Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Ternos de Congado realizam 17º Encontro

Edição nº 1699 - 01 de Novembro de 2019

Os ternos da Guarda de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, da Congada e Moçambique de Sacramento realizaram no domingo 27, o 17º Encontro de Congada, Moçambique, Catupés, Marujo e outros afins. Uma festa bonita que resguarda as tradições deixadas pelos antepassados, de raiz africana, que desde o ano passado vem sendo realizada no bairro São Geraldo, onde tudo começou com os saudosos Divino Inácio, e Vó Tonha (Antônia Maria de Jesus).

 Este ano houve uma diminuição do número de ternos, mas a festa não perdeu o seu brilho, graças à garra do presidente Mario Sérgio Thiago (Marim) e demais membros da diretoria e de todos os congadeiros e moçambiqueiros da cidade. 

Além dos dois ternos da cidade e a dança Afro, a festa foi abrilhantada por dois ternos visitantes: Terno de Moçambique Manhoso da Cidade, de Ibiraci, Terno de Congo Guerreiros dos Palmares,  de Ituiutaba e o terno de Moçambique Zumbi dos Palmares, de Uberaba, além de representantes dos ternos Aruanda, Camisa Rosa,  Cruzeiro do  Sul de Uberaba,  Penacho  e Carijós,  todos de Uberaba.

 A festa iniciou com a recepção dos ternos pelos festeiros, seguida da celebração coordenada pelos ministros Geovane e Maria das Dores Fontoura, almoço, concentração no bairro São Geraldo, procissão e encerramento na praça Nossa Senhora do Rosário. 

Para a rainha, Lucimar dos Reis, o mais importante é manter a tradição e ela foi mantida. “Graças a Deus, mais uma festa. Os ternos diminuíram, mas o mais importante é mantermos essa herança que nos foi deixada”, afirma, destacando que durante o ano, os ternos de Sacramento viajam para participar dos encontros nas cidades vizinhas pra retribuir a visita, sem nenhum custo. 

“Nossas viagens são para confraternizar com outros grupos, firmar laços de amizade e retribuir a visita no encontro de Sacramento. Essa é uma forma de mantermos a tradição da raiz na região. Assim como nós recebemos essa herança de nossos pais, tios, avós, bisavós, queremos deixar também para as novas gerações, então é importante esta união das cidades”, explica, ressaltando a participação de muitas crianças. “Elas gostam, ficam entusiasmadas, então, estamos no caminho certo, ensinando-as a valorizar as origens”. 

Mudança de roteiro não deu certo
O presidente Mário Sérgio, que realizou a primeira festa sob seu comando, falou ao ET. “Estamos aí no comando da 17ª festa, infelizmente muitos ternos, que haviam confirmado presença, na última hora desistiram. 
“Agradecemos de coração a todos os ternos que estiveram participando de nossa festa. Mas, mesmo   que fôssemos só nós da cidade a festa seria mantida, porque é uma tradição nossa, de nossas origens e que, por isso, não pode morrer”, explica. 
Por iniciativa da nova diretoria, decidiram mudar o roteiro da procissão, marcando a saída da Igreja de Na. Sra. do Rosário, padroeira da raça negra, e terminando no bairro São Geraldo, mas não deu certo. O roteiro seguiu a tradição, saindo do São Geraldo e terminando na praça de Nossa Senhora do Rosário, entre cantos, danças e rufar de tambores no finalzinho da tarde, início da noite. 
 “A mudança foi sugerida porque ao chegar no Rosário não havia banheiros. É uma longa caminhada, com crianças, idosos... E quando chegávamos lá, não havia estrutura. Por isso, decidimos sair de ônibus do São Geraldo para a concentração no Rosário e caminhada até aqui no São Geraldo, onde está montada toda a infraestrutura pela Prefeitura, com tendas e banheiros. Mas, não deu certo”, explicou, justificando também o calor e a subida que teriam que enfrentar no retorno. 
Voluntários servem mais de 500 refeições
Um grupo de festeiros reuniu-se para fazer o almoço no São Geraldo, a exemplo do que era feito, nos tempos de Divino Inácio e Vó Tonha, conforme relata Alda. “Antigamente, tio Divino e tia Antônia davam o almoço aqui mesmo onde todos moravam. Então, resolvemos juntar os amigos para fazermos o almoço, coordenador por Luizmar. Estamos resgatando aquele tempo e para isso todos ajudaram, o bairro inteiro ajudou e muitas outras pessoas, açougues, varejões e outros comércios, foram muitas ajudas e temos comida para quem chegar, cerca de 500 pessoas. Vivam Nossa Senhora do Rosário e São Benedito!”. De acordo com Alda, o cardápio foi composto de arroz, tutu, frango, purê de batata, macarronada e salada verde.
Delcides Thiago (Cid), presidente do Cerea, veterano congadeiro, e que já esteve à frente da festa como presidente, não participou dos festejos este ano, por motivos particulares,