Para visitar familiares, passei a Semana Santa no Rio. Lá, participei de algumas cerimônias. Em todas elas, a Igreja lotada. Pelos noticiários da TV, verificamos o mesmo no mundo inteiro. Ao retornar, li os números atrasados do Correio de Uberlândia e, em um deles, havia um artigo assinado por Alexandre Henry, sobre a Igreja Católica, vaticinando o seu fim.
Um olhar, mesmo rápido, sobre a História da Igreja, mostra que, ao longo do tempo, ela tem atravessado muitas tempestades, que, entretanto, nunca a fizeram sucumbir e nunca a farão. A primeira, na Barca de Pedro, prenunciava outras que viriam, por motivos vários: Sobreveio, então, uma tempestade... e o barco já estava se enchendo... Por que tendes medo”? Mc, 4,37,40. “ Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Mt, 16.18.
A Igreja Católica, composta por homens, e por isso mesmo, por santos e pecadores tem reconhecido, ao longo dos tempos, os seus pecados e por eles, pede perdão. Pede perdão e também perdoa. Sua missão é levar os homens a Deus. É grande a ferida aberta na Igreja, em virtude dos abusos cometidos por alguns clérigos. Eles não são e não serão ignorados. É um triste momento, pelo qual nos penitenciamos e sobre isto a Igreja toma providências imediatas, e, também, por sua competência, os tribunais civis.
Entretanto, não se pode esquecer que, espalhados pelo mundo inteiro, estão milhares de sacerdotes empenhados na missão de evangelizar, conforme o mandato de Cristo, sacerdotes que abraçaram livremente o celibato, que não é causa de comportamento não condizente com a promessa sacerdotal, como o querem alguns , mas valor e conselho evangélico, um convite de Cristo àqueles que querem consagrar-se, exclusivamente, a Deus e à Igreja . É dom e graça que muitos não podem entender,porque,encantados com o relativismo do mundo, não percebem a profundidade do sim ao chamado. “Nem todos são capazes de compreender essa palavra, mas só aqueles a quem é concedido. Quem tiver capacidade para compreender, compreenda” Mt, 19,11-12.
Infelizmente, o alvo principal dos ataques da mídia tem sido Bento XVI. Quem conhece a sua vida e a sua obra sabe, muito bem, o quanto este homem, dom de Deus para a Igreja e para o mundo é um amante da Verdade. Aos 78 anos, aceita o chamado de Cristo: “Pedro, tu me amas? Apascenta minhas ovelhas” Jo, 21,17. Com humildade e simplicidade, com firmeza e com doçura ele tem conduzido a Igreja, tendo ao seu lado, principalmente nesta hora difícil, e em todo o mundo, clérigos e todo o povo de Deus que lhe manifestam a sua fidelidade e o seu afeto.
Ao longo de sua vida, como Cardeal e como Papa tem dialogado com os grandes pensadores do mundo , crentes e não crentes. Em todos os seus livros, nas encíclicas, homilias nos encontros com os líderes mundiais, com artistas, na ONU e na FAO, na Sinagoga de Roma e com os membros de outras confissões religiosas, sempre o mesmo homem comprometido com a verdade. A ela nunca fugiu e não fugirá jamais e por ela entrega a sua vida a Cristo, VERDADE.
Nossa geração passará. Outras virão e, certamente, para elas, milhares de sacerdotes, fiéis ao seu ministério, continuarão a levar a Boa Nova da Salvação aos quatro cantos do mundo.E a Igreja Católica seguirá cumprindo a sua missão sem medo e sem intimidação. E eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Mt.28,20.
Aparecida Portilho Salazar [email protected]