Os moradores do bairro João XXIII e adjacências tiveram na noite da segunda-feira 23 uma ceia de Natal, oferecida por um grupo de voluntários liderados por Fernanda Padovani e Renan Otávio Gomes Jr. O evento se transformou num momento único de união, harmonia e alegria do verdadeiro espírito natalino, como bem definiu o pequeno Emanuel, ao lado da mãe Renilda e da imã gêmea, Emanuela: “É o Natal de Jesus”.
“Sonho que se sonha juntos, se torna realidade
A Ceia de Natal na Rua, conforme explica Renan, é na verdade, a realização de um sonho de Fernanda, que há 15 anos faz a festa de São Cosme e Damião no bairro São Geraldo, e dele também. “O projeto é da Fernanda, que me revelou essa ideia de fazer uma 'Ceia de Natal na Rua', mas temia não conseguir. Ela me passou essa ideia, quando estava me ajudando em outra campanha beneficente, que eu coordenava. E logo pensei: 'Vai dar certo'! E lhe disse: “Vamos fazer. E começamos a correr atrás. E está aí a ceia”, contou, comentando que “o povo de Sacramento tem um coração muito bom”.
No cardápio: pernil, creme de milho, frango assado, macarronada com almondegas, arroz, tutu, refrigerante e para a sobremesa, gelatina e panetone. Quer melhor? “Tudo doação de vizinhos, amigos, conhecidos, comerciantes, ganhamos tudo, inclusive, os pratos e copos descartáveis e os talheres. Estamos muito felizes”, comemora.
E se Papai Noel é bom, Mamãe Noel é algo especial, pois quem fez a diferença foi a Fernanda Padovani, que conseguiu reunir um grupo grande de voluntários. “Hoje estou realizando um grande sonho, e exatamente no bairro onde sempre pensei fazer, o João XXIII. E enquanto vida eu tiver, quero fazer esta ceia, claro contando com a ajuda de todos. Foi muita gente empenhada e isso é muito gratificante. Cada sorriso que vejo é o que importa”, afirma, ao lado da mãe Sergimar e do marido Elias, que de acordo com Fernanda, ajudam a pilotar o fogão. “As pessoas da cozinha são escolhidas a dedo, além da minha mãe, meu marido, temos também a Helen, minha sogra Jandira. Tem que ser assim para que as coisas saiam certinhas”, diz.
Para Renan, dentre todas as doações, uma delas o emocionou muito: um senhorzinho muito pobre doou um punhado de arroz, numa embalagem de macarrão. “Foi uma surpresa e uma emoção muito grande. Sou de família grande, mas muito humilde e fomos criados dentro do princípio de um ajudar o outro e, também, o próximo, pois o pouco de cada um se torna muito para outros. E para essa ceia aconteceu isso. A Daíse foi quem recebeu a doação do senhorzinho. E quando elas nos contou que ele dividiu seu arroz, ficamos todos emocionados. E hoje queremos ir retribuir levando a ceia para ele, pelo seu gesto de doação, que prova que sempre podemos repartir”.
A Ceia de Natal, diz a história, originou-se do antigo costume europeu, em que as famílias preparavam bastante comida, composta por diversos pratos, e deixavam as portas das casas abertas no dia de Natal para receber viajantes e peregrinos que, juntos com a família, confraternizavam aquela data tão significativa para os cristãos. Para muitas pessoas, a ceia natalina também está ligada à última ceia de Cristo ao lado de seus apóstolos. Enfim, a ceia sempre remete a um grupo de pessoas voluntárias que comprova o adágio: “Sonho que se sonha juntos, se torna realidade”. E para dar maior brilho à ceia, a praça toda iluminada, reuniu centenas de pessoas em torno da mesa.