Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Michel Moore visita Sacramento depois de 17 anos

Edição nº 1458 - 27 Março 2015

Passaram-se 16 anos desde que Michel Richard Moore (Foto, com a esposa Caroline) esteve em  Sacramento, como intercambista do Rotary Clube. Michel tinha 17 anos, estudou na Escola Coronel, conheceu boa parte do país e fez muitos amigos, sobretudo nas famílias que o receberam na época: Alvair e Maria Alícia, Pedro Teodoro e Marco Antonino (Neusa).  Hoje, aos 33 anos, casado com Caroline há 11 anos, quatro filhos, Michel retorna a Sacramento para ver as famílias brasileiras e os amigos. “Muita saudade, lembranças muito boas e precisava revê-los, trazer minha esposa para conhecer as famílias brasileiras, os amigos... Sacramento é uma parte importante na minha vida e sempre quis trazê-la para conhecer o Brasil.

 

Bons tempos in Sacracity...

Quando Michel deixou  Sacramento em 1999, em entrevista ao ET, uma das perguntas foi se pretendia voltar. Ele respondeu: “Um dia! Eu gostaria de voltar e trazer meus pais para conhecer o país de que gostei muito e Sacramento que me recebeu tão bem”. Michel não trouxe os pais, mas a esposa Caroline e completa: “Tenho saudades daquele tempo e estou  triste porque não vou ter tempo para rever todos os amigos. Vou ter que retornar mais uma ou até duas vezes”. 

O sonho de Michel, ao chegar no Brasil,  era cursar Medicina, mas aqui ele começou a mudar de ideia em relação à profissão. Chegou a dizer que faria Comércio Exterior... E então, o que você é hoje? - perguntamos em pequena entrevista na casa do casal Alvair e Maria Alícia, que os hospedaram.

“- Nem uma coisa nem outra (risos). Fiz a Faculdade de Informática, em Utah, cidade onde nasci. Depois, o Mestrado em Sistema de Informação Geográfica em Minneapolis, no estado de Minnesota, onde residimos atualmente. Hoje trabalho com programação de páginas da web com mapas e bancos de dados dos locais mapeados”.

 

Amor por Sacramento 

Na sua despedida ao retornar para os Estados Unidos, na mesma entrevista concedida ao ET, logo depois de falar aos rotarianos, perguntamos se ele havia gostado de Sacramento, se valeu a pena sua estada na cidade... Ele deu uma resposta muito bonita e carinhosa: “Não conheci ninguém de que não tenha gostado em Sacramento. Todos são muito legais, amigos, e peço desculpas para aqueles que não pude conhecer mais de perto”. 

E agora, mais uma vez conversando com o ET, confirmou, lembrando de sua resposta: “É verdade. Amei todos que conheci aqui. Todos me receberam muito bem, de corações abertos e sou grato por isso”.

 

Festa de despedida

Um momento ímpar de que Michel se lembra com muito carinho foi a despedida da turma com quem estudou  na Escola Coronel, quando lhe fizeram uma festa de confraternização bem brasileira, com show de pagode, samba, MPB. “Vou passar na escola Coronel, gostei muito da diversidade”. 

E por falar em diversidade, a vida de Michel em Sacramento não se restringiu apenas às aulas na Escola Coronel, mas fez também cursos de capoeira no Grupo  Cordão de Ouro,  música no Instituo NeoSom, tocou chique-chique na bateria do Sacramento Clube, no Carnaval. “Foi muito divertido, aquele ano de 1999 eu nunca me esqueci, porque aprendi muitas coisas. É um tempo que lembro com muita felicidade. Queria ter cultivado o que aprendi, mas,  capoeira por exemplo,  não tem lá. Uma coisa que faço é  ouvir músicas brasileiras, MPB, aqueles clássicos e também Legião Urbana, Titãs. Tenho muitos CDS, tanto eu como minha família e eu gostamos muito. Fazemos comida brasileira, arroz, feijão, coxinha, brigadeiro. Já fizemos  pão de queijo, só para ter um gosto do Brasil na nossa vida”.

 

Falar sobre os Evangelhos 

Na verdade, Michel retorna a Sacramento depois de quase 16 anos, mas já havia retornado ao Brasil, onde permaneceu entre 2001 a 2003 a serviço de sua Igreja Mórmon.  Muito aberto e receptivo, Michel explica que é seguidor da  Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, popularmente conhecida como Igreja Mórmon.

 “- Sigo essa religião e por isso voltei para o Brasil entre 2001 a 2003, mas não vim a Sacramento. Meu objetivo era a religião, falar sobre o Evangelho de Jesus Cristo e fazer trabalhos sociais e ambientais, por exemplo, limpando parques, pintando casas... Minha  esposa segue a mesma religião. As pessoas que me conheceram, se lembram que  eu não bebia. Talvez pensassem que eram regras do Rotary, mas são regras da minha religião”, justifica.

Ao contrário dos seus pais, Michel não é rotariano. “Meu pai é muito envolvido com o Rotary, intercâmbio. Já receberam cinco intercambistas em casa, inclusive,  um brasileiro. E hoje ele é coordenador regional dos intercambistas  em dois estados. Viaja muito para conferências, está sempre na organização de intercâmbios, realmente muito envolvido”. 

 

Morar em Sacramento

Para a esposa Caroline, a vivência do marido no Brasil mudou sua vida, seu jeito de ver as coisas. “Ele tem um amor muito grande pelo país e, realmente, a vida no Brasil, a vida dos brasileiros tem um gosto interessante. E Michel nos passa isso”.  Caroline é formada em Marketing de Negócios, Alemão e Fotografia, mas não trabalha,  fica em casa com os quatro filhos Rayn (9), Kevin (7), Sofie (5) e Hena (2) e revela que não trabalha fora,  mas usa o seu talento em fotografia para tirar fotos da família. E, além de gostar de jogar basquete, gosta também  de cantar”. 

No finalzinho da entrevista uma surpresa com a revelação  de um sonho de Michel: morar  no Brasil , especialmente  em Sacramento.   “Sempre tivemos a ideia de  morar fora dos Estados Unidos com nossos filhos. E, Caroline gostou muito de Sacramento. Ainda não sabemos o que teremos que fazer nem o que faremos, mas  será  um sonho virmos morar aqui por uns tempos. Mas não é promessa, portanto, não poderão me cobrar depois...”, diz Michel.