Araújo, mas agora retorna ao Posto. 

 

ET - Dos funcionários passamos para o cliente, porque sem ele o posto não existe. Qual a filosofia da empresa em relação ao cliente?

Jaime - Ah, sem dúvida! Por essa razão, nossa filosofia de trabalho com o cliente está no slogan da empresa: 'Cliente sempre satisfeito'. O dia que não estiverem satisfeitos tem alguma coisa errada e aí temos que trabalhar para solucionar. Estamos abertos a sugestões e críticas. Tanto é que a partir de um pedido/sugestão de um cliente de que precisaríamos aumentar o posto, amadurecemos a ideia e aí está.  E toda a equipe sabe disso: o cliente vem em primeiro lugar e tem de estar sempre satisfeito. É muito gratificante ver as pessoas que vêm de fora chegar e elogiar o atendimento no posto.  Acho que tenho um pouco de espírito empreendedor. Se eu pensasse só em mim, de qualquer jeito estaria bom, mas não é assim. Temos que pensar primeiro no cliente, o posto existe por ele e para ele.

 

ET - Fugindo um pouco da área empresarial, você foi sempre uma pessoa muito engajada, participante de vários segmentos da sociedade. Como exemplo, citamos a Credicoasa; Rotary Club, onde figura como  um dos primeiros rotarianos. Foi diretor do Sacramento Clube,  fez parte do Mobral e da União Estudantil. Trabalhou e trabalha  em prol de entidades como a Santa Casa, Apae,   é vicentino e hoje é o presidente do Lar São Vicente de Paulo... E chegou a assinar o expediente do jornal O Estado do Triângulo, na sua criação, em 1968. Só faltou o 'Jaime político', que aliás já foi convidado, mas sempre se esquivou. Por quê?

Jaime - Acho bem complicada a participação na política partidária. Eu faço outro tipo de política, procuro dar minha contribuição à sociedade e procuro fazer da melhor forma possível. Já na política partidária, estamos sempre agradando alguns e desagradando outros. Acho que a gente tem que ser bom para todo mundo e na política isso não tem jeito. Se eu sair candidato hoje, amanhã já terei 100 inimigos de graça. E há quem diga que tenho perfil para política, mas sempre declinei dos convites. Meu pai mesmo me aconselhou para não mexer com política. Ainda sou daqueles filhos que obedecem aos pais.