Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Nelinho Batman mostra o sentido da vida

Edição nº 1409 - 11 Abril 2014

O empresário Nélio Francisco Carvalheira, mais conhecido como Nelinho Batman é na verdade o Batman de Vassouras (RJ). O motivo do apelido é seu meio de transporte preferido: um Citröen 1971 transformado por ele em um batmóvel. Nelinho esteve em Sacramento no carnaval, com a sua máquina que atraiu a atenção de muita gente e da reportagem do ET. 

“- Na verdade, estou no o rancho do Portioli na região da Rifaina e decidi dar um pulo a Sacramento. Aqui,  eu conheço a artista plástica Elaine Scalon que conheci numa exposição de carros antigos em 1987, na cidade de Araxá e de lá pra cá nos tornamos amigos e sempre que posso,  passo por Sacramento”, disse entre um drink e outro de uísque com energético.

Nelinho Batman é um bem sucedido empresário no ramo rural, construção civil, produção eexportação   de cachaça, mas a grande  realização está mesmo na paixão por  raridades históricas  e peças exóticas: Moendas, tratores, caminhões, motos e até uma bomba de gasolina movida a manivela fazem parte do seu acervo, bem preservado em sua fazenda. A propriedade dispõe ainda de uma mini-ferrovia e uma locomotiva construídas pelo empresário, que fez até um morro artificial só para o trem poder passar dentro de um túnel. A excentricidade de Nelinho Batman chegou ao ponto de construir, nos anos 80, uma caravela que foi ao mar com direito a projeto registrado e tudomais.

 

Batmóvel lhe dá prêmio de 10 milhões

Mas o grande sucesso mesmo fica com o batmóvel, construídohá mais de 40 anos. “Fiz o batmóvel em 1970/71, para um desfile de carnaval da cidade e acabei indo para um desfile de fantasias no Rio de Janeiro, promovido pela extinta Tupi. Como prêmio, faturei 10 milhões de cruzeiros e uma viagem para os EUA. De lá pra cá o Batman ficou famoso.O sucesso foi tanto que nunca me desfiz dele”, conta Nelinho, que já esteve  em vários programas de TV e leva o veículo a muitos eventos Brasil a fora. 

O automóvel “envenenado” foi inspirado no modelo que aparecia na primeira série de televisão do Batman, criada pela DC Comics, e exibida entre 1966 e 1968.  Com a placa da cidade fictícia de Gothan City, o batmóvel já rodou por várias capitais e cidades do interior com muito sucesso e várias experiências vividas.

“- Um dia, voltando do Rio de Janeiro, na Dutra,, região da Papuda, um guarda rodoviário me parou. Entrou no meio da pista, abriu os braços e me parou. Fiz uma brincadeira que teria que salvar alguém em  Vassouras, ele riu, mas pediu para esperar dez minutos. Subiu numa moto, abriu a sirene e sumiu. Daí a  pouco ele chegou com dois filhos, um na garupa e outro no tanque pra tirar foto no Batman. Foi um episódio marcante, isso é gratificante”, conta e acrescenta que o batmóvel é licenciado para ter a  placa Gothan City.

Para o primeiro batmóvel, Nelinho usou um Citroen seis cilindros. Como os convites e alugueis do batmóvel eram muitos, em 1976, Nelinho decidiu-se por um Landau motor V8, direção hidráulica, hidramático. “O Citroen aquecia demais, estragava muito, aí optei pelo Landau/Ford, que também tem a vantagem das medidas no cumprimento e largura, só que ele bebe demais ele faz no máximo dois km por litro”, relata. Em percursos mais longos, o batmóvel é transportado em caminhão até o destino, como foi para chegar a Sacramento, a 900 km de Vassouras. Mas vem com a equipe completa, os filhos e até um batmecânico para as emergências.  

Marceneiro formado no Senai e especialista em construção civil,  aos 66 anos, Nélio se confessa feliz com o seu hobby de colecionar, consertar coisas antigas e construir coisas exóticas. Casado com Luiza, Nélio é pai de dois filhos, Nilson e Nélio Jr. E com um dinamismo a toda prova, aconselha: 

 

“- Deve-se viver cada minutoda vida. Eu poderia ter 50 milhões de dólares acumulados, mas isso não me levaria a nada se eu não trabalhasse, não vivesse cada minuto da vida e aproveitasse dentro dos limites. De que me adiantaria a fortuna se não tivesse lazer, alegria, prazer e amor ao próximo... Isso é qualidade de vida. Pessoa que só acumula bens não é feliz. Essa história de que dinheiro traz felicidade, é mentira isso aí,  ele ajuda, mas não basta. Se não tivermos amigos, se não ajudarmos o próximo, se não vivermos uns para os outros, a vida não tem sentido”.