Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Escolas estaduais e municipais iniciam aulas virtuais

Edição nº 1728 - 22 de Maio de 2020

Não é apenas o Sindicato que tem feito crítica ao projeto do governo Zema sobre a Volta às Aulas, de forma não presencial, através de três ferramentas: a) apostilas disponíveis na internet e impressas; b) aulas por meio da TV Minas; c) aplicativo que facilita o diálogo entre professor e aluno.  Sobre o tema, o ET reporta o início das aulas virtuais,  mostrando o trabalho de cada uma das escolas estaduais da cidade e sua avaliação do processo. Veja abaixo a entrevista e as informações das 

diretoras, Alice Jerônimo de Melo e Tânia Moreno, que responderam à entrevista. 

 

O Estado do Triângulo - Em vídeo publicado nas redes sociais da pasta estadual, a secretária de Educação, Julia Sant'Anna, explicou que as apostilas com o conteúdo das disciplinas já estão disponíveis para download (baixar os textos para um arquivo do aluno) no site do programa: estudeemcasa.educacao.mg.gov.br. Quantas apostilas estão disponíveis e a quantidade de conteúdo oferecido?

Tânia Moreno (EE Afonso Pena) - Estão disponíveis as apostilas (PET – Plano de Estudo Tutorado) para todos os anos escolares desde o 1º ano do Ensino Fundamental até 3º ano do Ensino Médio, assim como atividades da Educação Integral Anos Iniciais e Finais, EJA e Educação Especial. No nosso caso, estão disponíveis as apostilas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental.

 

Alice Jerônimo de Melo (Barão da Rifaina) - As apostilas estão disponíveis no site do programa, sendo uma apostila para cada ano de escolaridade do Ensino Fundamental e Médio. Tem também a apostila específica para os alunos do Ensino Fundamental e Médio Integral e ainda para as Modalidades Especiais, que no caso da Escola Estadual Barão da Rifaina, essa apostila de Modalidades Especiais destina-se aos alunos da Educação de Jovens e Adultos, uma para cada período do Ensino Fundamental e Médio. As apostilas estão organizadas em atividades semanais, em 04 semanas, ou seja, um mês.

 

ET - A Secretaria de Educação esclareceu que a distribuição das apostilas pode ser feita por meio do site, de e-mail e aplicativo Whatsapp. Já aqueles estudantes que não tenham acesso à internet receberão o material impresso e o processo de entrega das apostilas cabe às próprias escolas em parceria com as prefeituras, sobretudo as secretarias municipais. Quantos alunos, até o momento, informaram à escola que não têm acesso à internet e como estão providenciando as apostilas impressas?

Tânia Moreno - Fizemos um levantamento através do formulário online

https://forms.gle/Y2ma23sG4BFBxCGF8 para conhecer a realidade dos alunos da Afonso Pena Júnior. Dos 557 alunos, regularmente matriculados, faltando apenas 29 alunos para confirmar sua adesão ao programa de aulas virtuais. Podemos identificar a realidade dos alunos da EE Afonso Pena Júnior quanto  ao acesso à internet e às tecnologias propostas pela Secretaria de Educação de Minas Gerais. Quase 90% possuem internet em casa; 80% possuem computador ou celular para o acesso; 60% podem receber o material via internet; 60% desejam receber impresso e 95% de nossos alunos moram na Zona Urbana. Apesar do desejo ser 100%, uma escola pública tem bons índices de acesso às TICS ( sigla em inglês para Tecnologia da Informação e Comunicação). Disponibilizamos também PETs (Plano de Estudo Tutorado) para todos os alunos, assim como um Caderno de Atividades Suplementares, criado pelos professores para complementar as atividades, patrocinado com recursos próprios que temos através da Associação de Pais e Mestres.

 

Alice Jerônimo - Segundo a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, as apostilas impressas deveriam ser entregues somente aos estudantes sem acesso à Internet. Mas devido as dificuldades encontradas pelos alunos e pais, a EE Barão da Rifaina está fornecendo apostila impressa para todos os alunos, disponíveis na escola, em horários diferenciados para que não haja aglomeração.

 

ET - Ainda de acordo com a secretaria, todo o material foi adaptado também para alunos com deficiência, como teleaulas com tradução em Libras, e apostilas impressas em braile. Se a escola tiver algum aluno com essa deficiência, como estão procedendo para sua impressão?  

Tânia Moreno - Não, não temos com essa deficiência.

 

Alice Jerônimo - A Escola Estadual Barão da Rifaina não tem nenhum aluno matriculado que necessita de apostila em braile.

 

 ET - A partir dessa segunda-feira 18, a Rede Minas, começaria a exibir as aulas de segunda a sexta-feira, pela manhã, das 7h30 às 12h30. A própria secretaria reconhece que, dos 853 municípios mineiros a Rede Minas está presente em apenas 186, o que não é problema, pois segundo a secretária Júlia Sant’Anna, existem no Brasil cerca de 20 milhões de antenas parabólicas que podem receber o sinal da Rede Minas via satélite. Assinantes da Net e da Oi TV também têm o sinal da Rede Minas. Na sua escola, quantos alunos estão na situação de não possuir nenhuma das alternativas sugeridas pelo Estado e como estão se ‘arranjando’ para levar o apoio do professor até eles? E quem vai pagar a conta de uma possível assinatura da Oi?

Tânia Moreno - Dos 531 alunos entrevistados, 78 não possuem internet em casa. Porém, a escola organizou diversas outras formas de contato a distância com os alunos. Formamos 24 grupo de Whatsapp, o telefone da escola está atendendo em média 100 ligações por dia, com atendimento interno das 7h às 18h; os professores ficam em média 4 horas online prestando atendimento às famílias; as redes sociais da escola e dos funcionários estão contribuindo para a divulgação das atividades. O aplicativo ‘Conexão Escola’ não necessita de internet para acesso após ser baixado. Apenas que o celular esteja em um local com sinal de telefone.

 

Alice Jerônimo -  Todos os dias, antes do início das videoaulas, postamos o canal do youtube do ‘Se Liga na Educação da Rede Minas’ nos grupos de salas de aula que criamos no whatsapp com essa finalidade, bem como a grade de programação. Os professores assistem também às aulas com os alunos e logo após esclarecem as dúvidas sobre o conteúdo abordado e os orienta na resolução das atividades da apostila. No noturno a mesma coisa, como o programa da Rede Minas fica disponível, os professores passam a videoaula, dão explicações complementares e orientam na resolução das atividades da apostila. 

Os alunos estão muito empolgados, assistem aos vídeos e são muito participativos, perguntando, esclarecendo dúvidas. Os professores estão um pouco inseguros mas estão dando show, aplicando novas tecnologias que atraem a atenção dos alunos. Enfim, é uma dinâmica diferente, um novo desafio, mas tenho certeza de que haverá aprendizagem, porque na Internet não há distração, o aluno está focado nas aulas. Com os grupos de whatsapp por sala de aula, todos os alunos estão tendo acesso aos conteúdos.

 

Nota da Redação

Até o fechamento desta edição, as escolas estaduais Carolina Maria de Jesus e Sinhana Borges não haviam respondido à entrevista do ET. O diretor Uriel Amarante, da EE Cel. José Afonso de Almeida informou que está concluindo o levantamento de quantos alunos necessitarão da apostila impressa (PET). “Isso demanda algum tempo, pois elas serão destinados aos alunos que efetivamente não têm acesso ao material digital (seja via e-mail, aplicativo ou WhatsApp)”, justificou. 

A avaliação dos diretores dessas três escolas, sobre esse inédito processo de educação, devido à pandemia do novo coronavírus que assola o país, o ET publica na próxima edição, caso os resultados cheguem à redação. 


Nas escolas municipais, cada diretor montou seu projeto 

As escolas municipais de Sacramento iniciaram as aulas remotas no dia  4 de maio. De acordo com a secretária de educação Cibele Magnabosco, cada escola traçou seu próprio plano de trabalho de acordo com sua realidade e particularidade, visando atender da melhor forma seus educandos. 

“Com o objetivo de manter e reforçar o vínculo dos alunos com a escola, promover a aprendizagem, complementar as atividades pedagógicas, bem como a carga horária, o trabalho está sendo desenvolvido através das redes sociais, Facebook, Whatsapp, blogs ou e-mails, com a opção de levar material impresso para aqueles que não têm conexão com a internet”.

 

Adianta ainda a secretária que o retorno presencial depende da liberação do governo estadual. “Enquanto isso não acontece, são preparados calendários e avaliadas as possibilidades que permitam a retomada sem colocar em risco a saúde dos estudantes e dos profissionais da educação.