Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

O filho médico do Dr.Clemente

Edição nº 1341 - 21 Dezembro 2012

O médico infectologista sacramentano, Astolfo de Araújo, 58, mais conhecido como Astolfinho, sempre que pode, deixa a capital paulista e vem desfrutar do convívio da mamãe Thermutes, da irmã Iara Maria, dos amigos, enfim, matar as saudades da terrinha. E foi na casa da mãe, que Astolfinho recebeu o ET para uma rápida entrevista, rememorando os anos vividos em Sacramento e sua atuação hoje como médico, casado com Gisele Scalon, e pais de dois filhos, Daniel, engenheiro de alimentos, e Victor, acadêmico de medicina. 

Filho também do médico sacramentano, Clemente Vieira de Araújo, ex-prefeito da cidade e influente político ligado à UDN, de Magalhães Pinto e Rondom Pacheco, nos anos 60, Astofinho não herdou essa verve do pai. Nem mesmo na política estudantil. “Não, nunca me envolvi com política estudantil, nunca fiz parte dos DCEs, meu negócio eram os estudos”, disse ele na entrevista e muitas outras coisas mais. Vamos ver.

 

ET - Vamos começar falando dos primeiros anos escolares.

Astolfo - Sou do tempo em que não havia pré-escola em Sacramento. Nem o Científico, o curso que antecedeu o Colegial, preparatório para o vestibular. Aliás, começou com minha turma... Éramos apenas seis alunos, em caráter experimental e sem proposta definida de continuidade. Por isso tive que sair de Sacramento para fazer o ensino médio...

 

ET – Mas voltemos ao ensino fundamental...

Astolfo – No meu tempo falávamos Primário, ensino primário. Eram duas escolas em Sacramento. Estudava-se o Primário no Grupão, o Afonso Pena, ou no Ginásio da Escola Estadual de Sacramento, que se transformou mais tarde no Colégio Estadual e depois, em Escola Estadual Cel. José Afonso de Almeida. Como não tinha o pré-escolar, entrávamos direto no 1º ano. Minha primeira professora foi Da. Eulices Gobbo, aliás, era comum o professor do 1º ano acompanhar a sua turma até 4º ano. E assim foi. Brava, não? Meu Deus!!. (risos). Lembro-me dos nomes de alguns  colegas, como da Alzira Rodrigues da Cunha, o Beto do Leônidas, o Gilmar Manzan, Fernandinho Bonatti, Misa Karashima... É difícil lembrar todos agora.


ET – Você é do tempo do Admissão ao Ginásio?

Astolfo – Sim, o curso que se fazia para ingressar no Ginásio, que eram as quatro séries que se fazia depois do Primário. Ao concluir o 4º ano, os alunos tinham que passar por uma espécie de vestibular, uma prova que a gente chamava de Admissão ao Ginásio. Quem não passasse direto ou no cursinho de férias, era obrigado a cursar um ano de Admissão, e só depois ingressar no Ginásio, para se chegar ao 2º grau ou ensino médio. Mas eu entrei direto na 5ª série.

 

ET - O Ginásio era sempre uma mudança completa, a começar que se estudava de manhã, novos professores...

Astolfo – Uma mudança completa e que nos assustava, novo horário, novos professores, um por matéria e novos colegas, porque ali juntavam os alunos que vinham do Grupão. Era um mundo novo! Eu me lembro de alguns professores, Da. Aracy, na Matemática; dona Célia, na História; Dr. João, na Ciências; Da. Corina, no Português; Da. Zezé, Geografia, o seu marido, o Prof. Antônio, na Educação Física; também passei pelo Prof. Lindolfo, na Matemática, que arremessava um molho de chave na gente, sempre com aquele perfil esquisótico dele. Havia também o Prof. Sobral, que lecionava Francês. E juntaram aí novos colegas, como o Peroba, o Shiro, Márcio Cunha, o pessoal do Grupão. Depois, a cada série novas mudanças, outros professores e outros colegas... Mas tenho boas recordações daquele tempo. Os desfiles maravilhosos, a fanfarra...

 

ET – Você já adiantou que não havia Científico, o ensino médio da época. Em Sacramento, ou se fazia o Curso Normal (Magistério) ou o Curso Técnico de Contabilidade... Como foi seu Colegial?

Astolfo – Quando cheguei ao Colegial, naquele ano abriu-se o Científico em Sacramento, que na época já era chamado de Colegial. E iniciamos o curso com seis alunos, experimental. Então, no ano seguinte, fui estudar em Franca, no Colégio Champangnat, que era estadual, e tivemos que prestar prova, para sermos aceitos. 

Então, minha saída de Sacramento foi uma necessidade a partir do ensino médio. E, de Franca fui para Uberaba, estudar no Colégio José Ferreira, onde concluí o Colegial.  Mas não entrei direto na faculdade, foram três anos de cursinho,  também em Uberaba, e só depois ingressei na Faculdade de Medicina  de Uberlândia que, dois anos depois, se transformou na UFU.

 

ET – 1975,  os “anos de chumbo”, com ditadura e tudo mais... Filho de político atuante,  como foram seus anos na universidade, esteve ligado à política estudantil, aos diretórios acadêmicos estudantis (DCE)?

Astolfo – Não, não herdei essa verve política de papai. Nunca me envolvi com política estudantil, nunca fiz parte dos DCEs, meu negócio eram os estudos. Embora tivesse minhas convicções políticas, estive sempre mais centrado nos estudos. Era um aluno normal, cumprindo minhas obrigações estudantis. Não me envolvia com as questões da época, nem com política. Não tenho a veia política que papai tinha, que o levou até a ser prefeito de Sacramento. Gosto de ler sobre política, mas não sou político.

 

ET – Falando em Dr. Clemente. Sua opção pela Medicina nasceu ali dentro do consultório do seu pai, que ainda hoje é um cômodo de sua casa?

Astolfo – Não, por incrível que pareça não foi isso. Minha opção, ou o desejo pela Medicina nasceu meio que, por acaso, embora o papai fosse médico. Depois de formado, fiquei me questionando, muito tempo, se era isso mesmo que eu queria. Depois de muitos anos de formado foi que descobri que realmente era isso que eu queria. Tanto que, hoje, mais de 30 anos de médico, trabalho todos os dias, sempre com o mesmo humor. Nunca estou chateado, nervoso ou desanimado. Mas eu descobri esse prazer, esse amor pela profissão bem depois de formado. E hoje, só pra dar um exemplo, recentemente, eu viajei a Europa, mas estava sempre ligado aos pacientes. Gastei R$ 1500,00 de celular, para atender meus pacientes que ligavam, diariamente. Um deles me ligou cinco vezes, insistentemente. E, naturalmente, ficou um médico me cobrindo nessa ausência...

 

ET - Você formou em Uberlândia e foi para São Paulo. O que te atraiu lá? A  Medicina ou a Gisele?

Astolfo -  (Risos) Foi a Gisele mesmo, já namorávamos há uns três anos. E a conclusão do meu curso já tinha sido em São Paulo. Foram cinco anos na UFU e o sexto ano que já era o estágio, fiz na rede municipal de Saúde em São Paulo e não saí mais.  As especializações vieram depois, porque na verdade os cinco anos na UFU representam apenas a formação básica do médico. Já no sexto ano é que temos contato com as especialidades, fazemos a opção para a outra maratona, que é a Residência. 


ET – É verdade que muitos médicos hoje não fazem mais Residência?

Astolfo – Sim, é verdade, a estatística que tenho é que, hoje, só 30% dos médicos fazem Residência. Fazem estágio e já saem clinicando. Particularmente, acho uma temeridade. A Residência para o médico, eu a considero imprescindível. Na verdade, o médico sai da faculdade sem saber absolutamente nada, tem informações e só. Se o profissional não faz uma Residência, não tem condições de clinicar. Pode ser o melhor estudante da faculdade, que não tem nem prática, nem experiência. Na minha opinião, não tem segurança para clinicar, é na Residência que a gente aprende a  ver as coisas, aprende os diagnósticos mais  simples, sem isso fica difícil.

 

ET - Onde você fez sua Residência?

Astolfo - Fiz Residência no INAMPS, que tinha uma rede de hospitais. Em princípio, minha opção foi para Nefrologia, mas acabei não gostando dos procedimentos cirúrgicos, manusear fístulas sangrantes, um horror. Não fiquei um mês e mudei para Moléstias  Infecciosas e Parasitárias e concluí a Residência após dois anos. Sou médico infectologista. 

 

ET  - Depois de mais de 30 anos na profissão, continua na ativa?

Astolfo  - Sim, continuo trabalhando de 13 a 14 horas todos os dias e, às vezes, nos finais de semana, com plantões e tudo o mais. Na área de infecto foram 25 anos, a partir dos anos 80. Continuo no Instituto Emílio Ribas e no Centro de Referência de DSTAids, onde ainda atendo infecto, mas hoje, o forte do meu atendimento é o chamado Home Care.

 

ET – O que é Home Care? 

Astolfo – É o 'atendimento domiciliar'. Em vez de a pessoa ir ao consultório, o médico vai à casa do paciente, geralmente pessoas mais idosas. Mas há pessoas mais jovens, com vários quadros clínicos. Geralmente o Home Care é feito por convênios de planos de saúde, que mantêm equipes 24 horas, embora as visitas sejam semanais. É um atendimento diferenciado do consultório, onde o médico tem que atender 40, 50 pacientes pelo convênio, por dia. É uma outra experiência.   A medicina é uma coisa dinâmica e a gente sempre aprende, porque são pacientes de todo tipo, o que exige muita paciência e aceitação. Aliás, a medicina é o exercício da paciência. Se não tiver paciência, não tem paciente. 

 

ET – O home care, na verdade, não é uma modalidade nova de medicina. Já no tempo do Dr. Clemente, ele atendia muitas pessoas em casa... Só mudou o termo, não? Ficou mais chic... (risos) 

Astolfo – Sim, é verdade. Eu me lembro muito de papai saindo para essas visitas, aliás, tenho muitas lembranças, porque muitas vezes eu o acompanhava às casas dos pacientes, onde comia muitos bolos, biscoitos. E que, muitas vezes, era a única forma de pagamento (risos). Naquele tempo a medicina era mesmo um sacerdócio. E papai fazia aquilo tudo com muito amor, dedicação.  E isso me ajudou muito no Home Care. Ainda hoje, na grande maioria das casas que eu visito, as pessoas querem saber o dia da próxima visita, pra fazerem bolo de fubá que eu adoro (risos). Isso é uma identificação, uma referência que eu tenho.

 

ET – Falando em idosos, com sua experiência na área, qual a receita para se chegar à velhice com saúde? 

Astolfo – Não se foge à regra. Ter uma alimentação saudável, ritmo de vida saudável, exercícios físicos, mas o mais importante: a pessoa tem que viver, ter ritmo de vida. Não dá pra pessoa ficar naquela de “carne vermelha não pode”, ou “essa carne tem gordura”... Não dá pra viver eliminando tudo da vida, mas ser moderado em tudo. Porém, não podemos esquecer que há os percalços da vida, como a multiplicação de uma célula errada num lugar e momento errados, que vai provocar um câncer, aí a pessoa diz: “Eu sempre me cuidei”. Isso são percalços da vida humana. A minha orientação é tranquila: viva sem exageros, sem estresses, faça exames periódicos e o mais importante,  viva a vida... Não dá pra passar pela vida sem vivê-la.

 

ET - Antes do Home Care, no trabalho no Emílio Ribas e no Centro de Referência de AIDS, foram muitas as experiências de vida?

Astolfo – Muitas, muitas... Primeiro, muita gratificação. É muito gratificante, porque saí de uma fase em que eu via a pessoa morrer sem poder fazer nada, para  uma fase em que hoje vejo a salvação. Há um caso que lembro sempre: a avó de uma criança morreu de AIDS, a mãe tinha AIDS e a criança não  tinha... Vi e vivi muita coisa. Houve dia de eu fazer, numa tarde de quatro horas, sete óbitos e, hoje, vejo pessoas há 20 anos trabalhando, produzindo. Embora tenham o vírus, vivem uma vida normal. 


ET – Essa expectativa de sobrevida aumentou devido a quê?

Astolfo - À descoberta dos novos medicamentos. De apenas um que apareceu em 1983, hoje temos mais de 20 opções de tratamento. É um mundo fantástico. Vivi uma experiência impar, porque acompanhei, vivenciei a evolução inteira, do nada a muita coisa, isto é, aos vários tratamentos de hoje, que não é tudo, mas muita coisa. E acredito que o top, logo, logo vai chegar, porque há alguns experimentos de pessoas que zeraram o vírus com o transplante de medula e não foram mais infectados. São vários experimentos em andamento sobre inibição de vírus. Por isso, acredito que o passo para a vacina está bem adiantado.

 

ET – Grassam por todo o país críticas e críticas sobre o sistema de Saúde, do SUS aos hospitais particulares e seus convênios... Nos seus mais de 30 anos de medicina, quais as principais dificuldades que vocês encontra? Foi sempre assim, melhorou ou piorou?

Astolfo - Dificuldades fazem parte de toda profissão e na Medicina não é diferente e uma das principais são as limitações impostas pelo sistema.  Por exemplo, se o paciente não possuiu um convênio razoável, já fica limitado, porque o serviço público não consegue atender tudo o que ele precisa. Há a dificuldade para a realização de exames, o deslocamento pra lá, pra cá. No atendimento domiciliar, muitas vezes usamos a clínica mesmo para evitar os deslocamentos e os exames de rotina mais comuns, porque os laboratórios vão às casas. Mas o que limita mesmo é a falta de um convênio com boas coberturas. 

 

ET – Onde está a precariedade maior, no sistema público ou particular?

Astolfo - Sobre o serviço público e privado de saúde, há precariedade em ambos. Mas em muitos aspectos, o serviço privado é pior. Pela minha experiência, acho que o serviço privado está pior do que o público. Trabalho no pronto socorro do Emílio Ribas, um dos maiores hospitais públicos do país, e quando a coisa está muito ruim, o paciente espera no máximo duas horas; no serviço privado, o tempo mínimo de espera é de 2h30, quando está tranquilo. Recebemos pessoas com convênio top de linha que vão para o Emílio Ribas, porque a espera na rede privada é muito longa. Aumentou muito a quantidade de convênios e uma vez que o usuário tem convênio, ele quer um atendimento top, como não sai, ele vai para o setor público.

 

ET - Muitas profissões têm um corporativismo grande, mas dizem que os médicos entre si se blindam. Como você vê esse lado do profissional médico? 

Astolfo – Não, não é assim mais não, mudou muito... 

 

ET – Espere aí, você já está se blindando? (risos)

Astolfo – Não, não, de jeito nenhum. Eu falaria. Dentro da classe há muitos desentendimentos, hoje. E dou um exemplo disso, que aconteceu comigo e vou contar toda a história. Há seis anos, tive um processo que durou cinco anos. Havia um casal, meus clientes, e o marido era doente. Uma pessoa influente, que tinha sido diretor de faculdade. Ele estava ruim e a esposa não quis mais levá-lo para o hospital. Ela me ligou, afirmando que ele estava com muita dor. Eu pedi na base que passassem um catéter central, porque ele precisava receber antibióticos e analgesia. A base mandou um cirurgião vascular para fazer o procedimento e, ao passar o catéter, ele beliscou o pulmão, só que ele, não sei se não percebeu,  acabou não dando assistência para o paciente, que acabou sendo tratado sem precisar de cirurgia. Mesmo assim, a esposa  processou esse cirurgião vascular. O CRM (Conselho Regional de Medicina) acatou o processo e me processou, também, por imprudência, por pedir pra passar um catéter em casa, sabendo que esse procedimento seria de hospital. O processo se arrastou por cinco anos.  


ET – Com advogados, testemunhas e tudo o mais...

Astolfo – Sim, temos direito a tudo isso, mas eu não arrumei advogado pra me defender. No dia do julgamento, estavam lá os conselheiros e mais três médicos, meu coordenador, o médico que passou o catéter e eu. Um advogado falou, o outro falou e na minha vez, eu  disse: 'Eu sou meu advogado e vou explicar por quê'. No CRM falta uma coisa que o médico tem que ter, a autonomia médica. Em determinado momento, não me interessa a regra. Eu tenho que decidir, porque quem está em jogo é o doente não a regra. E expliquei que era uma sexta-feira chuvosa, fim de tarde, São Paulo alagada e que tinha a interferência da esposa que não queria interná-lo. E eu respeitei isso tudo e disse mais, que assumiria tudo o que pudesse ocorrer. E faria de novo se preciso fosse. Disse-lhes mais que, em momento algum do processo, a esposa falou mal de mim. Resultado, fizeram a votação, fui absolvido. Ao sair, uma das conselheiras veio me cumprimentar dizendo: 'Você tocou num ponto que temos discutido muito, que é a autonomia'. Isso mostra que não existe mais esse corporativismo, muito pelo contrário, o que vejo é colega denunciando colega. 

 

ET - Você fez outras especializações ou continuou apenas com Infectologia?

Astolfo - Medicina é atualização constante. Mas fiz extensão na área de Geriátrica na USP há seis anos. Excelente curso, que me ajudou muito inclusive na área de infectologia, porque há muitos portadores de HIV idosos e modifica, por isso o curso de especialização de Geriatria, ramo da medicina voltado para os idosos.

 

ET - Finalizando, que lição você tira do seu trabalho como médico agora com  o seu filho Victor ingressando na faculdade de Medicina, uma outra época, novas técnicas? 

Astolfo - Quanto ao Victor, Deus é quem sabe. Cada um vai de uma forma, veja que eu descobri muito tempo depois que realmente era aquilo que eu queria, ele também vai ter que descobrir.  Os pacientes são os mesmos, são seres humanos que merecem todo nosso carinho e respeito. As mudanças hoje são técnicas  e o profissional vai ter que ter muito mais cuidado com ele mesmo, para não se tornar um profissional robotizado. 

 

 

ET – E te vem, então, as lições do Dr. Clemente ouvindo as histórias do paciente. A anamnésia está sendo esquecida?

Astolfo - Na medicina, sempre digo, primeiro escute, depois aja, exceto em emergências. Há muitas chances de acertar  escutando o paciente. Hoje, a praxe são os exames, cabeça, estômago, pulmão, coração... Primeiro, pedem exames e isso porque a média de remuneração de um médico pelos convênios é de R$ 20,00 R$ 30,00, o preço de um sanduiche do Mc Donalds, para atender um paciente. Um absurdo! Por isso prefiro o Home Care ou o particular. Prefiro ficar ali escutando o paciente uma hora se for o caso, do que atendê-lo em dois minutos. Um dia vou ter que fazê-lo, terei que ir para o consultório, porque não vou ter pique mais pra ir de bairro em bairro, mas através de convênio, não. 

 

ET – Bom, mas aí já é tempo de se aposentar. Já tem tempo, não?

Astolfo - Acho que tenho, mas não olhei isso, não. Não tenho pensado nisso, porque aposentadoria não adianta, não compensa (risos). Vou continuar trabalhando.