Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Ju deixa saudades

Edição nº 1388 - 15 Novembro 2013

A jovem Juscimeire Arilene Tura (foto), 26, às 22h15, do domingo, 10, no Hospital Dr. Hélio Angotti, em Uberaba, onde viveu seus últimos dez dias, depois de um tratamento que vinha desde o mês de janeiro.  Trasladada para Sacramento, Ju, como era conhecida, foi velada por familiares e amigos e sepultada na segunda-feira, 11, às 14h30, após as exéquias. 

O vazio para a família, os pais Carlos Roberto Tura e Maria Aparecida, os irmãos Carlos Anderson e Juscelene, o avô Luiz Tura,  tios, primos, demais familiares e amigos e o noivo Guilherme Godoi é imenso, mas fica a certeza de que foram presença constante na vida de Ju nos últimos meses.

“- Uma menina cheia de vida, de sonhos, era noiva, queria casar-se,  ter filhos, lutou contra a doença até os últimos momentos e agora está com Deus”, diz a mãe. Cida, ao lado da concunhada, Maristela, que foi presença constante com a família, encontrou em meio aos pertences da filha uma mensagem dirigida ao pai que nunca foi entregue. A mensagem escrita no dia 11 de  agosto com o tom despedida diz: 

“Pai, obrigada por tudo que fez e está fazendo por mim. Sei que quando não estava ao meu lado não era porque não queria, mas porque não podia. 

Obrigada por tudo que me ensinou e por me fazer ver a vida de um jeito diferente, apesar de estarmos passando por esse problemão juntos. Acho que jamais serei a mesma e acredito que o senhor também, não. E que susto foi! Espero algum dia rir de todo esse tempo, de tudo que passamos de janeiro até hoje. Só tenho a agradecer por ter você ao meu lado  e por perto. Obrigada por tudo o que fez por mim, faz e sei que, se precisar,  fará por mim. Amo você com todos os seus nãos”. (Juscimeire Arilene Tura) 

Para o avô, Sr. Luiz Tura, 91, que ainda tenta entender e aceitar a perda, Ju era como uma filha e conta que desde os sete anos Juscimeire morava na sua casa. “Os pais moram na fazenda e ela sempre ficou aqui para estudar, fez até faculdade, sempre morado aqui. É uma perda grande da neta e quase filha, uma menina ainda”. 

 

Dez meses de vida com muita luta e esperança

A mãe de Juscimeire, Maria Aparecida, conta que a filha  sempre foi muito sadia, saudável, estudou, formou-se em Administração de Empresas, e se dedicava ao trabalho com a alegria daqueles que amam o  que fazem. De repente...  “Juscimeire fez o  exame preventivo não de nada, nada. Foi de repente. Em janeiro, ela teve uma hemorragia, a médica pediu uma biopsia e deu câncer no colo do útero. O mundo veio abaixo para nós. Ela começou o tratamento com a quimioterapia...Daí a 45 dias, ela passou mal  e foi para a UTI por oito dias”. 

A tia, Maristela, explica que no início do tratamento Juscimeire se recusou a retirar o útero. “Os médicos deram uma certa esperança, disseram que o tratamento poderia dar resultados, mas aconselharam a retirada do útero, mas ela não quis. Ela queria ter filhos... Só que    a químio não fez efeito, ela foi para a radioterapia  e ela mesma viu que teria que fazer a cirurgia, feita em agosto último. O pós operatório foi tudo bem e teve até uma certa recuperação”, lembra. 

O drama de Ju agravou a partir de setembro, quando foi até Barretos para um tratamento específico local, agendado para a semana a quarta-feira da semana seguinte, só que véspera, ela passou mal. Foi internada em Uberaba e quase morreu, mas superou voltou para casa...”, lembra, com emoção.

 A partir de então, seu estado veio complicando, a família se alternava em idas e vindas entre o hospital e casa. “No dia 1º, ela foi internada e  os médicos disseram que nada mais havia para ser feito. Deus quis levá-la de nós. Foi muito sofrimento, mas ela só lamentava quando as  dores era muito fortes”, lembra mais a mãe, ainda muito sensibilizada.

Maristela diz que Ju lutou muito pela vida. “Estivemos toda a família em Uberaba, no final de semana. No domingo, deixei o hospital por volta do meio dia, ela estava sentada na cama, queria levantar-se... Mas naquela noite ela partiu, logo depois de receber a unção dos enfermos, acho que ela só estava esperando essa bênção...”. 

 

A família agradece a solidariedade e orações dos familiares, amigos conhecidos e convida para a  missa de sétimo dia que será celebrada neste domingo, às 19h, na Igreja da Abadia.