“Tudo o que foi conseguido foi verbal, nada foi formalizado, por isso o pessoal decidiu manter a greve, e se volta e o governo não cumpre, queremos tudo formalizado”
Na reunião de negociação, no dia 12, com o secretário adjunto de Educação, João Filocre e representantes da Secretaria de Planejamento e Gestão – Seplag, a comissão reafirmou que a reivindicação da categoria é o piso de R$ 950,00 para jornada de 24 horas para PEB1, com acréscimo dos percentuais previstos na carreira para os diversos cargos. Os representantes disseram que o governo fará um estudo junto com o Sindicato.
Mas, conforme explica o professor Walter Rios, houve os seguintes avanços: “Até agora, foram conseguidos o rateio de férias para os designados, proporcional ao tempo trabalhado no ano anterior; vantagens para os servidores em afastamento por motivos de saúde (14º salário, abono por produtividade, biênio, qüinqüênio); eleição para diretor, com certificação para os pretensos candidatos; concurso para o primeiro semestre de 2009, para todos os servidores, inclusive os efetivados pela lei 100; garantia do pagamento dos biênios, promoção do servidor conforme o Plano de Carreira; designação pontual com os efetivados pela lei 100; gozo de férias prêmios e correção na tabela salarial para todos os servidores, forma esses os avanços”.
Como nenhum acordo foi assinado, informou Waltinho que, por isso os trabalhadores decidiram manter a greve até que o governo formalize as propostas. “Tudo o que foi conseguido foi verbal, nada foi formalizado, por isso o pessoal decidiu manter a greve, e se volta e o governo não cumpre, queremos tudo formalizado”, explicou.
A próxima assembléia geral em BH está prevista para a terça-feira, 23 e o presidente do SindUTE local, garante que Sacramento estará presente mais uma vez.
Desabafos
Walter Rios Júnior indignado com o descaso com a educação mineira, desabafa. “Sou professor há 15 anos e me sinto frustrado com as condições de trabalho e o descaso com a profissão. Os trabalhadores em educação (serviços gerais, professores, técnicos de secretária, especialistas) deveriam ser mais valorizados, pois um país que não prioriza a educação tem altos índices de violência, gravidez precoce, etc. Os professores ganham mal, não têm bons recursos pedagógicos, nem dinheiro para curso, livros e tudo o que precisam para se manterem atualizados. Não têm tempo pra mais nada, a não ser para trabalhar em mais de uma escola para sobreviver.
Outra situação critica também é com os serviços gerais, que trabalham muito e sem motivação, recebendo menos que um salário mínimo. Enquanto tudo isso acontece, o Estado alardeia que a Educação em Minas vai muito bem: “Minas com Aécio, é o estado que mais cresce no Brasil.” “Minas com Aécio, é referencia nacional e internacional em administração pública.” Dá pra entender isso?”, questiona Walter e acrescenta “faço minhas as palavras da poetisa Cleide Canton, que disse: 'Sinto vergonha de mim por ter sido educador de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar cm a honestidade, por primar pela verdade e por ver esse povo já chamado de varonil enveredar pelo caminho a desonra, da covardia e da omissão.”
Thales Bianchini, que está iniciando no Magistério, concursado, esteve na Assembléia em BH e defende também a classe. O movimento está em busca da nossa valorização te emos que nos engajar, há um envolvimento muito grande e aos poucos vamos conseguindo avançar. Aos poucos o governo vai cedendo às reivindicações. É preciso mudar a atual situação dos servidores da Educação”, explica.