Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Obra da ponte da Carmelita entra na reta final

Edição nº 1726 - 8 de Maio de 2020

Para alegria dos moradores da região Alpercatas, Soberbo, os Gobbo, Perdizinha, a obra da Ponte Ângela Magdalena Scalon, mais conhecida como ponte da Carmelita entra na reta final, já com a concretagem do piso pronta. “A previsão de liberação é de 40 dias para a cura do concreto, assentamento dos corrimões e encabeçamento”, conforme informação do engenheiro responsável, Júlio Cesar Sampaio (fosto) da Construtora Barsa Engenharia, ao repórter do ET, que visitou a obra nessa terça-feira 5.

A concretagem do piso, realizada nessa segunda-feira 4, foi acompanhada pelo prefeito Wesley De Santi de Melo e pelo engenheiro Sergio Alves de Araújo, Secretário de Obras. “Fiz questão de ver de perto essa etapa da obra, a concretagem do piso que, praticamente, finaliza o serviço. Foram 16 caminhões de concreto para cobrir toda sua extensão de 105 metros. Se Deus quiser, no máximo em 40 dias estaremos entregando esta ponte, que é tão importante para Sacramento, sobretudo, para os moradores e produtores rurais dessa região além do rio das Velhas”, destacou o prefeito no site da Prefeitura.

 A ponte da Carmelita, é uma das maiores pontes da região dentro de um único município, com 105 metros de extensão e 5 metros de largura. “A concretagem iniciou às 9h da última segunda-feira 4 e só foi concluída às 3h20 da madrugada de terça. Aqui foram lançados 104 metros cúbicos (m³) de concreto, colocados com rapidez e com um slump (consistência)  muito bom, ou seja, um concreto de excelente qualidade. É um concreto que tem 24 cm no centro e 20 nas extremidades para evitar empoçamento de água, que pode provocar aquaplanagem.  Agora vamos promover as juntas de dilatação, concretar o encabeçamento das duas extremidades e colocar os corrimões com 1m5cm de altura, conforme determinam as normas do DNIT. Esses corrimões já estão prontos e serão soldados, fundindo uma peça à outra”, explicou Sampaio, fazendo um resumo da obra iniciada em janeiro último. 

“Iniciamos a obra com um serviço de restabelecimento da estrutura da ponte, utilizando o processo steel deck, que consiste numa aplaca de metal, galvanizada, e nela se trabalha a ferragem, e com ela não temos a perda de um grama sequer de material, no caso, o cimento do concreto que faz a fusão. Se ela for filmada por baixo, vocês vão ver que não há perda de material, não há vazamento de cimento”, explica. 

Segundo o engenheiro, a estrutura metálica da ponte e o piso feito em placas de concreto foram os dois principais problemas que levaram a ponte à sua interdição. Com o tempo e a movimentação de veículos as placas foram se soltando. “Com esse novo piso, uma massa compacta de concreto sobre o stell deck vai corrigir todo esse problema. Embora as placas sejam muito resistentes, de excelente qualidade, foram alocadas em local inadequado”, analisa, reconhecendo que a obra é uma referência para a construtora. “Foi um privilégio para a Barsa ter realizado este serviço”.

 

Moradores agradecem obra

Marina Mírian Severino ao lado de seu filho Lucas também é uma das usuárias da ponte da Carmelita, que também esteve visitando a obra. Em entrevista ao ET disse que sempre faz a travessia para visitar os pais que trabalham na região 'de lá do rio'. “Esta ponte é de fundamental importância para todos os moradores desta região. Tudo o que precisam, eles recorrem a Sacramento, compras, vendas, médicos, sindicato rural ou para resolver qualquer problema”, justifica, ressaltando os moradores da região.

“A maioria das pessoas que residem nesta região são pequenos produtores rurais, pessoas simples. Muitos deles dependem de carona, outros têm carro, mas a renda é pouca, têm que economizar.  E sem a ponte as despesas aumentam, pois são 40 km a mais até Sacramento, idade e volta, 80 km, sem contar a distância da ponte à fazenda”, argumenta, se sentindo feliz pelo fim das obras.

“A gente fica feliz e agradecida ao governo municipal por ver que a ponte está sendo concluída. Uma obra, como eu disse, fundamental, até mesmo pela falta de segurança e pelo perigo que representava ao atravessá-la nas condições em que se encontrava. A Prefeitura advertia, interditava, mas mesmo assim muita gente se aventurava, porque era a forma mais rápida de chegar à cidade, era arriscado, mas não havia outra opção: ou passava pela ponte com todos os riscos ou dava a volta”, comenta, pedindo melhorias nas estradas e nos mata-burros.

 “- Deste lado do rio onde estamos, as estradas e mata-burros estão precisando de um trato, mais atenção do setor que trabalha na manutenção das estradas rurais. Elas precisam ser melhoradas”.

 Aflitos pela liberação do tráfego sobre a ponte, moradores da região da outra margem do rio das Velhas, sempre visitam o local para acompanhar o andamento da obra. Francisco Donizete Bianchini, que tem propriedade bem próxima à divisa do rio não vê a hora de voltar a usar a travessia. “Nós, aqui desta região, do lado de cá do rio como dizemos, sempre estamos em Sacramento pra vender ou pra comprar, por isso a ponte faz muita falta. Algum tempo ela esteve interditada, mas mesmo assim dava passagem, mas com essa reforma a travessia foi totalmente interditada, de janeiro pra cá fecharam tudo. A volta que temos que dar é muito grande, passando pela ponte são 22 km até Sacramento, pra dar a volta são 60 km, três vezes mais longe pra ir no mesmo lugar”, compara.

Chico mora na região há 53 anos e tem na memória boas lembranças da bonita ponte arqueada que rodou com uma enchente que deu na cabeceira do rio das Velhas. 

“A gente vinha muito aqui, ela rodou com uma enchente muito grande, acho que foi uma das maiores que teve. Ficou muitos anos sem ponte, a travessia era de balsa. O ex-prefeito Biro fez a ponte, mas logo começou a dar problema, todo ano era reforma. Agora, pelo que eu vejo ficou bom, agora estamos bem de ponte. É, agora é hora de agradecer ao prefeito Baguá pela reforma”, finalizou.