Os presidentes das escolas de samba da cidade, ouvidos pelo ET para falara sobre o carnaval, foram unânimes em criticar a Prefeitura ao não realizar uma reunião com os representantes das escolas para discutir a situação do Carnaval 2015. “Esperávamos pelos menos um comunicado oficial, uma reunião para apresentarem os motivos e evitando que tomássemos prejuízo pelos contratos assinados...” Veja as declarações.
Nivaldo da Silva, da Acadêmicos do Borá, a escola caçulinha da cidade afirma que chegou a assinar contratos de aluguel de fantasias e carros alegóricos e foi obrigado a dispensar tudo, diante da indefinição da Secretaria de Cultura e Turismo, responsável pelo Carnaval na avenida. “Cancelamos tudo e somos obrigados a pagar a rescisão contratual, temos que pagar pelo que encomendamos, porque não dá mais pra eles passarem pra frente, por isso tão logo vimos que não sairia nada, a gente tratou de agir.
É lamentável, até a data de hoje, 13 de janeiro, não recebemos nenhum comunicado e agora não dá mais tempo, mesmo se viesse alguma verba. Não tem como fazer mais, porque hoje as escolas alugam tudo fora”, afirma e esclarece: “Eu não estou reclamando por não ter o desfile, minha reclamação, enquanto presidente de escola de samba, é pelo desrespeito. Poderiam ter nos chamado e dito, 'temos outras prioridades, não haverá Carnaval', bastava isso”.
Rosemary Idualte, Carnavalesca da Beija-Flor Sacramentana lamenta a situação “oficialmente não recebemos nada, o que temos sãos os comentários e uma postagem do prefeito no face... (ver mensagem na coluna De Olho Na Rede). Mas agora acabou, não dá mais tempo e pensar que já estávamos nos preparando, feito encomendas e já dispensamos, pagando apenas a multa da rescisão”, afirma. De acordo com Meire, a Beija-Flor foi fundada em 1993 e neste tempo todo, nunca a cidade ficou sem desfiles e destaca. “A Prefeitura deveria ter mais consideração com as escolas, chamar, conversar, abrir o jogo em tempo hábil”.
Marciano Ferraz Pereira, presidente da XIII de Maio também afirma que a escola não recebeu nenhum comunicado, e lamenta: “O ano todo fica aquela espera, a cobrança é grande. Temos muitas pessoas que nos ajudam todo ano e que ficaram aguardando uma definição... Lamento também pelos outros, que já haviam feito compromisso com fornecedores de fora e agora nada... A prefeitura deveria ter comunicado antes, porque todo mundo trabalha o ano inteiro focado no Carnaval”.
E o Carlos Roberto Gabriel, Tiola, presidente da Unidos do Areão, escola que não desfilou no ano passado, confirma dos demais presidentes. “A diretoria não recebeu nenhum ofício ou comunicado, aliás, seria o mínimo de consideração que a Prefeitura deveria ter, por conta dos compromissos que assumimos contando com a verba. Deveriam ter reunido os presidentes como fazem todo ano, pelo menos para explicar: 'Não teremos carnaval, por isso, isso, isso, a gente ia se sentir respeitado e ia entender, poderíamos até lamentar, reclamar, mas iríamos entender”, destaca.
Na região, Uberaba já está definido, as escolas não desfilam. O prefeito Paulo Piau alegou que a Prefeitura não tem condições financeiras para arcar com os custos. A Liga das Escolas de Samba chegou a fazer uma contraproposta para desfilar como blocos, só com a bateria, com uma verba só para os instrumentos, mas não houve negociação”. Mas, na quinta-feira, 15, a Fundação Cultural divulgou uma vasta programação para os quatro dias da Folia de Momo, denominada Uberaba Diverte entre os dais 14 a 17 de fevereiro. Em Sacramento, a Secretaria de Cultura não deu nenhuma explicação, nem informou se haverá alguma programação.
A cidade de Conquista também não terá Carnaval. A Prefeita Vera Lúcia Guardieiro expediu comunidade à população no dia 14 de janeiro. O Comunicado está publicado inclusive no site da prefeitura com a exposição dos motivos.
Já a cidade de Araxá terá dois dias de desfiles das escolas de samba e dois dias de shows musicais. A cidade conta com cinco escolas e cada uma recebeu R$ 33 mil. O tema do Carnaval araxaense será o sesquicentenário (150 anos) da cidade.