Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Beduino Nuporanga

Edição nº 1126 - 01 Novembro 2008

‘PER FAS ET NEFAS’

Queria falar nada não, mas acontece que o negócio  já entorna mais do que bate-papo com agiotas. Como se já não bastassem as inúmeras reclamações e pedidos de sarrafadas nos responsáveis pelo chiqueiro situado em imediações da praça do Getúlio Dorneles, surge agora mais esta.

Minhas senhoras, agüentem o taco daí que o Bedu vai xingar daqui. Quem são os responsáveis pela saúde pública em Sacramento? Quem são os responsáveis pela limpeza pública desta cidade? Quem são os responsáveis pela tranqüilidade de nosso povo? Quem é capaz de responder?

Num dianta fazer destas perguntas uma maneira de buscar solução para os eventuais casos de hepatite, para buscar a responsabilidade em quem é incapaz de assumi-la. (Desculpem os encarapuçados). Nada adiantaria o Bedu estampar aqui com letronas garrafais os responsáveis por esta (desculpem o termo) pouca vergonha que assola Sacramento. Nada adiantaria, porque estão cientes de suas responsabilidades e não seria desta forma que iriam solucionar o problema. Dispenso, se é que tenho direito, comentar diretamente o troço, pois é preciso ter estômago para tratar-se de certos assuntos e, confesso, o meu é fraco para tanto.

Num falei que o Bedu ia xingar um pouco. Pois é, e xingou bonito, nés? Antes mesmo que a gente começasse o estômago começou a dar um negócio esquisito, como se quisesse mandar pra de escanteio o bacalhau do jantar. 

Chega de falar nessas coisas bestas que serão ignoradas por quem delas são os causadores, vamos agora à dica do final do primeiro parágrafo. Tratando-se de uma firma de alto conceito aqui particular do Brunswick, ou Brunsvique, como queiram, o Bedu num vai xingar desta vez ainda não.

Este parágrafo aí de cima aqui nas datilografadas pela Remington de segunda mão, cuja primeira prestação acha-se vencida e ainda não foi paga, de vez que este assunto já é mais manjado que situação de pobre e vez ou outra vem parar no estopim mais curto aqui do decirculação.

Pois é, minhas senhoras, vamos ver se dá resultado positivo, ou se vai para o rol das sarrafadas.

Sem mais roteiro, pois o papel está já no fim, vamos fixar as maiúsculas para escrever, PÓ. Simplesmente duas letrinhas invocadas, que vêm importunando mais do que CC de ... em ônibus de lotação. Sim, o PÓ originário de portentosa indústria localizada ao lado direito da Praça de Esportes – indo daqui pra lá, e do lado esquerdo – vindo de lá pra cá, vem dando, não só um trabalho lascado às empregadas das madames, como também, amedrontando muita gente que pretende chegar aos 80 com a saúde intacta. Pois é.

Ô, seu Mané, cadê o aspirador de pó? Ponha o bruto em ação.

Acabou-se quera doce (ponto final)

PÊ ESSE: Ao elaborar esta coisa, o Bedu estava sem o relógio de pulso, por isto ficou truncada a localização da indústria referida lá do 8º parágrafo e, por assim ser, o lado direito fica sendo o esquerdo e o esquerdo fica sendo o dreito. Pô, PÓ!!!

 

Amantes da vida

“Deixo a vida pública e entro pra a história”, esta foi, em tese, uma das frases deixadas pelo então presidente Getúlio Dorneles Vargas em sua Carta Testamento ao povo brasileiro, antes de apertar o gatilho, pondo fim à sua própria vida. Seria esta introdução uma maneira adequada para nos esquivarmos à uma solicitação de relato da história de um jornal quarentão, que surgiu em nossa cidade nos anos de 1968.

Um ano antes, havíamos deixado a presidência da União Estudantil Sacramentana – UES, onde mantínhamos, regularmente, o jornal 'A Marcha do Estudante', e não se via em nossos sucessores de diretoria da entidade, disposição em dar continuidade daquele jornal.

O Começo - Numa manhã do mês de outubro de 1968, fomos procurados pelo amigo Walmor Júlio Silva, convidando-nos para integrar o expediente de um jornal que queria fundar, um jornal independente, já que Sacramento comportaria esse objetivo.

Foi assim que no dia 1º de novembro de 1968, circulou sua primeira edição estampando em sua capa (1ª página) a manchete, 'Por que Estado do Triângulo'? Depois da primeira, vieram a segunda, a terceira e, sucessivamente, até hoje quando se completam 1.126 edições e quarenta anos de tropeços e lutas, sem nenhum fracasso.

Nesses 40 anos vários momentos marcantes foram registrados, desde pressões e ameaças por parte de autoridades despreparadas para o exercício de suas funções, ao apogeu da glória, com marcantes acontecimentos, como coberturas memoráveis e grandiosas promoções como o 'Baile das Personalidades do Ano', dentre outros. 

Se quanto mais dura é a batalha, maior será o sabor da vitória. Alimentamos esse sabor em nossas correrias atrás de gráficas com preços mais acessíveis às nossas condições; ou atrás de anúncios comerciais com objetivo de termos recursos para a manutenção de nosso trabalho e, até mesmo de assuntos merecedores de divulgação para levá-los aos nossos leitores. 

Vários colaboradores voluntários nos auxiliaram nessa jornada e, para não incorrermos às falhas do esquecimento, queremos nas pessoas de três deles, externarmos a todos nosso reconhecimento de eterna gratidão: muito obrigado, Alberto de Souza Vieira, Sônia Borges e Ivone Regina Silva, assim como aos demais que permanecem no anonimato.

Epílogo - Subtítulo pouco adequado para encerrarmos estas 'mal traçadas', já que não contamos nenhuma história, por preferirmos deixá-la para ser conhecida no futuro por aqueles que se dispuserem à leitura de nossas páginas. Nestas, sim, toda a história de um ideal de jovens de há 40 anos, hoje amargando seus cabelos grisalhos não merecedores da importância de um Getúlio Vargas, porém amantes da vida. 

Ariston Timóteo de Almeida