As praças do bairro João XXIII, São Geraldo, Chafariz e Perpétuo Socorro ficaram movimentadas na manhã do domingo, 23, com a distribuição de 1.200 cestas básicas do Natal da Fartura, patrocinado pela empresa Sak´s.
De acordo com Cláudia Rodrigues, que junto com Ester Ranuzzi realizam o cadastramento das famílias, a entrega das cestas é o resultado de mais de dois meses de um minucioso trabalho. “Temos um cadastro dos anos anteriores, mas muitas famílias são incluídas a cada ano. Começamos as visitas em outubro, avaliando as condições das famílias e priorizando as mais numerosas, idosos, deficientes”, justifica.
Um dado novo acrescentado à pesquisa realizada pela Sak's é que, a cada ano, aumentam as famílias oriundas de outras regiões do país, que chegam à cidade em busca de trabalho, em geral para o corte de cana e o plantio de batatas. Ainda, de acordo com Cláudia, o local de maior distribuição, cerca de 600 cestas, continua sendo o bairro João XXIII, onde se reúnem moradores do próprio bairro, do Cajuru e da Cohab. “É um trabalho gratificante, a gente conhece pessoas. Muitas ficam esperando a visita e quando a gente chega é uma alegria”, avalia.
Famílias agradecem generosidade dos doadores
Ao receber a cesta, que contém arroz, feijão, açúcar, óleo, extrato de tomate, doce e bolacha, cada família expressa sua alegria em agradecimentos. Dilermando Messias da Silva, 77, que recebe a cesta há dez anos, e que foi o primeiro da fila, no João XXIII, disse: “Agradeço muito essa ajuda, há dez anos venho ganhando, é uma ajuda muito boa e uma economia pra gente, o que economizo aqui dá pra comprar outra coisa”.
Ângela Seabra era só agradecimentos pela cesta. Mãe de nove filhos, conta que os dois mais velhos estão presos. “Os outros estão comigo, o mais velho com 13 anos e o mais novo com quatro. Peço muito a Deus pelo seu Zé Renato, porque desde o começo eu recebo as cestas, que ajudam muito. Agora, então, veio numa hora boa porque meu marido está desempregado. Rezo e peço a Deus que dê tudo em dobro pra ele”, agradeceu.
Vanete Silva Nobre, 30, chegou à cidade há três anos com o marido, vindos de Caraí, divisa de Minas com a Bahia, é moradora numa das casas da Obra Social João XXIII e mãe de cinco filhos, o mais velho com 11 anos e a mais nova com três meses. O marido trabalha de servente de pedreiro. “A gente veio pra cá por causa das condições de vida, lá era muito difícil viver, então resolvemos vir pra cá”, conta, confirmando que a cesta é uma dádiva que chega em boa hora.
Werbert dos Santos Cardoso, 26, mora em Sacramento há quase quatro anos. Veio de Rosário, no Maranhão com a esposa e dois filhos, em busca de melhores condições de vida e recebeu a cesta básica pela segunda vez. “É muito difícil no Maranhão, o salário aqui é melhor, então a gente vem em busca de trabalho”, conta, ao lado dos irmãos, Roosevelt, 23, que mora em Sacramento há cinco anos, casado, pai de um filho; e José, 32, que chegou a oito meses na cidade com a esposa e uma filhinha de dois anos.
Sebastião da Conceição Costa, 32, é natural de Caxias, no Maranhão, mora em Sacramento, há um ano e recebeu a cesta pela primeira vez. “Vim pra cá em busca de serviço. Trabalhei aqui em 2004 e 2005, fui embora, mas decidi voltar. Lá no Maranhão é bom pra morar, mas pra viver não dá, não”, conta acrescentando que deixou por lá a ex-mulher e um filho com 14 anos. “Cheguei aqui solteiro e agora estou quase casando de novo”.
No Perpétuo Socorro, dona Alina Cardoso de Oliveira, 75, cria quatro netos e fica muito agradecida com a ajuda. “Peço que Deus dê muita vida e saúde pro seu Zé Renato pela ajuda, porque em casa somos cinco pessoas. Meu neto, de 21 anos, foi morar comigo tinha um mês e seis dias os outros são um de 13 anos, outro de 11 anos e um de oito anos. Meu filho separou, então alguém tem que cuidar dos filhos, a gente não pode abandonar. Recebo a aposentadoria mas não dá, mas graças a Deus tenho a ajuda do Dispensário e já recebi cesta básica da Assistência Social e, no final do ano, vem a da Sak´s. É uma ajuda muito boa, graças a Deus”, reconhece.