Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

CARNAVAL 2011: Avaliações e depoimentos

Edição n° 1248 - 11 Março 2011

O ET, como sempre, fez ao longo de seus 43 anos, prestigiou a abertura do carnaval no sábado, os desfiles do domingo, a apuração e o desfile das campeãs, conversando com presidentes, autoridades, membros da comissão organizadora. 

 

“Apesar de tudo, avalio que foi bom, tivemos problemas com alegorias, com  integrantes que viriam de Uberaba e faltaram por causa da chuva. Mas temos a certeza do dever cumprido. Estamos começando e todo começo é difícil, mas vamos continuar na luta. Agradeço de coração a cada um que nos ajudou a colocar a escola na passarela, quero contar com todos no próximo ano. Vamos continuar lutando, porque poucas escolas nasceram grandes”. (Nivaldo da Silva, presidente da Acadêmicos do Borá)

 

“Graças a Deus a meninada da bateria fez o seu papel. São crianças ainda, mas muito dedicadas. Elas estão crescendo e são o futuro do carnaval da cidade. Estamos com seis anos de fundação, quatro anos de desfile oficial, mas se Deus quiser vamos crescer muito”. (Paulinho Kaiana, mestre da bateria da Acadêmicos do Borá.)

 

“Dever cumprido, apesar dos problemas, não podemos obrigar a pessoa vestir a fantasia e vir com chuva. No fundo a gente fica triste, porque trabalhamos muito para isso, mas não vamos desistir. Por outro lado estamos muito felizes, porque agora temos a nossa bateria. Não compramos nova, porque não damos conta, mas são 78 instrumentos em excelentes condições. Antes tínhamos que alugar bateria, era um problemão. A aquisição  desses 78 instrumentos, para quem não tinha nada, é a  nossa maior vitória”. (Davi Fontoura, vice presidente da Operário Sacramentano, representando o presidente Geraldo Fontoura -Lobo). 

 

“Graças a Deus foi muito bom, trabalhamos mais com crianças e isso vale muito a pena. O coração de uma escola é a bateria e graças a Deus realizamos esse sonho, digamos que, metade da escola está pronta para o próximo ano”. (Mário Sérgio (Marim), mestre de bateria da Operário Sacramentano). 

 

“Com chuva ou sem chuva, estamos sempre aqui. Chuva faz parte do carnaval e está valendo a pena o nosso esforço. Não podemos culpar o tempo, que prejudicou todo mundo. Cadê o povo na avenida para prestigiar as escolas?”. (Rosemeire Idualte, carnavalesca da Beija-Flor Sacramentana).

 

“Estou na Beija-Flor há tempos, já saí na bateria e  hoje estou à frente dela. Apesar da chuva, demos o recado, ensaiamos, buscamos fazer o melhor. Não foi dessa vez, mas não vamos desistir”. (Ricardo Henrique da Mota, mestre de bateria da Beija-Flor Sacramentana).

 

“É muita emoção, porque é a primeira vez que pego uma responsabilidade dessas. Fazia parte da escola, mas nunca com tanta responsabilidade. Agora é trabalhar para crescermos mais e mais. Somos uma escola nova, só dez anos e temos cinco títulos de campeões, temos muito a crescer ainda”. (Júlio Cesar de Oliveira (Avião), presidente da Unidos do Areão).

 

“Minha emoção é grande pelo carisma da nossa escola, pela força da nossa família verde e branco. Descansamos três meses, sentamos e fomos planejar o carnaval desse ano. Trabalhamos nove meses para isso e mostramos o nosso trabalho. O Luiz Alberto assumiu como carnavalesco de forma competente, brilhante. São quatro títulos seguidos e isso nos faz muito felizes. Esse título não é meu, não é do Luiz, não é da diretoria, esse título é da escola, é de todos os que nos têm apoiado É nosso último ano na presidência, mas vamos estar trabalhando até a eleição, porque o nosso carnaval há de sempre melhorar. Temos um lema: 'O XIII não para'. A próxima diretoria que assumir, vai pegar a escola embalada. Vamos trabalhar até o último dia da nossa gestão e depois, se não continuarmos na direção, vamos ajudar a escola”.  (Anderson de Oliveira - Som, presidente da XIII de Maio).

 

“Não sei o resultado, mas para mim vocês são campeões. Vocês brilharam, levantaram o público. Vocês são vencedores”. (Mestre Luiz Carlos - Testa, dirigindo-se aos integrantes da bateria da Unidos do Areão, após o desfile do domingo). 

 

“São cinco carnavais sem desfilar e foi uma alegria grande poder voltar. Esse convite me deixou muito feliz. Mas, no próximo ano quero voltar como passista. Estou nesse carro, mas a vontade de dar uns passos é muito grande”. (Rony Marcos Gabriel, integrante da Unidos do Areão, que esteve ausente da passarela por problemas de saúde).

 

“São dez anos sem desfilar, nesse tempo estive com outros fundadores da escola, organizando os desfiles, coordenando as alas na avenida. E agora, estou aqui nesse Carro fechando o desfile. Estou feliz por comemorarmos esses dez anos de avenida. É grande a emoção, sinto-me campeão”. (Carlos Roberto Gabriel, Tiola, um dos fundadores da Unidos do Areão, que voltou a desfilar após dez anos).

 

“Sou rei Momo há quatro anos e esta é a primeira vez que desfilo com chuva. Houve um ano, se não me falha a memória, em  2008, choveu muito no domingo e o desfile foi adiado para a segunda-feira. Chuva é muito bom, mas no carnaval é uma pena, porque o povo gosta de ver, aplaude, prestigia. Há aqueles animados com chuva ou sem chuva, mas muita gente não vem”. (Rei Momo Nelson, ensopado, após o desfile do domingo). 

 

“Estou sentindo muito frio! Acho que vou morrer de frio...”. (Do pequeno Fernando, 11anos, que desfilou num carro da  Acadêmicos do Borá, sob chuva). 

 

Polaco: “Nosso carnaval foi muito bom”

 

Antônio Claret Scalon, Polaco, presidente da Comissão Organizadora, avalia como satisfatório o carnaval deste ano. “Apesar de duas escolas não cumprirem a meta, foi satisfatório, tomamos a decisão junto com os presidentes das escolas de não penalizá-las devido à chuva, embora, se fôssemos considerar todas as escolas teriam penalidades. O mais foi muito bom, tanto os desfiles como o carnaval na rua. Foi um carnaval tranqüilo, com poucas confusões. Houve um público bem menor, com certeza devido às chuvas. O saldo é positivo, foi muito bom”, avalia. 

A respeito dos inúmeros questionamentos sobre notas dadas às escolas concorrentes, Polaco dá a sua versão. “Notas de temas, harmonia, conjunto, depende de como a escola passa em frente ao palanque de jurados. Mas eu estou tranqüilo, porque não  fui eu quem escolheu os jurados, foram os presidentes das escolas. Cada um indicou oito nomes, fizeram o sorteio dos 21 nomes e mais 13 de reserva. Nós aqui, apenas coordenamos o sorteio. Aqueles sorteados  que recusaram foram escolhidos outros nomes com a anuência dos presidentes. Uma vez que os jurados são escolhidos por eles; todos estavam conscientes disso. Eles não têm por quê reclamar. E depois, os jurados são soberanos na sua decisão”, analisa.  

 

“Havendo segurança,  levamos para a avenida o que temos de mais precioso: a família” 

 

Para o prefeito Wesley De Santi de Melo, a avaliação do Carnaval foi positiva. Cada um fez a sua parte, a prefeitura, as escolas, os foliões. Investimos muito em segurança, são cem seguranças, polícias militar e civil, corpo de bombeiros, tudo isso porque se sentimos segurança ao vir para a avenida, levamos o que temos de mais precioso: a família. O povo está feliz, mesmo com a chuva. Tivemos um carnaval muito bom, tranquilo, ordeiro”, avalia.

Questionado sobre a possível criação da Liga Independente do Carnaval  Sacramentano,  o prefeito não descarta a idéia. “No ano passado já falamos sobre isso, agora é preciso que as escolas abracem a ideia, porque isso só vai ajudar a melhorar o carnaval”. 

Avaliação positiva também do vice-prefeito, Pedro Teodoro Rodrigues de Rezende. “Foi um carnaval bonito, bem organizado, com o povo participando alegremente. Foi realmente uma grande festa”. 

 

José Maria elogia carnaval 

 

O presidente da Câmara, José Maria Sobrinho, falando de sua satisfação em prestigiar e elogiar o Carnaval, disse que a Prefeitura tem que fiscalizar a aplicação dos recursos. “As escolas brilharam, lamentei que duas delas tenham sido prejudicadas por falta de número. Aliás,  no meu entender  a Prefeitura, que é a mantenedora do Carnaval,  deve se inteirar das razões para isso ter acontecido, uma vez que foi investido  dinheiro público. Têm que haver mecanismos para que se corrija isso”, avalia, sugerindo a criação de uma Liga Independente do Carnaval.

“- É preciso que as escolas de samba estejam desvinculadas do poder público. Embora eu venha sendo, ao longo dos anos, um colaborador e até já fui organizador do Carnaval alguns anos, digo com franqueza, que sou contra  a presença do poder público no Carnaval. As escolas têm, sim, capacidade para criar e condição de criar a liga e fazer rum carnaval muito mais bonito do que esse que temos sem precisar  do dinheiro do povo, sem depender do poder público”. 

Reafirmando sua avaliação, José Maria elogia a festa e lamenta as chuvas que atrapalhou um pouco o desfile. “Gostei muito, mas lamento um pouco, por um lado de a festa ser ofuscada pela chuva, por outro lado vejo que tem muita gente no mundo precisando de chuvas e nós aqui na abundância”, concluiu. 

 

Bombeiros e seguranças: “foi um carnaval tranqüilo”

 

Tenente Thaíse Rodrigues Rocha Reis, a simpática comandante do Corpo de Bombeiros que trabalhou na cidade, se disse satisfeita  com a tranquilidade do carnaval da cidade. 

“- Foi muito tranqüilo,  ordeiro,  sem ocorrências de gravidade. Foi um trabalho integrado de apoio entre a policia militar, os bombeiros e os seguranças que trabalharam bastante para não haver tumultos, confusões de grande vulto”, avaliou, explicando que a função do Corpo de Bombeiros é a prevenção. 

“- Nosso trabalho com segurança é na prevenção contra incêndios e situações de pânico. Somos os responsáveis pela segurança de todo a estrutura do carnaval e situações que levem as pessoas ao pânico. Assumimos nosso posto a partir das 20h00 e vamos até o findar da aglomeração, mas foi muito tranqüilo este ano”. 

Rogério  Aparecido Martins, chefe da equipe de Seguranças Rezende, fez tmbém uma avaliação altamente positiva.  ‘‘Foi um carnaval muito tranquilo. O público diminuiu muito, acredito que devido à chuva, mas foi uma tranquilidade  muito grande. O número de ocorrências foi bem menor tanto pra nós como para a Policia Militar, as ocorrências que houve foram coisas corriqueiras, ocorrências comuns de aglomerações”, avaliou. 

 

Jurado César avalia baterias 

 

Apenas um dos jurados, César Barsanulfo Cardoso,  justificou o voto  e no quesito bateria, que é o coração da escola. Cesar ocupou  o primeiro palanque, no início da passarela. Confira a análise:

* Acadêmicos do Borá

Bateria sem novidades, ritmo freqüente sem quebra. Instrumentos de marcação misturados sem primeira e segunda batidas ou sem cruzamento. O repelique tocado por um garotinho chama a atenção, mas não é suficiente para segurar o brilho. Não houve breques para ilustrar. 

* Beija-Flor Sacramentana: bateria de ritmo fortíssimo, com inovação sem o apito para controle de breques. Instrumentos de marcação tentam fazer a primeira e segunda, mas sem a afinação necessária. Volume sonoro excelente, mas ainda metálico. 

* Unidos do Areão: bateria pesada e ritmada, boa sincronia entre os instrumentos. Breques justos e precisos, boa sonoridade. Marcação sem primeira e segunda.  Mistura um pouco os treme-terra. 

* 13 de Maio: bateria excelente, com ritmo e cadência, sincronizados e volumosos no som. Ritmistas disciplinados e concentrados.