Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Produtores arrendantes de terras para cana em Ituiutaba amargam prejuízos de R$ 35 milhões

Edição n° 1316 - 29 Junho 2012

A matéria foi publicada no G1/MG, sucursal de Ituiutaba e diz que “Arrendar terras para o cultivo da cana-de-açúcar até pouco tempo era garantia de dinheiro certo. No entanto, produtores de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, estão desistindo da cultura. Isso porque o Grupo João Lyra, um dos maiores desse segmento no país, está em atraso com o pagamento. O grupo tem sede em Alagoas, com ramificações na Bahia e em Minas Gerais. São um total de dez empresas nos ramos da agroindústria sucroalcooleira, de fertilizantes e adubos, além das que pertencem aos setores automobilístico, de transportes aéreos e hospitalar. O G1 procurou o responsável, por telefone, em Ituiutaba, mas ninguém quis dar entrevista e nem enviaram nota para esclarecer a questão. No posto do Ministério do Trabalho e Emprego de Ituiutaba ninguém quis falar também sobre o assunto, mas confirmaram que foram feitas várias denúncias de falta de pagamento”, diz a matéria.  

Na região, a área arrendada para a cana-de-açúçar chega a quase 33 mil hectares, de acordo com o Sindicato Rural de Ituiutaba. E o valor a receber pelos produtores é de cerca de  R$ 35 milhões, referentes às safras 2010 e 2011. "Se não houver uma resolução o mais rápido possível significa total prejuízo para os produtores que tem como essa a única fonte de renda", explicou o presidente do Sindicato Rural, Lindolfo Marques.

De acordo com o produtor Romes Gouveia Bastos, há 20 anos, quase metade dos produtores da região apostou na cultura. O que para eles era um bom negócio agora virou dor de cabeça. "Nós não somos contra a cana, mas está acontecendo um calote", comentou. Romes Gouveia arrendou terras para a usina, mas já entrou na Justiça para tentar recebê-las de volta por falta de pagamento. "Até a dívida de 2010 foi negociado que pagariam 20% e outros 80% em até 10 anos. Isso na recuperação judicial. E agora em 2011 e 2012, como eles não estão pagando, estão tentando uma nova recuperação judicial,  que os produtores não concordam", disse Bastos. 

Segundo o Sindicato,  a situação também atinge os trabalhadores contratados pelas usinas, que estariam há dois meses sem receber e chegaram a bloquear um trecho da BR-365 para protestar. 

De acordo com o G1, com a  falta de pagamento, a inadimplência chegou ao comércio de Ituiutaba.  Esta seria a pior crise enfrentada nos últimos anos, conforme a presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sincovi), Vera Lúcia de Freitas. "A orientação que queremos passar para os lojistas de Ituiutaba é que os produtores não estão pagando não é porque não querem e sim por um problema causado pelo empregador”.