Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Legião de Maria completa 60 anos de trabalho na cidade

Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Nos 60 anos da Legião de Maria 'Na. Sra. do Patrocínio do Santíssimo Sacramento', o ET conversou com duas legionárias que conheceram o grupo há mais de 30 anos, a vice-presidenta Terezinha de Fátima Mota e a tesoureira Adelina Magnabosco. Gentilmente, falaram um pouco sobre o objetivo da Legião e o trabalho desenvolvido na cidade. “Nosso objetivo é buscar a santificação para nós e para os outros, aqueles com quem convivemos e visitamos. Mas, infelizmente hoje, temos um número bem pequeno de legionários, por isso nosso trabalho fica bem limitado. É um trabalho bonito, de visitas às pessoas que necessitam de assistência espiritual e fraterna. Nós não rezamos para as pessoas, rezamos com elas”, diz Terezinha, reconhecendo que levam consolo aos necessitados.

 

“Nessas visitas, fazemos companhia para pessoas que estão sozinhas, às vezes, nem rezamos, mas sentimos que a nossa presença lhes faz bem”, explica, salientando que o trabalho da Legião é tão amplo, que o legionário ou legionária pode atuar em todas as pastorais, da Saúde, Catequese, Familiar, da Esperança (pastoral dos enlutados), enfim, podemos atuar em todas as frentes”, afirma. 

De acordo com Terezinha, a principal função da Legião de Maria são as vistas domiciliares. “O trabalho se dá a partir de conversas com outras pessoas. A cidade é pequena, todos se conhecem e as informações chegam até nós. Muitas vezes, durante uma visitas, descobrimos outras pessoas e até famílias que precisam da nossa ajuda. São nessas visitas que encontramos os problemas, os quais podemos direcionar para outras pastorais e até para o pároco”, explica.

Natural de Araxá, funcionária aposentada do Banco do Brasil, Terezinha conheceu a Legião de Maria aos 12 anos, quando fazia parte de um movimento juvenil. “Participei de movimentos juvenis e adultos em Araxá e quando vim trabalhar no Banco do Brasil, em Sacramento, em 1985, procurei a Legião de Maria e me integrei no grupo, que era presidido pela Adelina Magnabosco”, lembra, relatando como encontrou uma legionária.

“Foi interessante o meu ingresso na Legião de Maria, de Sacramento. Eu fui à missa e fiquei observando pra ver se via alguma coisa e nisso vi a dona Elza Gobbo, com o manual da Legião, me aproximei e ela disse que era legionária e que a reunião seria após a missa. E já naquele dia participei da reunião. Eu já tinha visto a Adelina no banco, mas não sabia da Legião, na cidade. E o curioso é que, além da dona Elza, havia mais duas irmãs dela, dona Ana e a Iracilda, as três irmãs legionárias”. 

De acordo com Terezinha, nesses 36 anos de legionária, só se afastou quando tinha os filhos pequenos. “Tive que me afastar um tempo, porque não dava para conciliar o banco, família, filhos pequenos e a legião e só quando me aposentei, em 2009, foi que retornei”, relatou, anunciando que, brevemente, torna a deixar a Legião, porque está retornando com a família para sua cidade natal.

“- Estou deixando a Legião de Maria de Na. Sra. do Patrocínio do Santíssimo Sacramento levando uma grande experiência e um grande aprendizado. Muitos elogiam, falam que nosso trabalho é muito bonito, porque ajudamos as pessoas, mas não, nós somos os mais ajudados, mais recebemos do que doamos. Cada pessoa, cada família que visitamos nos ensina muito com o seu sofrimento, suas dores, seus problemas e somos beneficiadas, porque disso tiramos lições”, salientou. 

Adelina Teresa Magnabosco participa da Legião de Maria há mais de 55 anos. Recorda que ingressou na irmandade logo depois de sua fundação, em 1961.  “Quando ingressei, a presidente era Maria Aparecida Castanheira, não me lembro bem o ano, mas foi logo depois da fundação. Ingressei na irmandade a convite de madre Antônia. Eu estava saindo na porta lateral da Igreja e ela estava indo pra reunião da Legião de Maria e me convidou. Fui com ela para a sede paroquial (hoje Centro Catequético). A reunião era realizada numa sala onde foi a loja do Vilmar Lacerda. Meu primeiro contato com a Legião de Maria foi ali e nunca mais saí. Afastei-me um tempinho, mas logo retornei. A Legião de Maria é a minha base, ali aprendi sobre valores, respeito e oração. Identifiquei-me com a Legião de Maria, que é muito unida no mundo todo”. 

Diz mais que passou por várias fases na Legião, inclusive como presidenta por duas gestões. “Foram muitas visitas a doentes, famílias enlutadas levando conforto, oração e até orientações, tanto como legionárias quanto como cristãs. Nos momentos difíceis, muitas famílias nos procuravam, mas hoje, devido à pandemia, nem reuniões estamos fazendo. Mas foram muitas famílias a nos pedirem orações e o carinho das pessoas é muito grande”, destaca. 

 

Atualmente, Adelina, que é tesoureira da irmandade, encontra-se afastada devido a uma cirurgia e está  sendo substituída pela vice-presidenta, Terezinha de Fátima Mota, que fala sobre os recursos financeiros da Legião. “Os recursos do grupo são oriundos de doações das próprias legionárias. Esse dinheiro é empregado em despesas pequenas, como material de oração, as Tésseras (que significa 'senha', e é a identificação de todo legionário no mundo inteiro) e velas. O que sobra vai para a Cúria, em Uberaba,  portanto,  o caixa fica sempre zerado, não podemos ficar com dinheiro em caixa”, ressalta. 

 

No próximo 7 de Setembro, Legião de Maria completa 100 anos de fundação

 

Fundada em Dublin, na Irlanda, em 7 de setembro de 1921, véspera da Natividade de Nossa Senhora,  por Frank Duff, um leigo que está em processo de beatificação, a Legião de Maria, completa este ano, 100 anos de fundação. A Legião de Maria chegou ao Brasil, no Rio do Janeiro, em 1951, portanto há 70 anos  e, em Sacramento, teve início há 60 anos, em 4 de junho de 1961, por iniciativa   do saudoso  missionário redentorista, Padre Antônio Borges Souza.

De acordo com a Legionária, Terezinha de Fátima Mota, vice presidente do Praesidium (Grupo) na cidade, a primeira reunião foi realizada na capela de Nossa Senhora do Rosário, no dia 4 de junho de 1961 com a presença de uma representante da Cúria, da Catedral de Uberaba;  do diretor espiritual Pe Marcos Mooser e de 15 membros ativos alistados. Na mesma reunião, foi escolhido o nome do Praesidium (Grupo) como Nossa Senhora do Patrocínio do Santíssimo Sacramento e nomeadas como oficiais (diretoras):

Presidente - Aracy Lopes Pavanelli (foto ao lado);

Vice presidente: Carmelita Bernardes Borges

Secretária: Irene Afonso Mendes

Tesoureira: Maria Aparecida Castanheira. 

Exerceram o cargo de presidente nesses últimos 60 anos as lelgionárias: 

 

Aracy Lopes Pavanelli,  Maria Aparecida Castanheira dos Santos,  Irene Afonso Mendes,  Maria do Carmo Chaer Borges,  Adelina Teresa Magnabosco (duas gestões),  Messias Guilhermina Gomes,  Cirlene de Sousa,  Maria Lúcia Pereira d  Luzia Januário Dias e   Maria do Carmo (Carminha).