Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Instalação de antena de telefonia preocupa moradores

Edição nº 1367 - 21 Junho 2013

Moradores das ruas centrais da cidade, nas imediações da rua Comendador Machado, esquina com a  avenida Cel. José Afonso de Almeida estão alarmados e preocupados com a instalação  de uma antena de telefonia celular da CTBC, que está sendo construída  no local: a maior preocupação é com a radiação eletromagnética.

De acordo com sites, encaminhados ao ET por um grupo de moradores, a preocupação procede, porque embora a instalação das torres seja regulada por leis, pelo menos uma delas, a Resolução 303, da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações, órgão que controla a telefonia no Brasil, para muitos, não é cumprida. Isto é, não é feita a medição do índice de radiação, conforme o previsto, segundo denúncia de vários estudiosos e pesquisadores. Nem sempre as empresas cumprem o que a lei estabelece.

De acordo com o engenheiro Ruy Bottesi, da Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET), a Resolução 303, de 2 de julho de 2002,  limita a exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos em  até  300 GHZ; estabelece limites para a exposição humana a estes campos e define os métodos de avaliação e procedimentos a serem considerados para o legal licenciamento. 

Ainda conforme Bottesi, a Resolução visa à preservação da saúde da população e das pessoas que trabalham com a infraestrutura de telecomunicações, cujas  normas estão em conformidade com as diretrizes internacionais de proteção contra radiações  não ionizante. 

Para a mineira de Belo Horizonte, engenheira Adilza Condessa Dode, as antenas estão ultrapassadas, e que é preciso, urgentemente, encontrar um outro meio de transmissão de sinais mais seguro e efetivo.  Dode desenvolveu uma pesquisa sobre a relação entre câncer e as antenas de sinais em Belo Horizonte. “Nos resultados dessa pesquisa constatamos, dentro de 500 metros de distância entre as antenas, um índice de mortalidade maior. A partir do momento que distanciávamos  das antenas a taxa  de mortalidade caiu. 

A engenheira critica o uso ultrapassado de antenas. “O que dever ser feito e urgentemente é investir numa nova tecnologia,  que seja segura que não emita radiação para o cérebro do usuário como é o aparelho celular. Uma tecnologia que não necessite de antena. Antenas não devem ser instaladas em áreas hospitalares, escolas, creches, asilos. Antenas são peças de museu, que têm que ser retiradas das cidades e mandadas  pra museu. A indústria tem que investir em novas e seguras tecnologias”. 

Proprietário do terreno e empresas garantem segurança
O proprietário do terreno, Antônio Clarete Zandonaide Filho – Lete, disse que alugou a área para a CTBC com essa finalidade, ressaltando que tudo está sendo feito em conformidade com a legislação. Questionado sobre o problema de radiação, disse também que não há problema, lembrando que há três torres semelhantes na cidade. “Fosse assim, não teriam autorizado a construção daquelas torres”, frisou, garantindo à população que não há nenhum problema. 
A empresa Via Campos, de Curitiba, que executou os serviços de fundação para a montagem da torre, através de seu técnico responsável, Laudecir Batista, garantiu a segurança da torre, em relação ao serviço executado. “Não tenho conhecimento de problemas que possam ser gerados com a instalação da antena, mas posso garantir toda a segurança quanto a fundação realizada. Cair por conta da fundação, ela não cai. Foram feitos 12 perfurações com 12 m de profundidade e três metros na rocha, com diâmetro de 31 cm, onde foram instaladas  colunas amarradas com ferro de 20 mm. 
Outra empresa sacramentana completou o serviço de perfuração construindo três sapatas para sustentação da torre, medindo 2 m x 1,20 m. O pedreiro responsável garantiu também a segurança da torre, inclusive contra possível radiação e criticou a preocupação dos moradores da região. “Essas pessoas que estão reclamando deveriam reconhecer a quantidade de emprego que essa empresa está gerando”.
A Prefeitura de Sacramento recebeu, há 15 dias, emeio do ET, pedindo informações detalhadas sobre a construção da antena na av. Cel. José Afonso, sobre o alvará ou autorização municipal para construção e se atende aos requisitos da legislação vigente. Não respondeu. 
O ET enviou também à CTBC, através de seu site, a preocupação dos moradores, questionando a possível radiação. Mas até o fechamento desta edição, não havia recebido resposta.