Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Entrevista: Prefeito Bruno Scalon Cordeiro

Entrevista: Prefeito Bruno Scalon Cordeiro

O prefeito Bruno Scalon Cordeiro recebeu o ET para uma entrevista na manhã dessa terça-feira 5 em seu gabinete. Com muito otimismo, encarando o trabalho como uma grande missão iniciada pelo seu avô, João Cordeiro, o prefeito fez um balanço completo de seu governo. Queixou-se dos recursos minguados a cada ano, enumerou as principais obras e ressaltou as verbas viabilizadas pelo Estado, União e deputados. “Nunca um prefeito em Sacramento celebrou tantos convênios quanto eu celebrei em três anos”, frisou, e comentou também sobre as críticas recebidas pelas redes sociais... Veja.   

 

ET – Iniciando o quarto ano de seu mandato como prefeito de Sacramento, como o Sr. viveu essa experiência de gestor da coisa pública?
Prefeito Bruno -
Primeiro, é uma satisfação grande para qualquer homem público poder gerir o seu município. Eu, que já tive experiência de presidir instituições e presidir um poder, no caso, a Casa Legislativa, e, hoje, como prefeito, chefe do Poder Executivo, tenho essa alegria. E é uma oportunidade que temos de poder levar obras de importância à comunidade, como a água  no Quenta Sol, por exemplo. Ou quando se faz uma lei como a do transporte gratuito para todos os universitários. Temos a alegria de ser instrumentos. Eu, quando fui me candidatar, conversando com tia Heigorina Cunha, na chácara, ela me olhou nos olhos e disse: 'Vá cumprir a missão que seu avô um dia começou'. Então, isso eu encaro como uma grande missão em tempos modernos, mais difíceis, sobretudo na economia e na política do país, estado e municípios. Mas é uma grande alegria poder, como gestor público, proporcionar melhorias para a vida dos sacramentanos.

ET -  Outro dia, nos encontrando em evento na Jaguara, brincamos quando o vimos junto a outros dois prefeitos: “Com certeza, um deve estar chorando no ombro do outro sobre as finanças públicas...” Foram mesmo três anos de queda na arrecadação, prefeito?
Prefeito Bruno -
Sim, foram três anos de queda, que estão estampados em números e números são números. Tivemos em 2013, uma receita corrente, estimada de R$ 75.541.100,00 e arrecadamos R$ 69.159.001,98; em 2014, a receita estimada era de R$ 78.951.050,42, arrecadamos R$ 69.062.608,42 e, em 2015, R$ 79.672.228,00, arrecadamos até 15 de outubro R$ 58.252.731,60. Então, houve, efetivamente, queda da receita.

ET - Quais as rubricas, impostos... que foram mais afetados?
Prefeito Bruno -
Nas receitas que eu chamo de pilares basilares da arrecadação, ICMS, FPM e recursos próprios. Mas a maior queda que o município teve foi na geração de energia elétrica, na Compensação Financeira de Recursos Hídricos, que conhecemos como royalties. Estimamos para os 48 meses de governo, uma perda entre R$ 17 a R$ 20 milhões de reais. No governo anterior, a média dos royalties era de R$ 500 a R$ 600 mil por mês, hoje varia entre  R$ 112 a R$ 120 mil, porque as usinas implantadas no município não estão gerando energia. As termoelétricas foram ligadas...  Os royalties representam, sem dúvida, a maior perda do município.

ET - Além dessa queda de arrecadação, que o Sr. denomina aí de 'pilares basilares da receita do município' houve outros problemas secundários que contribuíram para prejudicar ou servir de empecilho no seu governo. Ou, fora aqueles já discriminados, foi tudo legal?
Prefeito Bruno -
Tivemos problemas, sim. Costumo dizer que a Prefeitura é uma casa e grande, com muitas pessoas e, consequentemente, muitos problemas do cotidiano. Claro que o problema maior foi a queda da arrecadação, mas houve problemas secundários, por exemplo, tivemos a coragem de implantar e permanecer com a coleta seletiva de lixo no município, ação que foi tentativa de governo anterior e não concretizada. Sendo lei federal, podemos dizer que está se efetivando e, pelos dados, que o secretário Maurício nos passa estamos próximos de atingir 90% de efetivação. E para atingir o sucesso almejado contamos com a colaboração de cada morador na triagem adequada dos resíduos e atenção para os dias corretos de coleta do lixo, determinados pela empresa contratada.

ET - Mesmo considerando essa crise da queda dos repasses da União e Estado, o Sr. está realizando um governo com várias obras, conforme relaciona no jornal 'Sacramento na direção certa', distribuído pelo seu governo na cidade. Portanto, como já são do conhecimento de toda a cidade, não precisamos repetir aqui. Mas perguntamos: De todas essas obras realizadas, quais as mais importantes para o município?
Prefeito Bruno -
Temos vários segmentos, áreas para atender e todas são importantes para o governo. Logo que assumimos, cumprimos um compromisso com a comunidade que foi a gratuidade no transporte universitário, que é muito importante, porque são investimentos mensais de R$ 200 mil, para que os universitários tenham o seu curso. Somente no segundo semestre de 2015 foram beneficiados 552 universitários, foram firmados convênios de bolsas com sete universidades e contamos com mais de 50 estagiários na Prefeitura. E houve outros investimentos na Educação, todas as escolas com reformas, ampliações, as lousas digitais, a implantação da lei do piso nacional, o pagamento de  1/3 extraclasse para os professores, que é lei isso...

ET - Isso repercutiu no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)?
Prefeito Bruno -
Sim, claro. Essa junção de esforços,  de estrutura física e investimentos nos recursos humanos trouxe um retorno para a educação do município, possibilitando que Sacramento tivesse um salto gigantesco, saindo dos quase últimos lugares no IDEB do Governo Federal, para o 1º lugar na 39ª SRE, entre as escolas municipais e estaduais de toda a região.

ET - No Social...
Prefeito Bruno -
Julgo importantes duas obras sociais, como a Casa Dia do Idoso Mona Scalon, que foi uma inovação para todo o Estado de Minas Gerais, por ser um projeto social premiado em nível estadual e nacional. Agora, uma obra muito importante, foi a Creche Aparecida Cerchi Loiola, inaugurada no dia 23 de dezembro, vai atender cerca de 240 crianças. Vale ressaltar ainda à importância do projeto Metamorfose, que atende socialmente mais de 110 famílias. Ou seja, nossos projetos elevam a qualidade de vida da nossa comunidade desde o maternal até os idosos.
E gostaria de destacar outras obras, como a troca de todos os ônibus coletivos do município garantindo acessibilidade aos portadores de necessidades especiais, e com bancos acolchoados. A reposição da frota de ambulâncias e veículos que transportam pacientes. A cobertura e aquecimento da piscina do Poliesportivo Marquezinho, obra que está em andamento, e vem para atender um compromisso firmado com a terceira idade. Na Cultura, valorizamos os eventos que já existiam e resgatamos a Semana da Comunidade para um chamamento dos nossos valores e, temos o turismo que é o nosso carro chefe, sobretudo, o religioso... 

ET - A Saúde tem sido muito criticada...
Prefeito Bruno -
Ainda não é o ideal, reconhecemos. Mas tivemos nessa área avanços significativos. Assumimos o governo com 18 médicos, hoje estamos com 29 e outros dois iniciaram dia 6 último. É o ideal? Ainda não. Queríamos fazer mais, mas avançamos bastante. Estamos prestes a inaugurar a UBS Ary Bonatti, um investimento de mais de meio milhão de reais, além da reforma das demais UBSs que estavam em situações precárias. Essa manutenção é muito importante. Na área odontológica triplicamos os nossos atendimentos. Além dos projetos sociais que beneficiam a saúde como, Hiperdia, Antitabagismo e No Limite (projeto novo) que são verdadeiros sucessos de aceitação e participação. Além que, na reforma específica da UBS Arací Lopes Pavanelli, aumentamos o número de consultórios odontológicos e implantamos o atendimento aos portadores de necessidades especiais.

ET - Obras previstas para este ano?
Prefeito Bruno -
Sim, obras prioritárias como foi o Trevo Nino Cerchi na MG 190, e agora, aproveito para anunciar o novo trevo do Jardim das Acácias, que faço questão de assinar na presença da imprensa (o prefeito toma os documentos e assina o convênio durante a entrevista, mostrando o projeto), com recursos viabilizados pelo deputado Marcos Montes, junto ao Ministério das Cidades, no valor de R$ 2,5 milhões. Inclusive, ao anunciar o recurso, Marcos Montes sugeriu o nome da minha avó, Ada Cunha Cordeiro, para denominar a obra. Inauguramos também várias pontes de concreto na zona rural, torre para sinal de telefonia móvel, reforma nas quadras dos bairros, construção de 190 casas do Residencial Julia Mateus Terra, reforma na Escola Municipal João Cordeiro e inauguração de novas academias ao ar livre. Ainda conseguimos junto ao DER, recapeamento da rodovia Antenor Duarte Vilela (Gruta dos Palhares) MG.464 - João Cordeiro (AABB)

 ET - Algumas delas foram bastante questionadas e criticadas, especialmente pela mídia virtual, como os canteiros iniciados e paralisados; as duas praças, Chafariz e Getúlio Vargas; o prédio construído na frente da UBS Aracy Pavanelli... Por que não deu ouvidos ao povo?
Prefeito Bruno -
A população é partícipe de todo o governo, tanto é que ela escolhe os representantes e fui eleito pela população. Dessas obras citadas, vou enumerar uma a uma. Primeiro, nos canteiros optamos por fazer os mesmos nas vias, ao invés de colocar grade, como é realizado em cidades vizinhas.
Quando eu estava vereador, tínhamos um laudo emitido pelo IEF, dizendo que as palmeiras estavam comprometidas, inclusive durante a campanha, duas delas caíram. Eu, como vereador, tanto para o prefeito Joaquim, como ao prefeito Baguá fiz requerimentos para que elas fossem retiradas. E nenhum dos requerimentos fui atendido, então, como prefeito eu teria que fazer. O próprio Dr. José Alberto que plantou as palmeiras, dizia que elas tinham uma vida útil de 20 anos. E nós precisávamos fazer os canteiros centrais, obedecendo à legislação de trânsito, como por exemplo, não deixar as pessoas transitarem no meio da rua, por isso optamos por colocar plantas. Quanto ao formato do canteiro, de qualquer jeito que fizéssemos, as pessoas iriam gostar ou não.

 

ET - Por que as obras foram paralisadas?
Prefeito Bruno -
Quanto à paralisação, nós iniciamos a primeira etapa e fomos engolidos pela crise, a queda da arrecadação, que impossibilitou a conclusão, mas a nossa expectativa é concluí-los este ano.  Quanto às praças, a José Natálio ou praça do Chafariz,  o trânsito ali era caótico. São seis ruas que desembocam no mesmo local. Inclusive, eu disse numa nota que soltamos, que o jornalista Walmor Júlio Silva foi muito feliz na fotografia, mostrando um carro numa conversão perigosa pela esquerda. Hoje não fazem mais. Não destruímos a praça, pelo contrário, ela vai ficar maior, com um novo formato, adequada à legislação de trânsito. E terá bancos, árvores, um chafariz, fazendo jus ao nome como é conhecida e vamos prestar ali uma homenagem a duas figuras muito importantes do bairro: Tia Joana e Carolina Maria de Jesus.

ET -As maiores críticas foram direcionadas à reforma da praça Getúlio Vargas, que sofreu uma grande intervenção há poucos anos e, também, a questionável construção dos banheiros públicos no centro da praça...
Prefeito Bruno -
Quanto à  praça da Matriz, desde antes de eu estar vereador, existem requerimentos para a construção de banheiros públicos, claro, desde que sejam mantidos e bem cuidados. E lá, já estamos fundindo a laje, a extensão do coreto será três vezes maior. E, não vamos mexer em nada, não vamos cortar plantas.  Vamos colocar fontes de água, mais bancos. É importante deixar claro  que esses recursos são específicos para reformas de praças. Cada recurso vem com uma destinação. O mesmo ocorre com a instalação das Academias ao Ar Livre. Quando as instalamos, fazemos a revitalização da praça. Isso foi feito em seis academias já inauguradas e temos mais sete a serem instaladas.

ET - Agora, a UBS Ari Bonatti, prefeito, precisava ser construída ali na frente da UBS Aracy Pavanelli?
Prefeito Bruno -
A UBS Ari Bonatti, na verdade, já existe numa casa alugada em frente ao prédio que estamos concluindo. A Prefeitura paga aluguel para manter uma unidade de saúde naquele local. Ganhamos a obra para a construção de um prédio próprio da UBS, que deveria ser instalada naquele bairro. Então, optamos pela desafetação de parte da  praça Idalides Milan de Rezende, inclusive com a anuência da família, que através de carta louvou muito a atitude do governo de fazer ali uma unidade básica de saúde, porque uma praça é, realmente, muito importante, mas é mais importante do que atender as pessoas na área da saúde? Vamos revitalizar o entorno da UBS, além de deixar uma nova obra no local.
 
ET - Falando na rede mundial de computadores, prefeito nenhum sofreu tanta crítica via internet, como o seu, com destaque para o sítio, 'Por uma Sacramento melhor'. Como é que o Sr. vê essas opiniões e até que ponto elas representam uma crítica construtiva ao seu governo?
Prefeito -
A globalização levou as pessoas a terem um contato maior com a internet e em relação aos  sítios criados, vemos sempre a mesma parcela, as mesmas pessoas comentando. Isso, obviamente, é um direito do cidadão falar, mostrar... Porém, ele precisa conhecer os limites da lei, do respeito, do consenso, para não pular a cerca da legalidade e passar para a ofensa pessoal. E essa crítica não é só com o prefeito de Sacramento. Isso ocorre no Brasil todos, inclusive com a presidente Dilma. Nunca um presidente da República foi tão hostilizado como a presidente Dilma, o senador Aécio Neves. Aqui, é mais perceptível, porque está próximo de nós. Muitos desses políticos revidam, mas eu não faço isso, nunca entrei.

ET - O Sr. as lê?
Prefeito Bruno -
Não, nem vejo, por entender que temos que dar ouvidos às boas propostas, às pessoas que querem dialogar e dar propostas. Já fizemos readequações de projetos, depois de ouvir sugestões de pessoas. Isso é construtivo. Agora ficar, simplesmente, batendo na pessoa do prefeito, isso não vai acrescentar em nada... Por que ninguém fala da água colocada no Quenta Sol, a telefonia no Desemboque e outras obras? Não se permite isso. Quando colocadas no site, essas notícias são excluídas. Já fizemos vários testes e foram retiradas. Então, eu não diria que é a oposição que critica, mas pessoas que fazem oposição e elas estão no papel delas, desde que dentro do bom senso e do respeito.

ET – O Sr. diz que não revida, mas algumas delas receberam também respostas duras do governo... Diga-se a nomeação dos 'cinco mais malvados da cidade'. Foi uma expressão sua ou de algum assessor?
Prefeito -
Quanto à questão de respostas duras, como advogado que sou, preciso me valer do meu diploma, quando vejo atrocidades, inverdades e assuntos importantes, que merecem ser esclarecidos, a resposta vem de pronto e positiva. Não 'dura', mas, positiva, precisa, concisa com dados, números e informações. Se for nota da prefeitura, é nota do prefeito. Não me recuso a responder a nada, a nenhuma pergunta, estou aqui à disposição de qualquer pessoa, qualquer veículo de comunicação, até porque fazemos um governo extremamente transparente. Agora, a nomeação a que o jornal se refere, não foi da minha parte e desconheço, com toda franqueza, quem tenha criado essa expressão. Não sou dado a isso e, se alguém que faz parte do governo fez isso, não teve a autorização do governo para fazê-lo.
 
ET -  Voltando à internet, prefeito, e as charges do Dênis Balduíno?  O Sr. fica emburrado com elas ou dá boas risadas?
Prefeito -
Alguém já viu alguma resposta minha em relação às charges? Nenhuma. Primeiro, sou adepto à leitura de jornais e fico vendo as charges que são muito criativas. E o Dênis é um grande artista, expressa o assunto em arte de forma muito bonita, muito criativa. Ele é um artista que tem um grande futuro e acho até que ele poderia fazer anualmente um calendário pra vender, porque é um trabalho de arte, mesmo. Mas para deixar claro, isso não me emburra, não me tira o humor, a tranquilidade. As charges são a manifestação do cidadão Dênis em forma de arte.

ET -  Como é que o Sr. fechou o ano em relação aos atrasos ocorridos na folha de pagamento? Tem havido várias denúncias e reclamações sobre atrasos em pagamentos de médicos e outros profissionais da saúde, motoristas de vans, garis, dentre outros, que estariam com os salários atrasados, no mínimo três meses... Procede tudo isso?
Prefeito -
Não, não procede. Sacramento, posso dizer, é uma cidade privilegiada no sentido de pagamentos. O município está 100% em dia com os seus servidores. Pagamos a folha em dia, o décimo terceiro, o tíquete alimentação, dos mais de 900 funcionários, incluindo os da Câmara e do SAAE, enquanto muitas cidades não pagaram ou parcelaram. Se não pagarmos os servidores, o comércio sente. Vale resaltar também que as subvenções de nossas instituições estão rigorosamente em dia.

ET - Em relação às empresas prestadoras de serviço, coleta de lixo, varrição...
Prefeito Bruno -
Em relação ao atraso com os prestadores de serviços, é importante esclarecer que, temos contratos com empresas terceirizadas e esses contratos preveem pagamentos em 30, 60 ou 90 dias. Então, não se pode falar, dependendo do contrato, que há atraso no pagamento, pois temos prazo para o pagamento. Na assinatura do contrato, essas empresas devem comprovar o seu capital de giro para honrar os compromissos com os servidores no final de cada mês. Friso, eles não recebem da prefeitura, mas da empresa. A relação jurídica é entre prefeitura e empresa. Existe, sim, atraso em algumas delas, é inegável, devido à crise porque passamos. Entretanto, temos procurado honrar os compromissos com essas empresas. Em primeiro lugar, com a da varrição, coleta de lixo, porque são vidas humanas que dependem desses pagamentos.

ET - No caso dos médicos...
Prefeito Bruno –
O repasse está em dia, porque pelo contrato temos de fazer o pagamento até o dia 20 do mês subsequente à prestação de serviço, e por convenção com a empresa prestadora (SISEMS), pagamos até dia 10 do mês seguinte. Outros contratos são de 60 ou 90 dias, o contrato prevê isso, e a empresa é responsável pelos seus servidores. Existe também um passivo com credores que precisamos honrar, por isso tomamos medidas que às vezes não queremos, como, demitir servidores para fazer adequação, porque temos que conciliar a queda da arrecadação com a Lei de Responsabilidade  Fiscal, que limita o gasto com pessoal em 54%. E isso tem ocorrido não só nas prefeituras, mas no setor privado também.

ET - Em relação aos recursos da União e do Estado, via deputados, emendas parlamentares, convênios... Foi um triênio bom, prefeito? Os deputados votados em Sacramento corresponderam ao sufrágio recebido nas urnas?
Prefeito Bruno -
Só tenho a agradecer aos governos federal, estadual e aos parlamentares. Temos recebido, sim, muitos recursos. Obviamente, alguns parlamentares com mais, outros com menos. Inclusive, de deputados que não são da base do governo e, no entanto, têm contribuído. Ou seja, são vários convênios que vêm de deputados da base do governo, mas também de outros que não o são. Diria que fomos contemplados com uma avalanche de recursos, porque consegui muito com minha participação no governo de Antonio Anastasia, nos dois primeiros anos do meu governo, 2013, 2014. Essas obras que estão sendo concluídas agora: pontes, escolas, trevo, UBS, foi empenho pessoal nosso e da nossa equipe, somado, lógico, com deputados, senadores... Nunca um prefeito em Sacramento celebrou tantos convênios quanto eu celebrei em três anos.

ET - Que avaliação o Sr. faz na relação com o poder Legislativo, foi uma relação institucional com benefícios mútuos ou foi de desgaste e prejuízo para ambos os poderes?
Prefeito -
Não foi de desgaste de forma nenhuma. A oposição sempre vai existir e deve existir na vida pública, assim como a situação. A nossa relação, além de institucional é pessoal também. Eu nunca perdi uma solenidade do Legislativo, até porque sou egresso da Câmara, valorizo o Poder  Legislativo, é lá que são aprovadas as nossas leis. Vejo que ganharam os dois poderes, mesmo diante de dificuldades. Tivemos projetos rejeitados, um deles foi o do trevo do Santo Antônio. E veja, naquele momento foi uma derrota, mas agora tivemos a vitória com a liberação dos recursos para o trevo ligando a MG.464 à cidade.

ET - Iniciando o último ano de seu mandato... O que o Sr. vai fazer com R$ 95 milhões do orçamento de 2016? Vai sobrar dinheiro pro Carnaval? A Prefeitura vai voltar ao expediente normal?
Prefeito -
Os R$ 95 milhões estão previstos no orçamento e nos anos três anos anteriores não chegamos ao previsto, por isso, vamos caminhar conforme o tamanho das nossas pernas, porque uma coisa é o que orçamento autoriza ou prevê, outra é, na prática, o que vamos arrecadar. E as previsões não são boas para este ano. Carnaval, não vamos ter, já está decidido. E, quanto á redução do horário no expediente externo da Prefeitura, vamos continuar. Somos regidos pelo regime celetista (CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas) que dá ao empregador o direito de estipular o horário de trabalho, oito horas com intervalos ou seis horas ininterruptas. Claro, que determinados setores não podem cumprir esse horário, a saúde, educação, obras, mas as demais podem.

ET - Pra finalizar, o prefeito Bruno é candidato à reeleição?
Prefeito -
A legislação eleitoral mudou as regras e uma delas é extinção da reeleição. Somente os atuais prefeitos poderão concorrer  à reeleição, depois acabou.  Quanto à minha candidatura, é natural que quem está na cadeira tenha essa visão, mas é obvio que isso depende de vários fatores. Existe um grupo político, pessoas que estão agregadas, estamos trabalhando com outros partidos para fazer parte, ou seja, é uma decisão ainda a ser analisada pelo grupo.
 
ET - Agradecendo, desejamos um ano bem mais sem problemas e bem feliz para o Sr.  tanto na vida pública, como na sua vida particular.
Prefeito Bruno -
Agradeço ao jornal e me coloco à disposição de todos. As portas da prefeitura estão sempre abertas a vocês e a toda a imprensa. Agradeço pela oportunidade dessa entrevista e a oportunidade de, com a sinceridade e a franqueza inerentes à minha pessoa, de a gente poder levar as informações aos leitores. Torcemos para que 2016 seja um ano bom, de mais paz, enfim, bem melhor. O ser humano está precisando olhar mais para dentro de si mesmo, para os corações. E desejamos que este ano seja mais frutífero para todos nós, sacramentanos, enfim para todos. E esperamos  continuar caminhando com 'Sacramento na direção certa', conforme destacamos no jornalzinho que soltamos no dia 23.
 
ET - Ok, prefeito, agradecemos também a oportunidade.
Prefeito Bruno -
Acho ainda importante destacar que o governo do prefeito Bruno é diferente dos outros governos. Primeiro, pela coragem que tem de tomar decisões difíceis; segundo, de implementar políticas públicas coletivas,  que atendam a todos. Exemplo disso, são as pontes na zona rural, a água potável e o primeiro Ginásio da zona rural, no Quenta Sol. Nosso governo é para todos.  Digo que houve moralização na administração, no sentido de por ordem nas políticas públicas e isso é um grande avanço para o município. Tivemos dificuldades e vamos ter em 2016, mas o que mais me deixa feliz é de poder fazer para todos. E quero chegar ao fim do mandato com a mesma disposição e alegria com que cheguei até aqui, pela porta da frente da Prefeitura, por onde entro e saio todos os dias e entrarei até o último dia do meu governo.