Participando do I Encontro de Agroecologia, Agnaldo Batista (foto), presidente da Associação Comunitária de Desenvolvimento Social do Assentamento Olhos D´Água, onde estão assentadas 27 famílias do MST. “Todas essas práticas que serão apresentadas aqui no Encontro, conforme o programa, são viáveis para o assentamento”, reconheceu, falando um pouco ao ET sobre o assentamento.
Fazendo um retrospecto dos últimos 12 anos, Aguinaldo recorda que a chegada ao município aconteceu em junho de 1998. “Em 2000 foi consolidado o assentamento e começamos a fazer várias ações com o cunho de assentamento. Hoje, somos 27 famílias, em 27 lotes com uma média de 7,5 alqueirões (36,3 hectares) e um total de 134 pessoas”, informou.
Segundo o presidente, algumas famílias desistiram, mas outras chegaram para ocupar os lotes e permanecem até hoje. “Instalou-se uma produção na base do leite e segurança alimentar. A maioria das famílias têm hoje um desenvolvimento econômico razoável, se auto sustentando. São famílias vocacionadas para o trabalho na agricultura e pecuária e isso fortaleceu o assentamento”, explicou.
A produção diária do assentamento chega a 3 mil litros de leite, além de algumas outras culturas. “Temos algumas culturas para subsistência e também soja, plantada em parcerias interna na troca de gado e melhoria do pasto. Algumas famílias têm aptidão para a soja e quem mexe com leite precisa da ação da soja para a recuperação de pastagens aí entra a parceria”, explicou mais.
Agnaldo ausentou-se do acampamento por quatro anos e meio, período em que esteve cursando a universidade. “Nossos movimento sempre buscou consolidar a formação de profissionais nas áreas de agronomia, agroecologia, administração, pedagogia e eu fui para o Rio Grande do Sul, onde concluí o curso de Administração Rural e Gestão Agro industrial, pela Faculdade Estadual do Rio Grande do Sul – UERS, no Campus de Roda Alta. Paralelamente, fiz outros cursos como o de Planejamento Espacial de Áreas Rurais”, disse.
“Os conhecimento adquiridos na universidade, de acordo com Aguinaldo, não são restritos apenas a assentamentos, mas a qualquer tipo de unidade de produção rural. Por essa razão, ele vai fazer parte de um grupo que trabalhará essas questões em nível estadual, a partir do próximo mandato do deputado Adelmo Carneiro Leão. “Essa comissão vem de encontro às propostas da presidenta eleita, Dilma Rousseff, de erradicar a fome, que supera a ideia de combate à fome, mas para isso é preciso que as políticas cheguem aos pequenos agricultores, assentados ou não, porque são eles que produzem comida”, afirmou.
Para Agnaldo, que elogia a iniciativa da Emater de Sacramento, as propostas apresentadas são viáveis a todo meio rural e passíveis de aplicabilidade no assentamento. “Tenho as melhores expectativas, tenho desenvolvido algumas práticas nessa área, equilibrando a prática e a sobrevivência. Testamos um grupo participando do Encontro para aprimorar as informações para termos uma melhor relação coma terra e já a aplicação do biofertilizante, plantio consorciado ou integração de lavouras para aproveitamento da área, que são ainda práticas isoladas no assentamento, mas que podem ser ampliadas e com excelentes resultados”, finalizou.