Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Carnaval 2011

Edição n° 1248 - 11 Março 2011

A insistente chuva de todos as noites contribuiu para uma diminuição considerável do público na passarela. Domingo e segunda-feira, dias de maior concentração para o Carnaval na rua, o público foi bem menor que nos anos anteriores, aumentando apos a meia-noite, quando a chuva deu uma trégua. 

Para muitos veteranos de serviços na avenida e imediações, inclusive comerciantes, este foi um dos carnavais mais fracos de movimento desde que a festa iniciou na Visconde  do Rio Branco e muitos contabilizavam os prejuízos nos investimentos.

 

Da chama da razão ao cenário da paixão

 

A tetra-campeã, XIII de  Maio conquistou os jurados enfocando a linguagem universal do amor, com o tema, 'Da chama da razão ao cenário da paixão', escolhido a dedo pelo carnavalesco  Luiz Alberto da Silva, com total apoio do presidente  Anderson de Oliveira (Som) e demais membros da diretoria.  

O enfoque  foi para os grandes amores da história universal: Scarlet O´Hara  e Rhett  Butler, (de E o Vento Levou), Pierrô e Colombina, Romeu e Julieta,  Chica da Silva e Felisberto Caldeira Brant, Lampião e Maria Bonita, Dom Pedro e a Marquesa de Santos, Orfeu e Eurídice, Marco Antônio e Cleópatra,  Nabucodonosor e Amitis, Tristão e Isolda,  Helena e Páris, Dom Quixote e Dulcinéia, culminando com a fantasia vestida pelo próprio carnavalesco, Taj Majal, famoso mausoléu construído pelo imperador mulçumano para imortalizar a esposa, dentre tantos outros. Tudo isso  ao som da bateria do mestre Macalé (Anderson Ferreira) e a ginga das madrinhas Kelly Gonçalves e Isabela Crispim. 

No desfile das campeãs, na terça-feira, a escola desfilou  debaixo de chuva e nem por isso perdeu o brilho e animação e mais uma vez levantou o público que aplaudiu de pé a  cinqüentenária XIII de Maio. 

 

Sonho e realidade de um malandro

 

A vice-campeã, Unidos do Areão, comemorando seus dez anos de fundação,  levou para a passarela o tema, 'Sonho e realidade de um malandro', apresentando um bonito carnaval, que empolgou o público, sobretudo com a passagem de veteranos homenageados em dois carros, como Rony Marcos, consagrado passsista, longe da pista há seis anos e Tiola (Carlos Roberto da Silva), um dos fundadores da escola e que há dez anos não entrava na passarela para desfilar. 

O tema idealizado pela carnavalesca, Maria Luiza Borges  Santana e apoiado pelo presidente Júlio Cesar de Oliveira (Avião) e demais membros, mostrou com suas cores laranja, amarelo, vermelho, azul e branco, a malandragem  da gafieira e toda uma história de sonho do  'malandro' Rony. Na livre imaginação do malandro em seus sonhos, ele viaja pelos mares com todas as suas riquezas naturais como peixes, golfinho, pescadores e mitos... Tudo ritmado pela bateria do mestre Testa (Luiz Carlos da Silva) e o samba no pé das madrinhas Josiely Oliveira, Mônica e Noeline.  

A Unidos que começou o desfile na terça-feira, com uma garoa, terminou-o sob uma forte chuva, mas com  a mesma garra que sempre marcou os seus desfiles, surpreendendo o público presente. 

 

Glórias do Egito, o tema da Beija Flor

 

A azul e branco, Beija Flor Sacramentana, do presidente Cesar Donizete de Oliveira e a carnavalesca Rosemeire Idualte levou para a passarela a bela história das terras do Nilo e das Pirâmides, o Egito fascinante pelo seu clima de mistério e grandiosidade, objetos de estudos até os dias atuais. 

E a história começa com a grandiosa Cleopatra, passando pela lenda de Osíris e Isis, os construtores, as águas do grande Nilo, as jóias do faraó Tutankhamon, os deuses egípcios (Maat, Rá, Anubis, Shu, Horus, Nefertiti, dentre outros) dançarinos, os mistérios, o povo, o oásis do deserto de Saara, as areias do Saara, Ramisés II. Enfim, a escola enfocou de modo a rica história egípcia, ao som da bateria do mestre  Ricardo Henrique da Mota, e a beleza rítmica e simpatia das madrinhas, as irmãs Juliany e Viviany. 

No desfile da terça-feira, a Beija Flor optou por não colocar seus caros e a escola na passarela. Para receber a premiação de terceira colocada,  a escola esteve representada por parte da comissão de frente, porta bandeira e mestre sala, bateria e baiana, isto é, o coração da escola. A baiana Maria Elizena Gabriel recebeu o troféu em nome do presidente Cesar Donizete. 

 

Operários e Acadêmicos do Borá

 

As escolas de samba, Acadêmicos do Borá e Operário Sacramentano, que por consenso entre os presidentes das demais  escolas e comissão não foram penalizadas, mas não concorreram com as demais, também deram um enfoque histórico na passarela. 

A caçulinha Acadêmicos  do Borá com suas cores azul, vermelho e branco,   foi buscar na Antiguidade o seu tema, “Tróia: a história de Aquiles, mito ou realidade?”,  escolhido pela carnavalesca Karine Ferreira da Silva, com total apoio do presidente Nivaldo da Silva e demais membros da diretoria.  

A primeira escola a desfilar, a Acadêmicos enfrentou forte Chuva, mas mostrou garra,  ao som da bateria do mestre  Paulino Kaiana, que comanda uma meninadinha que será o futuro do carnaval sacramentano. Acompanhando os ritmistas as belas madrinhas Daniela, Diuene e Eliana. 

A vermelho e branco, Operários Sacramentano, ficou a história da região, “Desemboque”, o berço do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba  e sul de Goiás, tema trabalhado pela carnavalesca,  Leila Maria de Melo, ao lado da diretoria da escola presidida por Geraldo Fontoura. Como a Acadêmicos, a Operário ficou prejudicada pelo pouco número de integrantes, mas prometia um bom desfile ao som da bateria comandada pelo mestre Marim, acompanhado de perto pela madrinha Karen Stefani Palhares Borges. 

 

Os jurados do carnaval

 

Segundo o coordenador do Carnaval, Antônio Claret Scalon, Polaco, este ano houve alteração para a escola dos jurados e no próprio julgamento, tudo em consenso com os presidentes das escolas. Para a escolha dos jurados  foram indicados 40 nomes, oito de cada escola e a comissão apresentou mais 12 nomes, depois realizou-se o sorteio dos 21 nomes que comporão o corpo de jurados.  

A alteração no julgamento consiste da criação do mapa  oficial de votação. “O jurado vai votar na passagem de cada escola, sem emitir a nota oficial. Isso só será feito após a passagem da última escola. Aí a nota final será registrada no mapa oficial que será grampeado com o rascunho. Isso  vai evitar injustiça com as escolas que passam primeiro. Tudo isso foi feito em consenso com as escolas”, informa. 

Saiba quem julgou o quê no carnaval:

 Comissão de frente, ala das baianas:    Anay Lima Bonatti , Lucy Maria Borges Gobbo e Antonina Florentino 

Tema, evolução, passista feminino: Maristela Borges Tura, Cristiane Aparecida de Oliveira e Sandra Cristina  Alcântara

Fantasia, ala luxo e beleza,  passista feminino infantil: Fabiano Augusto dos Santos, Cíntia de Cássia Silva e Alice Jerônimo de Melo 

Porta bandeira/mestre sala, destaque infantil e harmonia: Valéria Soares, Karine Mendonça Borges e Márcia Cordeiro Borges Bizinoto 

Bateria, passista masculino adulto e infantil: Cesar Barsanulfo Cardoso, Paulo Constancio e Alex Juliano Rodrigues 

Conjunto, destaque feminino adulto: Joanita Maria de Melo, Maria Cerchi e Luciene Cristina da Cruz Filipe 

Alegoria, destaque masculino adulto: Taciana Jeronimo Scalon, Maria Inês Borges Estevão e Genildo Batista de Oliveira