É com grande alegria
que compartilho minhas emoções
na data tão importante
de 20 de Novembro,
quando comemoramos
o Dia Nacional da Consciência Negra.
Nosso país, em especial a partir
dos anos 90, tem compreendido
a importância histórica de
Zumbi dos Palmares,
como um ícone do que ele foi
e tem sido para a trajetória do
negro e de todos os brasileiros,
inscrevendo seu nome no panteão
dos heróis da pátria.
Os ideais de Zumbi continuam
atuais e exigindo a mesma capacidade
e a mesma disposição de luta.
Trilhamos novos e inéditos caminhos
para a condução dessa nova etapa
e escolhemos como arma a educação.
Por isso mesmo, é desejável que
as leis atualmente em debate,
principalmente o Estatuto da
Igualdade Racial, procurem deixar
o máximo possível aberta a definição
da identidade negra.
Por todo o país, pessoas e instituições
públicas e privadas têm trabalhado
para descobrir formas novas e
desenhar iniciativas que possam
fazer uma condução consciente
e objetiva da inclusão, qualificação
e valorização do negro.
Encontrar universitários afrodescendentes
de cabeça erguida, circulando sem
constrangimento nem receio nos
corredores de cada vez mais universidades
e das maiores e mais importantes
empresas do país, nos faz crer na nova
realidade que, timidamente, começa
a ser desenhada e consolidada em nosso Brasil.
A luz no fim do túnel já
se deixa vislumbrar.
Os caminhos enveredados por
todos aqueles que, ao longo
de toda a história, procuraram
construir um protagonismo para
o negro brasileiro, sempre estiveram
integrados e compreendidos na
indispensabilidade da educação.
Por causa dessa convicção,
clamamos pela união, a fim de
nos juntarmos em uma verdadeira
usina de solidariedade em prol
da educação, como o único veículo
de realização de consciência e do
valor do ser humano, de seus sonhos,
de suas conquistas e de sua felicidade.
Por isso, devemos ser todos
pela educação.
Ela liberta e a liberdade educa.
E, sem educação, jamais haverá liberdade.
Seguimos convictos e certos dos
novos tempos que estamos vivendo.
Pois, democracia é a possibilidade
de convívio na diferença, e
república é bem comum, coisa de todos.
Aprendemos desde sempre a lutar
e, agora, estamos prontos ,
mais fortes,com extrema disposição
para ajudar a construir nova uma história
para os negros, a qual deverá ser
de novos e promissores horizontes
às gerações que nos sucederão.
Teremos todos novos moinhos a
desafiar nosso empenho e nossa
imaginação na direção da
conscientização que permita
alcançar o Brasil justo e igualitário
de que os negros precisam, e do
qual todos os brasileiros necessitam.
Haveremos de ter sempre, energia, coragem
ou vontade, pois a memória de Zumbi
estará sempre no meio de nós.
(*) Ivone Regina Silva é advogada e Conselheira Seccional da OAB/MG