Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Cidade ganha Clube de Tiro

Edição nº 1471 - 26 Junho 2015

Um grupo de pessoas interessadas em criar na cidade o Clube de Atiradores  Esportivos de Sacramento - CATES, com a finalidade de dominar uma arma de fogo para fins  esportivos e de lazer, recebeu, no último final de semana,  as primeiras orientações e participou também de uma primeira sessão de disparos em estande preparado  especialmente para treinamento.

Conforme explica o zootecnista, Osvaldo Vasquez Bruno, ao lado de Marcos Roberto Lúcio, dois dos incentivadores para a criação do clube, entre outros, a iniciativa tem como finalidade principal o conhecimento técnico para realizar disparos, o domínio da arma para fins de lazer e esporte, nos campeonatos realizados no país. “É claro que não descartamos também o domínio da arma para uma situação de iminente perigo nas questões de segurança pessoal”, ressalva, informando como foi a primeira aula.

“- No primeiro contato com os profissionais responsáveis pelo curso, os iniciantes tiveram uma primeira aula teórica com o instrutor Claudinei Silva Macedo sobre regras operacionais, de porte, manuseio e de segurança, regras de conduta, regras de preservação ambiental e, a partir daí, as regras especificas para cada prova, vindo só depois, o refinamento dos atiradores no estande de tiro, cuja área já foi cedida por um dos integrantes do clube”.

Falando sobre o instrutor, atual responsável pelo Clube de Tiro de Delta, que já existe há algum tempo, Osvaldo disse que ele possui excelente currículo. “Claudinei é o único árbitro internacional da ISSF (International Shooting Sport Federation) classe A, no Brasil, é membro da Confederação Brasileira  de Tiro Esportivo e organizador do Clube da cidade de Delta. E, além dele, os participantes terão também orientação psicológica com o psicólogo Odorico Almeida Leão Vaz, credenciado pela Polícia Federal, e a monitora, Priscilla Miranda. 

 

Ressalta mais Osvaldo que a colaboração tem sido grande de todos os integrantes do grupo. “Muita gente ajudou nesse processo e nós visamos também uma parceria com as polícias civil e Militar, que não têm estande de treinamento na cidade,  tendo que se deslocar para outros lugares. Dessa forma,  quando estivermos com o clube montado, as polícias terão os dias reservados para seus treinos, essa será a nossa contraparte para ajudar a cidade”, explica. 

 

Clube de Atiradores busca lazer, recreação e esporte

O esporte do tiro, de acordo com Osvaldo, é um congraçamento familiar e de amigos. “Viramos uma grande família e todos focamos em primeiro lugar o lazer, a recreação e o esporte. No Brasil  temos  atiradores em nível olímpico, por isso a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE) já está realizando provas  visando os Jogos Olímpicos de 2016. Embora quem comande os jogos Olímpicos seja o COI, quem comanda o tiro é a ISSF, órgão responsável por todo o tiro no mundo, e que credencia os árbitros”, explica, declarando-se surpreso com a adesão na cidade.

 Questionado se diante da tanta violência no país, a atividade não acaba servindo como segurança pessoal e patrimonial, Osvaldo, garante que sim. “Acaba tendo também essa finalidade, porque está aí o desarmamento que favorece a violência, ele fomenta a violência, o bandido tem certeza de que o cidadão de bem está desarmado. Somos um bando de ovelhas sem condições de se defender, a mercê de bandidos armados”, justifica, dando exemplos de países cujo porte e venda de arma são permitidos.

“- Países como Suécia e Finlândia, sem falar dos Estados Unidos, não têm nenhum problema em relação ao porte e ao comércio de armas. Naturalmente, há por trás dessa permissão toda uma lei que regulamenta as regras para o seu uso e porte”, ressalva, exemplificando mais que, em alguns países, depois que os jovens servem o exército, levam para a casa a arma que utilizaram.

“- Aqui mais perto de nós, no Paraguai, o acesso à arma é liberado e não tem problema de violência, há violência na fronteira e, comprovadamente, a maioria dos bandidos são brasileiros”. 

Osvaldo destaca que no Brasil para o cidadão comprar uma arma dita legal, isto é, de calibre permitido,  é necessário passar por cursos, teste psicotécnico, é investigado pelo instrutor, pelo Exército e Polícia Federal.  “Isso, para cidadãos de bem, mas se formos bandidos, teremos acesso a arma que quisermos, do calibre que quisermos, a quantidade que quisermos, a hora que quisermos”, critica. 

Segundo ainda, o provável presidente do Clube de Tiro de Sacramento, Osvaldo Vasquez Bruno, é uma inversão de valores muito grande e um dos fatores da violência no país. “O que levou o país a essa violência foi o malfadado desarmamento. Na época do 'Velho Oeste', nos Estados Unidos, a criminalidade era muito menor. Então, no fundo o tiro esportivo não tem esse objetivo, mas acaba servindo para a segurança e defesa”.