Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Arthur Recidive - final da entrevista: “A alimentação muda muito a vida da gente...”

Edição nº 1133 - 21 Dezembro 2008

ET - Mas vem cá, você que respira liberdade, o que é viver numa ilha?

Arthur - É maravilhoso, porque sempre busquei muita qualidade de vida. As pessoas pensam que eu passo dificuldades, mas dificuldades nunca existiram pra mim, é uma relação de troca. Às vezes, eu não posso tomar um suco, mas posso tomar água.  Hoje sou parcialmente vegetariano, porque há lugares em que gente chega e não dá pra ser. Mas eu já fui vegetariano extremado. Aqui em casa, por exemplo, não dá. Eu vivia alertando meus pais, irmãos para isso ou para aquilo. Hoje vejo que nada é extremo, sempre há um caminho no meio. Mas não excedo. Minha base alimentar é natural, sou adeptos de sucos, mas às vezes tomo uma cerveja, um vinho... eu posso até comer um X Bacon, mas todos os dias nunca. Só de vez em quando.  Já fiz minhas próprias bebidas com levedo de cerveja, ginseng, pó de guaraná, e banana. E é pura saúde.  

 

ET – Faz 500 anos que a China alertou a medicina ocidental para a riqueza que representam os alimentos e plantas dotados de valor medicamentoso. Você acredita nessa medicina popular...?

Arthur – Claro. Até porque, a alimentação muda muito a vida da gente, a boa alimentação cura. E tem outra coisa, o fato de eu trabalhar por mim mesmo, eu tenho liberdade de escolher a hora que quero fazer os pães. Se amanhecer um dia bonito, o mar azul, o céu limpo, um sol brilhante eu não hesito em sair, ir nadar, passear e fazer os pães à noite. No outro dia, eles estão prontinhos para a entrega. 

 

ET - Você é meio místico, holístico. Prá você vale religião ou religiosidade?

Arthur - Sempre gostei de estudar as religiões e formei a minha própria. Eu acredito na relação de simplicidade, caridade, humildade, respeito com o outro e esse é um dos portais da vida, independente de ser dessa ou daquela religião. Enfim, são coisas que todas as religiões pregam e muitas vezes fica só na pregação.  Não sigo nenhuma religião e não tenho nenhum preconceito contra nenhuma, acredito que temos que nos unir com as diferenças, só assim poderemos fazer um mundo melhor. 

 

ET - Alguma experiência internacional?

Arthur - Ainda não. Mas vejo que o mundo é sem porteiras, podemos estar onde quisermos estar. Penso numa hora ir pra Nova Zelândia, aliás quase fui uma vez. Estudei muito sobre aquela região. A Europa também me atrai, a Espanha me chama muito a atenção, apesar da minha ligação com a Itália por causa da minha família, mas por enquanto vou ficando aqui na ilha...

 

ET – Como você curte suas férias em Sacramento, que aliás estão acabando... 

Arthur - Venho uma vez por ano pelo menos, cheguei no dia 20 e já estou indo embora. Nesses dias aqui tenho ido a cachoeiras... Todos os dias vou ao Cipó, nadar, ter contato com a natureza, revejo alguns amigos, visito algumas pessoas. Digamos que venho aqui, reabasteço a minha energia vital e volto para empregá-la nos pães lá. 

 

ET – Floripa hoje tem muitos sacramentanos...  De vez em quando vocês se reúnem prá comer pão integral? (risos)

Arthur – É verdade, lá em Florianópolis estão muitos sacramentanos: a Aninha do Dedé; o Bertinho Vieira; o Éverson, filho do Versin Silveira, que hoje está morando em Sacramento; a Saula Almeida, que lembrei há pouco, filha do Saulo do Seu Eduardo; o Tomás Afonso, irmão do Teco, que recentemente fez uma reunião de sacramentanos. Aliás, acho que sacramentano tem no mundo inteiro...

 

“Meus filhos são meus tesouros...”

ET - Zezinho, você está aí do lado, todo emocionado.  Cada visita é uma festa pra você e a Nilda...

José Cassimiro - Estou sempre falando dos meus filhos, que são meus tesouros. Não me importo que eles não sejam formados, o importante é que são felizes. O Henrique é auto-didata em computador e presta serviços para empresas de vários países. Esteve num congresso na Hungria palestrando para 507 pessoas de 35 países. Recebeu proposta para ir para a Suíça, mas ele recusou. Antes de ele ir à Hungria, ele ganhava 60 dólares por hora, trabalhando em casa. Tem uma banda de sucesso em BH e faz o que gosta, é baterista, coisa que ele aprendeu aos 13 anos. Ele odeia dirigir, tem carro do ano, mas o motorista é a mulher dele ou outra pessoa. Ele nunca dirige.  Está muito bem ele. Arthur agora descobriu o que quer. Érica e Rafael, que são gêmeos, ela cursa Nutrição em Uberaba e Rafael concluiu a Faculdade de Administração de empresas trabalha no banco do Brasil e, recentemente, foi promovido. O que mais eu quero da vida? Sinto-me realizado com os meus filhos.