Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Ir. Victoria Fracisca: De Moçambique para Sacramento

Edição nº 1457 - 20 Março 2015

A Congregação de São Jose de Cluny em Sacramento ganha reforços com a chegada de Irmã Victoria Francisca Jumbem, 54, que chegou ao Brasil no dia 24 de fevereiro. Depois de passar pelas casas da Congregação em São Paulo e Lucélia, aportou em Sacramento na última segunda-feira e já está trabalhando na CIJU São Vicente de Paulo, onde foi recebida com muito carinho pela superiora Ir. Cecília, irmãs, funcionários e crianças.

Natural de Moçambique, país localizado no sudeste da África, Irmã Victoria conheceu a Congregação de São José de Cluny, em 1992, na cidade de Tete, distrito do planalto de Angônia, onde nasceu e viveu com a mãe e seis irmãos, um apequena vila fundada pelos Jesuítas, que mantém na cidade uma missão.  Tão logo conheceu a Congregação, irmã Victoria soube de sua vocação e há 23 anos é uma das filhas de Ana Maria Javouhey, fundadora da irmandade, em 1807, na França, e que de lá se espalhou por todos os continentes. 

Ir. Victoria começou a formação em 1999, no ano seguinte seguiu para o apostolando em na Beira (Província de Sofala). Após o noviciado em  Angola, em 2000, ir. Victoria retornou a Moçambique para um período de experiência e, em 2002, professou os primeiros votos em Luanda (Angola) e retornou a Moçambique, trabalhando, por cinco anos,  na educação de jovens e promoção da mulher e na paróquia na cidade de Niassa,  onde a  maioria  da população é muçulmana.  

Depois de cinco anos em Niassa, no final de 2007, Ir. Victória seguiu para Angola; em 2008 esteve em Maputo em preparação para os votos perpétuos, proferidos no dia 25 de janeiro de 2009, na Catedral de São Tiago Maior, em Thethi. A  partir daí,  passou a trabalhar na Beira, cidade que possui três obras da Congregação de São José de Cluny: uma escola, um orfanato e uma creche. No final de 2014, designada para Sacramento, Ir. Victória chegou ao Brasil no dia 24 de fevereiro.

 Para irmã Victória, uma religiosa, por obediência vai a todo lugar, mas reconhece que  é uma novidade, porém  não vê como um desafio essa chegada a um país estranho, aceitando a missão com alegria.  “Para mim, digamos que é tudo novo, na África é outra realidade. Lá eu trabalhava com órfãos, jovens de 15 anos e aqui vou para o berçário (risos), mas estou muito feliz. Senti o povo brasileiro muito acolhedor e isso aumenta minha felicidade, me faz sentir que estou em meu país. É claro, uma coisa ou outra a gente vai estranhar, mas isso não faz diferença, o que importa é a missão e agora a minha é aqui”. 

Sobre a escravidão dos negros que durou no país 350 anos, Irmã Victória diz que esse um lado triste da história, que faz parte do passado. “Eram outros tempos. Conheço brasileiras como irmã Hermínia, irmã Aparecida e outras, trabalhei com padres jesuítas que são brasileiros e em Moçambique há muitos brasileiros e há uma relação muito boa entre todos. Vejo que somos três nações irmãs: Portugal, Moçambique e Brasil e estou feliz em estar no Brasil e cumprir minha missão”.