Jornal O Estado do Triângulo - Sacramento
Edição nº 1783- 18 de junho de 2021

Sacramento vai produzir biodiesel até o final de 2007


A usina de biodiesel que será implantada em Sacramento até o final do próximo ano terá, inicialmente, como matéria prima o nabo forrageiro, uma planta oleaginosa da família das Crucíferas, muito utilizada para adubação verde no inverno, rotação de culturas e alimentação animal, que vem como subproduto do óleo, um farelo que serve para fazer ração. "Esse será o nosso primeiro projeto, depois vamos ampliando para o girassol, pinhão manso, que é uma planta perene, o algodão, a soja e a mamona, que será última opção devido ao custo. A nossa opção pelo nabo forrageiro é devido à maior produtividade, rendimento maior e com um custo menor. O pinhão manso será bem viável em áreas degradadas, terras mais pobres", explica. A capacidade de produção inicial será de 40 mil litros de óleo/dia "isso significa trabalhar com 100 toneladas/dia de nabo forrageiro", adianta Victor.

De acordo com o empresário, na região de Franca já está em pleno funcionamento uma indústria de biodiesel, ´Sol e Minas´, em Cássia (MG). "a tecnologia que será implantada aqui será a mesma de Cássia e se tudo correr conforme prevemos até setembro, no próximo ano em meados de setembro, já estaremos funcionando aqui, porque para atender a demanda inicial de matéria prima, necessitamos de um plantio de nove mil hectares de nabo forrageiro", disse mais.
O custo do plantio por hectare para o produtor segundo Santos é baixo e o retorno é satisfatório. "Uma produção de 1200 a 1500 quilos por hectare, dará um retorno líquido de mais ou menos R$ 200 reais por hectare, numa entressafra, fora o benefício que ele usará menos defensivos nas próximas plantas", calculou.

Segundo, Celso Victor, para a produção da matéria-prima haverá o fornecimento de sementes, num preço acessível. "Através da indústria serão repassados recursos financeiros para o produtor trabalhar, ofereceremos assistência técnica, mecanização, tudo isso já previsto no contrato, visto se tratar de pequenos produtores, que não terão condições de adquirir máquinas. Tudo isso será descontado no produto final, ou seja, estará atrelado a produção com o aporte financeiro, mas tudo estará claro no contrato", esclarece.

Biodiesel traz emprego com qualidade

Hermógenes Vicente Ribeiro, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais fala do apoio da entidade ao novo projeto. "O Sindicato está apoiando uma nova atividade que surge no município, que será de grande importância para os produtores, visto que agregará valor à produção, geração de emprego, além de representar mais uma oportunidade de crescimento".
O secretário da Agricultura, João Garcia Donadelli, vê com bons olhos a iniciativa. "Tudo o que vier para o município e que seja industrializado vai agregar valor e vai ajudar. No nosso município, as condições são favoráveis para o biodiesel, porque as oleaginosas mais usadas são o nabo forrageiro e o girassol e hoje o nabo forrageiro é ´praga´ em nossas terras", disse, salientando que a vantagem para o pequeno produtor no biodiesel são as verbas com juros de 1%.

O secretário, que se disse expulso das terras paulistas por conta da cana-de-açúcar, hoje, na qualidade de secretário, apóia, com o prefeito Joaquim, a implantação de uma usina de cana no município.

Já João Osvaldo Manzan, um dos maiores lutadores contra a cana no município, louva também a iniciativa de Celso Victor. "Essa é uma das melhores notícias que recebemos ultimamente, porque é disso que precisamos, indústrias que vão dar consumo para os nossos produtos, vão gerar emprego com qualidade para os nosso trabalhadores, que não serão como o trabalho ´escravo´ que vemos no corte de cana em que a pessoa tem que cortar uma tonelada de cana para ganhar R$ 2,50. Dou meu total apoio para a indústria de biodiesel aqui", afirma categórico.