Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

O Carnaval na festa do bicentenário

Edição nº 1714 - 14 de Fevereiro de 2020

Retrospectiva – A 1ª década do século XXI (2001 a 2010)

O Carnaval do Terceiro Milênio tinha tudo para se tornar, quiçá, a maior festa regional, porque iniciou o século XXI com força total e acirrada disputa entre as escolas de samba. Veja a história.


2001 – Beija-Flor conquista o bi e Unidos do Areião estreia na passarela

“Repetindo enredo, Beija-Flor é bi no Carnaval de 2001”. Com esse título, o ET abriu a edição 736, de 11 de março daquele ano. A Beija-Flor Sacramentana se sagrou bicampeã com uma reedição do enredo, 'Brasil 500 anos' do ano anterior, mesmo assim obteve quatro notas máximas dos jurados nos quesitos comissão de frente, fantasia, alegoria e ala das baianas. 

Uma nova escola, a Unidos do Areião (isso mesmo, Areião com 'i', tirado das origens do bairro), fundada em janeiro daquele ano e presidida pelo saudoso advogado, Antônio José Dair, estreou na passarela já mostrando que seria uma forte concorrente nos anos seguintes. Na sua estreia, a escola do bairro Perpétuo Socorro, ao conquistar, já no primeiro desfile, o 2º lugar, com uma diferença de apenas sete pontos da campeã, com o tema, “Criança e magia no mundo da fantasia”, do carnavalesco Wal Borges, mostrava sua força com 221 foliões.

  A Operários se superou sob a presidência de José Luiz Aparecido Alves e subiu do 4º  para o 3º lugar com o tema, 'Carnaval dos carnavais', da carnavalesca Márcia Michel Silva Santos. E a 13 de Maio, sob a presidência de Dayse Silvana Paulino da Costa, com o tema, 'Símbolos e mitos da natureza', ficou com o 4º lugar, empatando os quesitos: Bateria (hexacampeã), do mestre Marlon, com a bateria do mestre Testa, da Operários. No tema, o empate da 13 de Maio foi entre a Beija-Flor e Unidos do Areião e, na evolução e ala das baianas, empate também  com a Unidos do Areião.    

Os premiados de 2001 

Pass. Fem. Adulto: Jussara Duarte de Oliveira, escola Operário, nota 28

Pass. Fem. Adulto: Vanessa Cristina, U. do Areião, 28

Pass. Masc. Adulto: Relem Alencar Tiago, Beija-flor, 28 

Pass. Fem. Infantil: Elis, U. do Areão, 30

Pass. Masc. Inf.: Wesley dos Santos, Beija-Flor, 23

Destaque Infantil: Gabriele H. I. Oliveira (Maria Quitéria), Beija-Flor, 28

Destaque Infantil: Hayane Pereira Aguiar (Ágata), Beija-Flor, nota 28

Dest. Fem. Adulto: Rosimeire Idualte (Aleijadinho ), Beija-Flor, 30

Dest. Masc. Adulto: Robson Roberto Gomes (Borba Gato), Beija-Flor, 30

Dest. Masc. Adulto: Elessandro Rosa (Príncipe do Egito),  U. do Areão, 30

Bateria 13 de Maio, 27

Bateria Operários, 27

Ala das Baianas, Beija-flor, 30

Ala luxo e Beleza, Beija-flor, 30  

Bateria Independentes: Sacramento Clube  e Bateria 2000, 30 

Bloco: Incríveis do Mé, 30

 

2002 – Beija-Flor é tricampeã

A Bateria 2000 abriu o carnaval daquele ano levando o Rei Momo Murilo Scalon e a rainha Gabriela Justino, que recebeu a faixa da rainha 2001, Simone Camilo. Na primeira noite de Carnaval, desfilaram também os blocos: 'Os Incríveis do Mé', 'As Charmosas', 'Só as Virgens' e o já tradicional 'Vai Quem Quer' com a bateria comandada pelo mestre Dadi Rodrigues. E, como sempre, o desfile começou com muito atraso.

 Com o tema, 'Brasil e suas variedades', a Beija-Flor sagrou-se tricampeã do carnaval, com uma diferença de apenas dois pontos da vice-campeã, Unidos do Areião, nos quesitos fantasia e ala das baianas. 

A Unidos do Areião, com suas cores rosa, amarelo e laranja, teve como tema, 'Lágrimas, suor e fantasia num mundo de alegria'.

 A Operários que desfilou debaixo de forte chuva, levou para a passarela o tema, 'Minas Gerais' e ficou com o 3º lugar, seguida da 13 de Maio, 4º,  com um sugestivo tema, 'Sacramento dá samba! Olha aí o nosso carnaval'.

 O troféu de melhor bateria foi para o mestre José Roberto Fernandes (Tim), da Beija-Flor.  Naquele ano, somando-se os quesitos da premiação individual e os que contam pontos para a escola, a Beija-Flor conquistou 12; Unidos do Areião, 9; Operários e 13 de Maio, 2 troféus para cada uma. 

Mas, os presidentes das escolas, Edilson Aparecido Oliveira (13 de Maio), Carlos Roberto Gabrile - Tiola, (Areião), e Benedito Ferreira – Marcalé (Operários) e diversos integrantes das escolas, não satisfeitos, questionaram o resultado. Mas, como o júri é soberano... e como nunca aceitaram nenhum recurso, ficou o dito pelo não dito.

A campeã Beija-Flor foi premiada com os seguintes foliões: Pauliane e Rellen, passistas adultos, Evelyn e Gympera, passistas infantis; destaque infantil, para Gabriely Idualte e os destaques adultos para Meire Idualte e Robson Roberto. A Unidos do Areião levou os troféus com Felipinho, passista infantil; Vitória de Oliveira, destaque infantil; Luiz Alberto da Silva, destaque adulto e ala luxo e beleza.

 

2003 – Unidos do Areião conquista o tão sonhado título    

A Unidos do Areião veio chegando devagarinho, segurando por dois anos como vice, até que arrebentou em 2003 com o tema, 'Amores proibidos', de Elizeu Izzy Jr. Uma diferença de 17 pontos da vice, azul e branco, Beija-Flor Sacramentana, que levou para a avenida o tema, 'Deuses primordiais entre o céu e a terra', da carnavalesca Meire Idualte.   A Unidos só perdeu para a Beija-Flor nos quesitos ala das baianas e porta-bandeira/mestre-sala e empatou na bateria e no tema. Dos oito troféus da premiação individual, a Unidos do Areião arrastou sete, sendo três empates. O único quesito que a escola perdeu foi o de passista feminino. 

A 13 de Maio ficou com o terceiro lugar, com apenas um ponto de diferença da vice-campeã Beija-Flor e a Operários em quarto e último lugar.  O mestre Luiz Carlos (Testa) conquistou seu segundo título, também à frente da Operários, que levou para a avenida o tema, 'Samba faz parte da arte', da carnavalesca Irene Antonia Ferreira. 

E o resultado mais uma vez desagradou o presidente e integrantes da escola e o público, que torcia pela 13 de Maio e defendia o 2º lugar para a escola, que desfilou sob o tema, 'O presbitério não perdeu seu charme, nem o jardim seus resplendor', do carnavalesco Wal Borges, que desfilou com 220 foliões.  A apuração foi realizada na segunda-feira, na presença da comissão organizadora presidida pelo coordenador, Antônio Claret Scalon, o Polaco. Claro que, para não fugir à regra, houve recurso, mas, como sempre, ficou o dito pelo não dito.

Da premiação individual do ano, a maioria foi para a Unidos do Areião: ala luxo e beleza; destaques adultos Sônia Ferreira e Júnior e destaque infantil para Gabriela Mancuso; passistas infantis, Elis Cristina Bento, Roni Gabriel e Felipe Galdino Jr e comissão de frente. 

A Beija-Flor levou os troféus de destaque adulto para Meire Idualte; comissão de frente e, ala das baianas. 13 e Maio conquistou três troféus:  destaque masculino adulto com Luiz A Silva; passista infantil para Paulo Robert e porta-bandeira e mestre-sala para Adriana Rosa e Otair Cardoso. À Operários coube dois troféus, passista adulto para Jussara Duarte e bateria com o mestre Testa. A Bateria 2000, comandada pelos mestre Neguinho e Mirandinha recebeu o troféu de participação e 'Os Incríveis do Mé' foi o bloco premiado.

 Também naquele ano, o Sacramento Clube, que com a festa carnavalesca na avenida, foi perdendo seu público, inaugurou a montagem de um palanque no espaço à frente de sua fachada. Denominado pelo público de 'Titanic' (pela remota semelhança com o navio do filme de 1998), o palanque tornou-se por alguns anos um espaço concorrido. 


2004 - Unidos do Areião é bi com nota máxima dos jurado

Depois de 26 anos da oficialização do Carnaval em 1978, algo inédito aconteceu em 2003, pela primeira vez, uma escola, a Unidos do Areião recebeu a nota máxima de todos os jurados, em todos os quesitos e sagrou-se a bicampeã com 300 pontos. Risos e lágrimas da diretoria e integrantes se misturaram, tamanha a emoção por saber que com   apenas com quatro desfiles a escola tornou-se a campeã máxima. Organizada pelo carnavalesco Eliseu Izzy Júnior, com o tema 'Alegorias brasileiras, a multidiversidade que faz do Brasil um país único no mundo', a escola levou também a maioria dos troféus da premiação individual, só empatando em dois quesitos, em fantasia com a 13 de Maio e Beija flor e no quesito tema com a Beija-Flor. 

A 13 de Maio foi a vice-campeã, com fantasias assinadas por Wal Borges. Destaque-se que a 13 de Maio foi a única escola a montar o seu enredo com mão de obra e ideias sacramentanas. As demais trouxeram suas fantasias de fora. O presidente Edilson de Oliveira comemorou o mérito, mas lamentou o fato de os jurados não excluírem a menor nota dos jurados. Na terça-feira, no desfile da campeã e vice, a escola protestou com faixas questionando as notas dadas à porta-bandeira e à bateria e houve até agressão verbal, inclusive contra a imprensa. 

A Beija-Flor, com o tema, '450 anos de São Paulo', ficou com o 3º lugar e entrou na passarela penalizada com cinco pontos, por descumprir o regulamento. A Operários, que desfilou debaixo de chuva, foi a 4ª colocada, principalmente, porque a chuva tirou o brilho e a beleza de suas fantasias, além do som da bateria. Mas não perdeu a garra, nem a animação. “É claro que essa situação nos entristece muito, mas tem que ter paixão...”, opinou o presidente.

Naquele ano, segundo dados da comissão organizadora, polícia militar e seguranças, cerca de 10 mil pessoas participaram do carnaval na avenida. 

 

2005 – Unidos do Areião é tri 

A Unidos do Areião, a escola de samba do bairro Perpétuo Socorro, consagrou-se na avenida ao conquistar o tricampeonato, mas por pouco, porque a diferença entre a vice-campeã, 13 de, Maio foi de apenas quatro pontos.  Até então, apenas duas escolas haviam conquistado o tricampeonato em desfile consecutivos   na década de 80: Mocidade Alegre (1981/82/83) e Operários (1984/85/86). Beija-Flor ficou com o terceiro e a Operários em quarto lugar. 

Com R$ 10 mil de subvenção, as escolas de samba fizeram milagre para desenvolver seus temas. A campeã Unidos do Areião levou para a avenida o tema, 'A fábrica de sonhos', de Izzy Jr. A vice-campeã 13 de Maio, com Wal Borges, explorou o tema “Mulheres imortais.

A carnavalesca Meire Idualte, da Beija-Flor, levou para a passarela um tema, da banda The Fevers, que rendeu à escola o 3º lugar.  E a Operários explorou o tema histórico, 'Desemboque, berço da nossa cultura', do carnavalesco Allan Kardec.

O protesto de 2005 ficou por conta do presidente da Operários, Luiz Carlos de Souza Júnior, que denunciou a quebra do regulamento pela Beija-Flor. E, o vice-presidente da 13 de Maio, Elizeu Inácio Alves contestou também o  resultado da bateria. E César Donizete de Oliveira, da Beija-Flor, contrariado com o terceiro lugar da escola, disse na época, estar trabalhando para a criação da Liga Carnavalesca Sacramentana, que não passou de vontade ou sonho.  

A premiação individual foi distribuída da seguinte forma: ala luxo e beleza para Unidos do Areião e Beija Flor; destaques adultos para Meire Idualte, da Beija-Flor e Luiz Alberto da Silva, da 13 de Maio; destaques infantis, para Hayne, da 13 de Maio e Gabriela Idualte, da Beija-Flor;  passistas adultos, Elis Cristina e Roni Gabriel, a Unidos do Areião, que levou também o prêmio infantil com Daniela e Felipinho, empatado com Eduardo da Operários.

 Destaque-se ainda a estreia do rei momo José Valdomiro Cordeiro e a bela rainha Caprice Borges, acompanhados pela Bateria 2000, com 80 ritmistas,  comandada por Bruno Lima (Neguinho) e Marcelino dos Santos e a madrinha Gabriela Justino, seguida por um bloco de bailarinas. 


2006 – Areião é tetracampeã

O Carnaval 2006 chegou ao seu apogeu e à consagração da Unidos do Areião, a escola de samba do bairro Perpétuo Socorro, e primeira a vencer o carnaval quatro anos consecutivos – tetracampeã, com direito a desfile e taça levada pelo presidente Antônio João Caetano e o vice Edinho. 13 de Maio e Beija-Flor Sacramentana ficaram empatadas no segundo lugar. 

Desenvolvendo o tema, 'Natureza em movimento', além do título de campeã, a Unidos do Areião levou mais 11 troféus, sendo oito por quesitos da escola, ala das baianas, comissão de frente, conjunto, evolução, fantasia e harmonia, porta-bandeira e mestre-sala  e três premiações individuais. 

A 13 de Maio mostrou 'O poder do 4', de Wal Borges, destacando a influência do algarismo. “São 4 estações do ano, 4 fases da lua, 4 naipes do baralho, quatro pontos cardeais, 4 cavaleiros do apocalipse, 4 dias de carnaval, 3 Mosqueteiros, que na verdade são 4...”.  E levou quatro, ops, seis troféus,  sendo três pela escola nos quesitos bateria,  comissão de frente e harmonia e 3 individuais).

A Beija-Flor, que exaltou a Serra da Mantiqueira, com o tema 'Eis o sonho... Mantiqueira nossa terra', levou mais três troféus, um pela escola, no quesito alegoria e dois individuais).  A novata Acadêmicos do Borá, fundada por Nicanor e Paulinho Caiana, estreou na passarela, mas seguindo o regulamento, não concorreu.

E para não fugir à regra dos recursos, o empate entre as duas escolas acabou em tititi, por parte da azul e branco, Beija-Flor, mas, mais uma vez e, como sempre, ficou o dito pelo não dito.

 A premiação individual foi assim distribuída: para a unidos do Areião,  ala luxo e beleza; passistas feminino adulto com Elis Cristina e Francine Félix e  infantil com Aguisson Campos. Para a 13 de Maio, destaque adulto com Luiz Aberto da Silva; passistas infantil com Isabela e passista adulto com Wares. E pela  Beija-Flor, Meire Idualte, mais uma vez foi premiada como destaque adulto  e sua filha Gabriele Idualte, destaque infantil. 

Nesse ano houve a estreia de José Eustáquio da Silva Filho (Tacão) como Rei Momo, que desfilou ladeado de duas belas rainhas, Caprice Gonçalves (2005) e Glauciele Cristina Miguel (2006), ao som da Bateria 2000. 

Os blocos levaram a descontração para a avenida: 'Os Incríveis do Mé', com uma homenagem ao fundador do bloco,  José Ezequiel Dantas (Dedé); 'As Virgens', 'Vai quem quer' e os estreantes 'Ziquinho, loiro nota 10', fundado por Lucimar dos Rei,s e também o 'Bloco da Saúde', fazendo apologia à 'Camisinha', que recebeu críticas dos conservadores “por estar incentivando a prostituição”.  

 

2007 –  Unidos do Areião é pentacampeã

Não bastasse o tetra, a Unidos do Areião queria mais e conseguiu, em sete anos de existência, cinco títulos consecutivos. A escola foi pentacampeã do carnaval, com o tema 'O poder dos Orixás', de Elizeu Izzy Jr, com uma vantagem de apenas três pontos da vice-campeã, 13 de Maio (289 x 286) que levou para a avenida o tema, 'Lendas e mistérios da Amazônia', de Wal Borges.  A Beija-Flor Sacramentana, com o tema, 'Das águas passadas à terra do sol – Araxá – terra onde se avista o sol primeiro', da carnavalesca Meire Idualte ficou com o terceiro lugar, com 258 pontos.  

Na apuração, a escola pentacampeão perdeu apenas no quesito bateria para a 13 de Maio, empatou em alegoria, comissão de frente, conjunto, fantasia, porta-bandeira e mestre-sala. No quesito ala das baianas, houve empate entre as três escolas.

  Na premiação individual, a Unidos do Areião levou o troféu de pentacampeã e mais sete nos quesitos ala das baianas, ala luxo e beleza, comissão de frente, destaque feminino adulto com Gislaine Carvalho, passistas adultos com Elis Cristina e Felpe Júnior e, passista infantil com Gabriela Domingos. 13 de Maio além do troféu de vice-campeã, recebeu mais sete troféus: ala das baianas, comissão de frente, bateria, destaques adultos com Vivian Borges e Luiz Alberto, destaque infantil com Laleska  e passista infantil com Eduardo. E a Beija Flor, os troféus de ala das baianas. 

Em 2007, o simpático jovem, Nelson Borges Neto, de saudosa memória, estreou na passarela como Rei Momo, ao lado da rainha Andreza Cristina  Fornazier, que desfilaram ao som da Bateria 2000, que recebeu o troféu de participação.  Dentre os blocos o campeão foi o estreante 'Bloco da Alegria', fundado pelo musicoterapeuta, Júlio Pucci. 

 

2008 – 13 de Maio é campeã com nota máxima

300 pontos. Esta foi a nota conquistada pela verde e branco, 13 de Maio, no ano de 2008, com uma diferença de sete pontos da Unidos do Areião (293). A Beija Flor ficou em terceiro lugar com 277 pontos, e a estreante, Acadêmicos do Borá, com 263 pontos.  

'13  de Maio, um jubileu de ouro', de Wal Borges,  foi o tema da escola, exaltando os 50 anos de fundação do clube,  a sua própria história, que lhe rendeu a inédita nota máxima e o troféu Rei Azor, instituído em homenagem a Azor Pereira Guimarães, um dos fundadores do Clube 13 de Maio, em 1958, e da Operários, em 1988.  A cinquentenária escola levou também todos os troféus da premiação individual: ala luxo e beleza com a Velha Guarda; destaque adulto com Sônia Ferreira e Luiz Alberto, e infantil com Laleska Ranuzzi;  passistas adulto com Josiele, e Wares e infantil com Natália, Vanessa e Júnior.

A vice campeã Unidos do Areião desfilou com o tema, 'Preservação da natureza', do já consagrado Elizeu Izzy Jr, com 200 integrantes comandados pela bateria do mestre Geraldão. A escola inovou ao levar para avenida a primeira bateria mirim com 30 ritmistas, que desfilaram com um novo Rei Momo, Murilo Scalon, e a rainha, Simone Camilo. 

A escola de samba Beija-Flor Sacramentana homenageou o empresário Leonildo (Nino) Luigi Cerchi, com o tema, 'Um homem acima de seu tempo', representada por 150 integrantes na avenida e conquistando duas premiações individuais, Meire Idualte (destaque adulto) e Dênia Gabriela (destaque infantil). 

A caçulinha Acadêmicos do Borá, que adotou as cores da bandeira da cidade, vermelho, azul e branco desfilou oficialmente e, assim como a Unidos do Areião, levando para a avenida um tema muito abrangente, 'Carnaval dos carnavais', do carnavalesco Allan Kardec, as figuras tradicionais dos carnavais de salão, pierrôs, colombinas, palhaços, piratas...empolgados pelo ritmo da bateria do mestre Nivaldo. 

Na apuração, 13 de Maio e Unidos do Areião empataram em cinco quesitos: ala das baianas, evolução, harmonia, porta-bandeira e mestre-sala e tema. A Beija-Flor empatou com a vice-campeã nos quesitos ala das baianas e conjunto e com a Acadêmicos do Borá, no quesito porta-bandeira e mestre-sala. 

 A insatisfação daquele ano se deu por conta do adiamento do desfile, de domingo para a segunda-feira, por conta de um chuvisco, pra desfilar debaixo de um toró de água que caiu na segunda-feira. Mas o público permaneceu firme, debaixo de capas e guarda-chuvas prestigiou e aplaudiu a sua escola, porque era nítida a fidelidade das torcidas da 13 de Maio e Unidos do Areião. 

Na terça-feira, a festa momesca foi abrilhantada pelo Grupo Tambor, bateria de samba da cidade de Rifaina, comandada pelo instrutor César Barsanulfo Cardoso, que empolgou o público com um sambão.  

 

2009 – 13 de Maio conquista mais um título

Com o tema, 'Uma delirante confusão fabulística', a 13 de Maio, mais uma vez sagrou-se campeã do carnaval sacramentano, com 289 pontos. A Unidos do Areião, com o tema, 'Grandes civilizações', foi a vice campeã (284 pontos) e a Beija-Flor totalmente inovada, com o tema, 'O mundo mágico dos meu sonhos', para a surpresa de todos, ficou com o terceiro lugar (278 pontos).

 Desta vez o público que apostava numa disputa acirrada entre 13 de Maio e Beija-Flor manifestou a sua insatisfação com gritos e vaias e fez coro à decepção da carnavalesca Meire Idualte, que desabafou a sua mágoa e insatisfação com o resultado, atribuindo inexperiência dos jurados. “... Havia jurado ali que nem sabia o que estava julgando”, criticou junto à imprensa.

 A Acadêmicos do Borá, com o tema, 'Negro, orgulho e esquecimento', com 249 pontos, foi desclassificada por desfilar com apenas 117 integrantes, quando o mínimo seria 150. As baterias da 13 de Maio e Unidos do Areião ficaram empatadas. 

A 13 de Maio, além do troféu de campeã arrastou mais 17 troféus, nove individuais, três dos quais empatados. E, graças ao apoio de patrocinadores, a 13 de Maio também estreou a bateria mirim na avenida, comandada pelo mestre Tim. A Unidos do Areião conquistou 11 troféus e a Beija-Flor, três. 

O presidente da Unidos do Areião, Antônio João Caetano recebeu com orgulho o troféu de vice-campeão, mas quem comemorou mesmo foi o mestre campeão da bateria  Geraldão, empatado com Macalé da 13 de Maio. 

Naquele ano, os blocos, 'As Boas e  Loukas', 'As Virgens', 'Vai Quem Quer' e o 'Bloco da Alegria', o premiado da noite,  desfilaram no sábado ao som da Bateria 2000, que abriu o desfile do Rei Momo Nelson Borges e a rainha Marilza Flaviana da Silva. 

Desfilaram também as baterias mirins da 13 de Maio com o mestre Tim, e a da Unidos do Areião com mestre Tucano, que homenageou Noninho, do extinto bloco 'Maria Giriza'; o passista da velha guarda, Tiola, nascido e criado no bairro Perpétuo Socorro  (Areião)  e Avelu Siva, que inovou o carnaval sacramentano na década de 1980.  

Importante esclarecer que a criação das baterias mirins tinha o intuito de formar as futuras gerações de ritmistas. Mas, antes que estivessem prontos, o Reinado de Momo acabou na cidade. 

Também naquele ano falou-se pela primeira vez sobre a necessidade de tirar o carnaval da Visconde do Rio Branco, mas o ex-prefeito José Alberto Bernardes Borges, que oficializou os desfiles em 1978, foi o primeiro a se manifestar contra. “Ver o povo feliz, me deixa feliz. O Carnaval é aqui. Sou contra a retirada do carnaval daqui, deve-se, sim, melhorar a estrutura, que deve ser aprimorada com o passar do tempo, mas esta festa tem que ficar aqui”,   defendeu. 

 

2010 – 13 de Maio se consagra como tricampeã

O Rei Momo Nelson Borges e a rainha Michelle Ranuzzi abriram o carnaval 2010, acompanhado pela Bateria 2000, seguida pelos tradicionais blocos. Entre as 'favoritas', Beija-Flor e Unidos do Areião, o título ficou com a 13 de Maio, que conquistou o tricampeonato no primeiro decênio do século XXI com a nota 295,9. 

A pentacampeã da década, Unidos do Areião, foi a vice-campeã (286,8); a Beija-Flor, no ano em que completava seus 15 anos, ficou em terceiro lugar com 281,1. A Operários, ausente da passarela desde 2006, voltou a desfilar e ficou em quarto lugar, com 251,7 pontos e a Acadêmicos do Borá, que perdeu 10 ponto por descumprir o regulamento, amargou o 5º lugar com 246,6 pontos. 

Na premiação individual, a 13 de Maio levou a maior parte dos troféus, 11, nos quesitos: ala das baianas; comissão de frente e bateria (9 deles com nota máxima); porta-bandeira e mestre-sala com Geórgia Bonatti e Jean Rodrigo, empatados com Irinês Luiz Silva e Helder Borges da Unidos do Areião; ala  luxo e beleza;  destaques infantis com Stefani Oliveira e Laleska Ranuzzi;  destaques adultos, com Luiz Alberto da Silva; passistas adultos,  com  Josiele  Silva Oliveira,   Isabela Cristina e Paulo Henrique e passistas infantis com Talita Fernanda e Reikman. 

A Beija-Flor levou dois troféus no quesito destaque feminino adulto, com Maria Alice Dias e Natália de Jesus.  Foi feita também uma homenagem especial para os dois mais antigos foliões da cidade: Chiquinho Nortista, da Beija-Flor, e à baiana Maria da Neia, da 13 de Maio.

  Arquivos do ET comprovam que a disputa entre as escolas era apenas na avenida, depois era só amizade e todos lutando por uma única causa: garantir a realização do próximo carnaval na cidade. 

Em  2010, o ET teve a oportunidade de conversar com os presidentes das quatro escolas, Cícero Salatiel Salvador, representando o presidente da Operários, Geraldo Fontoura; Nilvaldo da Silva (Acadêmicos do Borá); César Donizete de Oliveira (Beija-Flor); Antonio João Caetano (Areião)  e Anderson de Oliveira (13 de Maio), todos unânimes na avaliação, parabenizando uns aos outros e cada um dando o melhor de si para o ano seguinte. 

“Estamos comemorando 15 anos da Beija-Flor com muita alegria. A classificação em 3º lugar não é desanimadora, vamos voltar no próximo ano e nos próximos e nos próximos... para alcançar o 1º lugar”, disse o cabo César, o que demonstra a paixão, o otimismo e o esforço que fazem pelo carnaval sacramentano.

 Naquele ano, o grande e inesquecível carnavalesco da 13 de Maio, Wal Borges, que desfilava também na comissão de frente da escola, anunciou sua despedida da passarela e  de Sacramento.