O II Festival de Cultura & Agroecologia encerrou sua semana de grandes atividades na cidade na noite da última sexta-feira, 14, com o baile 'As 100 Primaveras de Carolina', no clube XIII de Maio, em clima de grande animação, alegria e despedida de todos os visitantes que prestigiaram, sem dúvida alguma, o maior evento cultural e de conhecimento agroecológico já ocorrido em Sacramento.
A professora doutora Maria de Fátima Fajardo Archanjo Sampaio, mentora e coordenadora principal da semana, fez uma avaliação positiva de tudo o que aconteceu no festival.
“- Estamos felizes por termos proporcionado tantos encontros ao longo da semana, momentos de reflexões e de debates. Acredito que conseguimos habitar a cidade de uma maneira sensível, plantando a sementinha, haja vista a participação de tantos artistas. Abrimos vários espaços para criação colaborativa, buscando unir arte e agroecologia. Aos poucos vamos alcançando os objetivos, percebemos que a semente plantada em 2012 germinou, tornou-se uma muda linda e se multiplicou, porque a terra foi muito generosa”, reconheceu .
Para a curadora do evento, ‘‘O novo sempre gera medo nas pessoas...’’
Falando sobre o público presente, Fátima reconheceu que houve uma boa participação. “Vimos isso na abertura do festival com a casa cheia para refletir sobre educação. Isso, num momento em que a cidade está se preparando para ter uma escola técnica federal, que levará o nome de Carolina, é muito bom. Ficamos satisfeitos por podermos inserir Sacramento num projeto de transformação', afirmou, reconhecendo que toda nova ideia assusta.
“- Houve uma boa participação em muitos momentos do Festival. Poderia ter sido maior a participação nas discussões, mas não atribuo essa falta ao desinteresse, acredito que há um pouco de medo. Chegamos com uma mensagem de transformação íntima e de atitude muito fortes e o novo gera medo nas pessoas. Se estamos acostumados a usar agrotóxico a vida inteira, se foi assim que aprendemos, se só sementes transgênicas estão disponíveis, a mudança não vai ser de uma hora para outra. Tudo isso que trazemos é muito novo e o novo gera insegurança, mas ainda assim vejo que houve um avanço muito grande”, explicou, completando:
“- As pessoas têm que liquidar com esse medo, a fé e o acreditar nos impulsiona e o medo nos arrasta para trás e já estamos vendo aí as consequências, por isso, um dia a sociedade vai ter que mudar a sua postura”.