Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Final da entrevista: Íris Cassiano, a caridade acima de tudo

Edição nº 1399 - 31 Janeiro 2014

ET - Chegamos aqui você estava na beira do fogão. Lá atrás, quando ajudava sua mãe, era fogão a lenha, depois fogão a gás, elétrico, hoje o micro-ondas... Mas você continua à frente de um fogão a lenha. Por que? E onde é que arruma lenha? Cuidado com a Polícia Ambiental, heim!!

Iris - (Risos) Porque a comida em um fogão a lenha fica muito mais gostosa, o sabor é outro. Faço comidas, doces, tudo no fogão a lenha. Adoro lavar louças, arear panelas. A lenha não vem do mato. Não depredo a natureza, não (risos). Eu ganho os caixotinhos nos varejões. Às vezes, a lenha que chega comprada de resto das madeireiras ou restos de árvores caídas, secas, mas ganho muito...

  

ET - Voltando um pouco atrás, a gente se lembra da Íris que usava quase que diariamente uma máscara de proteção para respirar um ar mais puro. E, de repente, parou. Como é que sarou?

Iris – Nasci com uma asma danada, crises terríveis, desde a infância. Tinha uma asma muito grave e não podia com poeira de jeito nenhum e a cidade, especialmente aqui onde sempre morei, por anos, era tudo terra, um poeirão. Aí eu usava aquele lenço para proteger um pouco. De repente, sarou. Acho que por merecimento, por isso entendo que tenho continuar trabalhando para o próximo. Sarei, simplesmente sarei.

 

ET - Pra finalizar, a Íris foi uma moça muito bonita, prendada, com poucos estudos, mas a universidade da vida lhe ensinou muito e se tornou uma telefonista competente, uma secretária extremamente zelosa e capacitada... Agora, a perguntinha, por que nunca se casou?

Iris - (Com uma boa risada). Tive alguns namorados, não me casei, mas acho que não é só casamento que faz a gente feliz. Sou muito livre, gosto de reunir pessoas, estar com as pessoas, acho que restringiria minha liberdade. Sou feliz, muito feliz, só não tenho dinheiro (risos) O resto tenho de tudo, família, amigos, saúde, trabalho, vontade de ajudar...


ET – Foi por tudo isso que o ET te fez essa homenagem, te escolhendo como Personalidade do Ano. Um beijo, Íris querida!

 Íris – O que falei desse trabalho de voluntária, razão de ter recebido esse honroso título, isso para mim implica em muito mais responsabilidade. Peço a Deus todos os dias para que eu possa continuar esse trabalho que, para mim, é muito gratificante. Muito obrigada pela homenagem do ET. 


ET – Na primeira parte da entrevista, publicada na última semana, no momento da revisão, por um lapso da redação, deixamos de fazer algumas das correções que nossa entrevistada solicitou, entre elas, acrescentar os nomes de algumas voluntárias que a ajudam no bordado, como Helena, Mariquinha, Inácia, Da. Maria e Maria Helena. Outra correção solicitada e que omitimos, foi a de acrescentar o nome de sua amiga Berta, como uma das colegas de trabalho na Telefônica. Pedimos desculpas a Íris e às pessoas omitidas.