O projeto Escola em Tempo Integral que permite às escolas extender a carga horária de estudo dos alunos começa a vigorar a partir desta segunda-feira 4 nas escolas estaduais da cidade, depois de três meses do início do ano letivo. Um dos motivos do atraso do projeto justificado pelo governo foi a reestruturação do programa e a dívida do estado herdada dos 12 anos de governo de Aécio Neves e Antônio Anastásia. Os governadores tucanos deixaram uma dívida de 8,2 bilhões de reais, sem dinheiro até para a merenda dos alunos.
A medida alarmou os pais em todo o estado, conforme publicou o ET em edição anterior. A principal alegação dos pais, além da perda do ritmo educacional, dos alunos, especialmente daqueles que trabalham fora, era a falta de creches para receber os alunos no contra turno do horário escolar. (Veja nota no final desta matéria).
Em Sacramento a situação não é diferente. Uma mãe, JDC, solicitou ao ET um esclarecimento sobre o não funcionamento da Escola em Tempo Integral. Diz JDC, em referência a abertura de uma sala de aula no presídio. “Se há verba para abrir essa sala, por que até o dia de hoje, não começaram as aulas do tempo integral? São muitas famílias que, como eu, têm que trabalhar e necessitam desse projeto, pois, devido a ele, as creches não aceitam mais crianças maiores de cinco anos. Creio que não só eu, como muitas outras mães estão necessitando tanto do projeto como de uma creche que aceite crianças a partir desta idade. Por que nossas crianças estão sendo deixadas para segundo ou terceiro plano? O que será do futuro delas?”, pergunta, aflita.
JDC tem razão quando cobra onde deixar os filhos fora do horário escolar. Com a implantação da Escola em Tempo Integral, as creches deixaram de atender os alunos do contra turno, com idade acima dos 7 anos, uma vez que permaneciam nas escolas, baixando a faixa etária para até 5 anos. Foi o que ocorreu com a Escolinha Tia Nina, que agora é creche e atenderá crianças de zero a quatro anos. A informação foi dada ao ET, durante visita à instituição em 20/02, quando o prédio passava por reformas e adequações para atender crianças de zero a quatro anos, conforme explicaram a presidenta Raiumunda Sílvia Trindade. “Nesses oito anos, atendemos centenas de crianças de 7 a 14 anos; depois, de 6 a 12 e, agora, na modalidade de creche passaremos a atender 30 crianças de dois a quatro anos de idade. A clientela foi diminuindo devido à Escola em Tempo Integral”, justifica.
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