Dentre as muitas terminologias novas que estão aparecendo, uma delas esconde a sua gravidade: é o termo bully. A palavra bully significa em inglês, valentão, “fanfarrão e bravo”. O termo inglês, com o gerúndio ing, refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar". Trata-se, portanto, de comportamento agressivo, intencional e repetitivo, adotado por um ou mais alunos contra colegas de escola, sem motivação evidente.
E as principais formas destes maus tratos são: físicos, tais como bater, chutar, beliscar; verbais, apelidar, xingar, zoar; sexuais, abusar, assediar, insinuar; psicológicos,intimidar, ameaçar, perseguir; materiais, furtar, roubar, destruir pertences; virtuais, discriminar, difamar por meio da internet ou celular.
Assim, estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos em todo ambiente escolar, criados para humilhar e ridicularizar os colegas.
No entanto, o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos sustenta que:
"A escola que afirma não ter bullying, ou não sabe o que é ou está negando sua existência". Ademais, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying. Assim, o melhor remédio é prevenir e informar professores e alunos, deixando claro que o estabelecimento não admitirá tal prática.
O papel dos professores também é fundamental. Há uma série de atividades que podem ser realizadas em sala de aula para tratar desse problema com os alunos. Basta usar de criatividade.
E o primordial trabalho do professor é identificar os autores do bullying: não só agressores, como vítimas. Os principais sinais de que um aluno é vítima de buillyng, geralmente são:
dar desculpas freqüentes para faltar às aulas;
- pedir para mudar de sala ou de escola sem motivo convincente;
- desmotivação com o estudo;
- queda de rendimento escolar e dificuldade de aprendizado.
Averbe-se que o agressor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar onde tudo se resolve pela violência física ou verbal, reproduzindo o que vê, no ambiente escolar. Já a vítima, costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída, tanto na escola quanto no lar. Cujas características a dificultam, conseguir reagir. A partir de então, é que surge a questão da repetição no bullying, pois se a criança reage, a tendência é que a provocação cesse.
É óbvio, que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. Porém, o que a escola precisa distinguir, é o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. Isso não é tão difícil como parece.
Basta que o professor se coloque no lugar da vítima e se pergunte: “O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?"
Ao perceber o bullying, o professor deve imediatamente corrigir o aluno. E em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais e o Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Todavia, só a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um agressor. A tendência é que ele seja assim por toda a vida, a menos que seja tratado. Uma das peças fundamentais é que esse jovem, tenha exemplos a seguir, de pessoas que não resolvam as situações com violência. E quem melhor, senão o professor para alcançar essa meta?
Por outro lado, o mestre não pode tomar para si toda a responsabilidade. Eis que o bullying só se resolve com o envolvimento de toda a escola, direção, docentes, alunos e a família.
Consequentemente, a família ao perceber os fatos, deve estimular a criança a falar sobre seu dia na escola, ajudando-a a se expressar com segurança e confiança. A valorizar seus aspectos positivos
e recorrer ao auxílio de psicólogos,à direção da escola e do Conselho Tutelar.
Valemo-nos, finalmente, da sabedoria popular: “mais vale prevenir que remediar”. Procurando ser vigilantes nos passos e educação de seus filhos e alunos, orientando-os ainda, na utilização das tecnologias de informação, não instalando computador no quarto do filho ou educando, mas sim, numa zona de acesso a todos. Transformando-o num instrumento ao serviço da aprendizagem e da partilha saudável e agradável.