Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

A cor da consciência

Edição nº 1129 - 23 Novembro 2008

É com grande alegria 

que compartilho minhas emoções

na data tão importante 

de 20 de Novembro, 

quando comemoramos 

o Dia Nacional da Consciência Negra.

Nosso país, em especial a partir

dos anos 90, tem compreendido

a importância histórica de

Zumbi dos Palmares, 

como um ícone do que ele foi 

e tem sido para a trajetória do 

negro e de todos os brasileiros,

inscrevendo seu nome no panteão 

dos heróis da pátria.

Os ideais de Zumbi continuam

atuais e exigindo a mesma capacidade 

e a mesma disposição de luta.

Trilhamos novos e inéditos caminhos

para a condução dessa nova etapa

 e escolhemos como arma a educação.

Por isso mesmo, é desejável que 

as leis atualmente em debate, 

principalmente o Estatuto da 

Igualdade Racial, procurem deixar

o máximo possível aberta a definição

da identidade negra.

Por todo o país, pessoas e instituições

públicas e privadas têm trabalhado

para descobrir formas novas e

desenhar iniciativas que possam 

fazer uma condução consciente 

e objetiva da inclusão, qualificação

e valorização do negro.

Encontrar universitários afrodescendentes

de cabeça erguida, circulando sem

constrangimento nem receio nos

corredores de cada vez mais universidades

e das maiores e mais importantes

empresas do país, nos faz crer na nova

realidade que, timidamente, começa

a ser desenhada e consolidada em nosso Brasil.

A luz no fim do túnel já

se deixa vislumbrar.

 

Os caminhos enveredados por

todos aqueles que, ao longo

de toda a história, procuraram

construir um protagonismo para

o negro brasileiro, sempre estiveram

integrados e compreendidos na  

indispensabilidade da educação.

Por causa dessa convicção,

clamamos pela união, a fim de 

nos juntarmos em uma verdadeira

usina de solidariedade em prol 

da educação, como o único veículo 

de realização de consciência e do

valor do ser humano, de seus sonhos,

de suas conquistas e de sua felicidade.

Por isso, devemos ser todos

pela educação.

Ela liberta e a liberdade educa.

E, sem educação, jamais haverá liberdade.

Seguimos convictos e certos dos 

novos tempos que estamos vivendo.

Pois, democracia é a possibilidade

de convívio na diferença, e 

república é bem comum, coisa de todos.

Aprendemos desde sempre a lutar

e, agora, estamos prontos , 

mais fortes,com extrema disposição

para ajudar a construir nova uma história

para os negros, a qual deverá ser

 de novos e promissores horizontes

às gerações que nos sucederão.

Teremos todos novos moinhos a

desafiar nosso empenho e nossa

imaginação na direção da 

conscientização que permita

alcançar o Brasil justo e igualitário

de que os negros precisam, e do

qual todos os brasileiros necessitam.

Haveremos de ter sempre, energia, coragem

ou vontade, pois a memória de Zumbi

estará sempre no meio de nós.

 

(*) Ivone Regina Silva é advogada e Conselheira Seccional da OAB/MG